segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

O EXERCÍCIO DA PRATICA DEVOCIONAL.



INTRODUÇÃO

As práticas devocionais são exercícios de sobrevivência e de plenitude espiritual. No critério de Paulo, “o exercício corporal é bom, porém o exercício espiritual (a prática de conservar-se espiritualmente apto) é muito mais importante, e é um revigorante para tudo o que você faz”
(1 Tm 4.8, BV). As práticas devocionais abarcam todos os exercícios que produzem, aperfeiçoam e sustentam a perfeita comunhão do pecador salvo e redimido por Jesus Cristo com o próprio Deus. Elas acabam com a distância que há entre Deus e o homem e levam o crente ao ponto máximo da comunhão, tornando-o amigo de Deus (2 Cr 20.7; Jo 15.14, 15). Graças a essa perfeita e contínua ligação com Cristo, o cabeça da Igreja (Ef 5.23), o corpo, “suprido e bem vinculado por suas juntas e ligamentos, cresce o crescimento que procede de Deus” (Cl 2.19).

As práticas devocionais demandam trabalho, esforço e tempo. Assim como a criança sua para sorver o leite materno e a mama produz o leite à medida que é sugado, o crente não pode ser leviano na busca de Deus. Assim como as plantas que vivem mais de um ano no deserto do Saara são obrigadas a  ter raízes muito compridas para colher a umidade nas profundezas do subsolo, o crente precisa se adaptar até descobrir e explorar os veios cheios de água viva para se manter vivo e vigoroso.

JUNTO ÀS ÁGUAS

É quase exaustivo ler todos os textos bíblicos que mencionam a expressão junto às águas. Mas vale a pena! Esse é o segredo da folha sempre verde, da árvore carregada de frutos e da vida em abundância (Jo 10.10). As práticas devocionais nos levam obrigatoriamente para junto das águas, e o resto é consequência natural dessa proximidade. Gn 49.22 — “José é um ramo frutífero, ramo frutífero junto à fonte; seus galhos se estendem sobre o muro.”

Mesmo vendido pelos irmãos como escravo aos ismaelitas, mesmo caluniado pela mulher de Potifar, mesmo jogado numa masmorra por um crime que não cometeu, mesmo esquecido pelo copeiro-chefe de Faraó, mesmo em tempos de vacas magras — os braços de José foram feitos ativos pelas mãos do Poderoso de Jacó, que o abençoou com as bênçãos dos altos céus. A explicação do sucesso contínuo de José em qualquer circunstância foi anotada pelo próprio pai — José é um ramo frutífero junto à fonte.

Sl 1.3 — “Ele é como árvore plantada junto a corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem-sucedido.”
Este texto se aplica a qualquer pessoa que, além de não participar da impiedade, se deleita em meditar de dia e de noite na lei do Senhor. O sucesso é inevitável.

Sl 23.2 — Ele me faz repousar em pastos verdejantes. Leva-me para junto das águas de descanso; refrigera-me a alma.

O cuidado é do próprio Deus, do próprio Pastor. Ele quer abastecer a ovelha e renovar as suas forças e o seu entusiasmo com a proximidade das águas.
Is 44.3, 4 — “Derramarei água sobre o sedento, e torrentes sobre a terra seca; derramarei o meu Espírito sobre a tua posteridade, e a minha bênção sobre os teus descendentes; e brotarão como a erva, como salgueiros junto às correntes das águas.”
A comparação com os salgueiros é oportuna, pois eles cresciam, floresciam e formavam moitas sempre perto das águas (Lv 23.40; Sl 137.1, 2; Ez 17.5).

Jr 17.7, 8 — Bendito o homem que confia no Senhor, e cuja esperança é o Senhor. Porque ele é como a árvore plantada junto às águas, que estende as suas raízes para o ribeiro e não receia quando vem o calor, mas a sua folha fica verde; e no ano da sequidão não se perturba nem deixa de dar fruto.
Os contratempos, a adversidade e as mudanças de situação não são suficientes para interromper a produção de frutos nem para secar as folhas verdes da árvore, graças ao fato de estar plantada junto às águas.

RIOS DE ÁGUAS VIVAS

Não se deve pensar que a vizinhança das águas se destina apenas a nos alimentar e nos fazer crescer espiritualmente. O propósito de qualquer crescimento e sucesso está sempre ligado ao desempenho da glória de Deus. É da vontade soberana de Deus que usemos estas águas também para nos tornar rios de águas vivas a correr pelas regiões áridas do mundo e pelos desertos alheios: “Rios de água da vida vão jorrar do coração de quem crê em mim” (Jo 7.38, BLH). Há duas passagens das Escrituras que devem ser lembradas a este propósito. Elas mostram até onde podem ir esses rios de água viva:

De Jerusalém ao Mar Morto (Ez 47.1-12). Na visão de Ezequiel, as águas nascem debaixo da entrada do Templo, vão se engrossando, seguem para o oriente, atravessam o deserto da Judéia e deságuam no Mar Morto. Ao subir o rio de volta a Jerusalém, o profeta encontra tudo modificado. Ao longo das margens do rio havia árvores frutíferas de todo tipo e carregadas de frutos o ano todo, além de todo tipo de animais e de peixes. Por causa deste mesmo rio que vem do Templo, a água salgada do Mar Morto vira doce e o mar se enche de peixes e de pescadores como no Mar Mediterrâneo. De Jerusalém para o Mar Morto e para o Mar Mediterrâneo. “Naquele dia também sucederá que correrão de Jerusalém águas vivas, metade delas para o mar oriental, e a outra metade até ao mar ocidental; no verão e no inverno sucederá sto” (Zc 14.8). Agora as águas vivas de Jerusalém não correm apenas para a direção do nascente do sol, mas também para a direção oposta, o poente do sol, até o Mediterrâneo.
Uma vez derramadas no Mediterrâneo, que não é um mar fechado como o Mar Morto, a água viva se espalha por todos os oceanos do mundo, ligados entre si, cumprindo assim o propósito missionário de Deus.

AVIVAMENTO E PRÁTICAS DEVOCIONAIS

Avivamento sem práticas devocionais não existe. Torna-se evento e não movimento. Fica só na euforia, na excitação, na festa, na busca de sinais e prodígios, na superficialidade.
Cedo há de dissipar-se, não se mantém, não sobrevive ao tempo, não tem como sustentar-se, passado o impacto inicial. Nem sempre produz santidade de vida, nem sempre mexe com o caráter do crente, nem sempre elimina certos defeitos de comportamento, nem sempre provoca renúncias corajosas e definitivas.

A maior glória de um avivamento é levar os crentes às práticas devocionais. Se, a partir do avivamento, a igreja de Deus se entregar à prática regular da leitura da Bíblia, da oração, do desabafo, da confissão, da restauração, da humildade, da descomplexação, da alegria e do poder, então a vida abundante de que falou Jesus (Jo 10.10) será uma deliciosa e continuada realidade. Neste caso, por causa da profundidade e da manutenção cuidadosa do avivamento, os riscos de distorção desaparecem ou são mantidos a distância. As Práticas Devocionais
vão manter o avivamento e a plenitude do Espírito.

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