quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Como saber e fazer a vontade de Deus II



 Mt 7.23-32

23 E, chegando ao templo, acercaram-se dele, estando já ensinando, os príncipes dos sacerdotes e os anciãos do povo, dizendo: Com que autoridade fazes isto? e quem te deu tal autoridade? 24 E Jesus, respondendo, disse-lhes: Eu também vos perguntarei uma coisa; se ma disserdes, também eu vos direi com que autoridade faço isto. 25 O batismo de João, de onde era? Do céu, ou dos homens? E pensavam entre si, dizendo: Se dissermos: Do céu, ele nos dirá: Então por que não o crestes? 26 E, se dissermos: Dos homens, tememos o povo, porque todos consideram João como profeta. 27 E, respondendo a Jesus, disseram: Não sabemos. Ele disse-lhes: Nem eu vos digo com que autoridade faço isto. 28 Mas, que vos parece? Um homem tinha dois filhos, e, dirigindo-se ao primeiro, disse: Filho, vai trabalhar hoje na minha vinha. 29 Ele, porém, respondendo, disse: Não quero. Mas depois, arrependendo-se, foi. 30 E, dirigindo-se ao segundo, falou-lhe de igual modo; e, respondendo ele, disse: Eu vou, senhor; e não foi. 31 Qual dos dois fez a vontade do pai? Disseram-lhe eles: O primeiro. Disse-lhes Jesus: Em verdade vos digo que os publicanos e as meretrizes entram adiante de vós no reino de Deus. 32 Porque João veio a vós no caminho da justiça, e não o crestes, mas os publicanos e as meretrizes o creram; vós, porém, vendo isto, nem depois vos arrependestes para o crer".

Introdução:

1. No domingo passado, pudemos ver algumas maneiras pelas quais podemos fazer a vontade de Deus. São elas:

a) Fugindo à hipocrisia. De nada adianta ficarmos invocando o nome de Senhor, profetizar, e até mesmo operar curas, milagres, se formos crentes nominais e não tendo um compromisso sério com Deus. A hipocrisia é uma tremenda farsa, que engana os homens, mas não pode enganar ao Deus Criador.

b) Vivendo o evangelho. O Evangelho tem poder e funciona, quando é vivido na prática, quando seus princípios são equivalentes ao nosso modo de vida. Se aqueles que nos cercam podem ver Cristo em nós, certamente nossa palavra será uma palavra de efeito, de transformação e mudança. Caso contrário, estaremos perdendo nosso tempo, trombeteando palavras sem efeito prático.

c) Resistindo às provações. Devemos aprender a resistir os momentos de pressão, de tribulações e angústias, onde Satanás procura nos derrotar com as suas tempestades. Toda tentação e provação, já chega até nós com o escape dado por Deus. Não devemos lastimar e murmurar em função delas, mas devemos aproveitar os momentos difíceis para sermos aperfeiçoados na graça de Deus.

2. Hoje, focalizando ainda o tema "vontade de Deus", "Queremos ver mais algumas maneiras pelas quais podemos obedecê-la":



I – Aceitando a autoridade de Cristo como palavra final

1. "Com que autoridade fazes tu estas coisas? e que te deu tal autoridade?", Vs. 23.

2. No presente texto, podemos observar que a autoridade do Senhor está sendo questionada. Dentro da sociedade judaica, o direito de ensinar era somente conferido pelos escribas, ou por um de seus principais representantes, e somente era concedido a alguém que tivesse completado os estudos exigidos, geralmente aos pés de algum instrutor ou instrutores reconhecidos. Este exemplo podemos observar na vida de Paulo:

a) At 5.34, "Mas, levantando-se no conselho um certo fariseu, chamado Gamaliel, doutor da lei, venerado por todo o povo, mandou que por um pouco levassem para fora os apóstolos".

b) At 22.3, "Quanto a mim, sou judeu, nascido em Tarso da Cilicia, e nesta cidade criado aos pés de Gamaliel, instruído conforme a verdade da lei de nossos pais, zeloso de

Deus, como todos vós hoje sois".

3. Normalmente quando o curso era terminado, havia uma cerimônia, onde o diplomado recebia uma chave, símbolo da interpretação da lei. Ora, o profeta Jesus de Nazaré não possuía esta credencial, o que acontecia também com o profeta João Batista, aceito pelo povo e "engolido" goela abaixo pelos líderes religiosos, que tinham medo de desagradar o povo.

4. Daí a pergunta inteligente de Jesus: "O batismo de João é dos céus ou dos homens?", Vs. 25. Esta pergunta esbarraria em duas pressuposições:

a) Se os escribas e fariseus dissessem "dos céus", Jesus lhes perguntaria: "Então por que não crestes?". Evidentemente, se João fosse reconhecido por eles como enviado de Deus, tinham eles, o obrigação de receber suas profecias e seus ensinos.

b) Se eles respondessem "dos homens", provocariam o povo, uma vez que o povo considerava João um profeta por excelência. O medo destes escribas de fariseus de serem reprovados pelo povo, os levava agora a uma encruzilhada sem saída, um beco sem volta.

5. A grande verdade é que Cristo é a palavra final na revelação da vontade de Deus. Sua autoridade não se fundamenta na razão, mas na alma que aceita a sua vontade. Cristo deve ser nossa fonte de ensino e revelação de Deus pela natureza de sua Palavra. Alguns pontos sobre o ensino de Jesus:

a) O ensino de Jesus era confirmado com curas e milagres, Mt 4.23, "E percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas suas sinagogas e pregando o evangelho do reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo".

b) O ensino de Jesus era com autoridade, Mt 7.29, "Porquanto os ensinava como tendo autoridade; e não como os escribas". Enquanto que os escribas ensinavam pelo conhecimento da letra, Jesus ensinava pela autoridade do Espírito de Deus.

c) O ensino de Jesus era com sabedoria, Mt 13.54, "E, chegando à sua pátria, ensinava-os na sinagoga deles, de sorte que se maravilhavam, e diziam: De onde veio a este a sabedoria, e estas maravilhas?"

5. Por estas e por outras razões é que o ensino de Cristo inquestionável. Sua autoridade é a palavra final em termos da verdade de Deus.

II – Não se limitando apenas à intenção de fazer

1. "Filho, vai trabalhar hoje na vinha. Ele respondeu: Sim, senhor, mais não foi", Vs. 28.

2. Alguém já disse que "de boas intenções o inferno está cheio". As vezes a distância entre as boas intenções e as boas ações é maior do que parece à primeira vista. Quando não há verdadeira disposição de fazer a vontade de Deus, de nada vale a cortesia nas palavras, que podem esconder uma hipocrisia que Deus condena.

3. Deus quer mais ação de seu povo. De nada adianta elaborarmos planos, meditar neles, colocar até mesmo no papel, se nos faltar as ações correspondentes. A Palavra de Deus é clara em muitos textos que precisamos ter boas intenções, mas coroadas com ações equivalentes:

a) 1 Jo 3.16-18, "16 Conhecemos o amor nisto: que ele deu a sua vida por nós, e nós devemos dar a vida pelos irmãos. 17 Quem, pois, tiver bens do mundo, e, vendo o seu irmão necessitado, lhe cerrar as suas entranhas, como estará nele o amor de Deus? 18 Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade".

b) Tg 2.14-17, "14 Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé, e não tiver as obras? Porventura a fé pode salvá-lo? 15 E, se o irmão ou a irmã estiverem nus, e tiverem falta de mantimento quotidiano, 16 E algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos, e fartai-vos; e não lhes derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí? 17 Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma".

c) Tg 4.17, "Aquele, pois, que sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado".

4. Pelos texto que lemos na Palavra de Deus, podemos ver o valor das obras em relação às boas intenções. Deus quer que seu povo seja operoso, que trabalhe com todo amor, I Co 15.58, "Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor".



III- Reexaminando honestamente as decisões já tomadas anteriormente

1. "Não quero, mas depois, arrependendo-se, foi", Vs. 30.

2. Pode dar-se o caso de alguém ter consciência de que não esta fazendo a vontade de Deus. É hora de refletir melhor, arrepender-se e reencontrar o caminho certo. A mudança de atitude mostra reflexão, humildade e desejo de agir acertadamente no futuro. São qualidade que agradam a Deus e elevam o crente.

3. Devemos ter a hombridade suficiente para mudar quando percebemos que estamos trilhando um caminho que desagrada ao Senhor. Os "turrões", os "teimosos", os "resistentes", não chegarão a lugar algum. Estão lutando contra Deus. Foi o que Gamaliel disse a alguns judeus resistentes e teimosos, At 5.39, "Mas, se é de Deus, não podereis desfazê-la; para que não aconteça serdes também achados combatendo contra Deus".

4. Queremos ilustrar este ponto utilizando dois exemplos, um negativo (que resiste a mudanças) e um positivo (que sofre mudanças):

a) Exemplo negativo: Os judeus que apedrejaram Estevão, At 7.57-60, "57 Mas eles gritaram com grande voz, taparam os seus ouvidos, e arremeteram unânimes contra ele. 58 E, expulsando-o da cidade, o apedrejavam. E as testemunhas depuseram as suas capas aos pés de um jovem chamado Saulo. 59 E apedrejaram a Estêvão que em invocação dizia: Senhor Jesus, recebe o meu espírito. 60 E, pondo-se de joelhos, clamou com grande voz: Senhor, não lhes imputes este pecado. E, tendo dito isto, adormeceu".

a.1) Nos versículos anteriores observamos Estevão reconstituindo a história de seu povo, mostrando a provisão de Deus para cada fase da história, culminado com o ato histórico que estavam vivenciando, naquela ocasião, ou seja o evento Jesus Cristo, que mesmo sendo o Messias de Deus, fora crucificado.

a.2) Com isto, Estevão estava dando a oportunidade daqueles judeus se arrependerem de seus pecados e do pecado de haverem condenado Jesus à morte através de Pôncios Pilatos. Deus sempre dá oportunidades para que o homem mude sua vida, através da pregação da Palavra de Deus.

a.3) O que aconteceu? Ao invés deles se arrependerem de seus pecados, acabaram por cometer mais um homicídio, que foi o assassinato de Estevão por apedrejamento. Podemos ver a que ponto podemos chegar quando somos rebeldes à Palavra do Senhor!

b) Exemplo positivo: A conversão de Saulo de Tarso, At 9.15-16, "15 Disse-lhe, porém, o Senhor: Vai, porque este é para mim um vaso escolhido, para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis e dos filhos de Israel. 16 E eu lhe mostrarei quanto deve padecer pelo meu nome".

b.1) Vendo os versículos anteriores, podemos ver quem era Saulo de Tarso. Era ele, um perseguidor implacável da Igreja de Cristo. Estava se dirigindo a Damasco, capital da Assíria, com credenciais das autoridades judaicas, dando-lhes plenos poderes para perseguir, maltratar e prender os crentes em Cristo.

b.2) Quase chegando a Damasco, Saulo de Tarso teve uma experiência com o Senhor Jesus, que o jogou por terra, através do brilho de uma forte luz, o que provocou tremenda mudança em sua vida.

b.3) Chegando ao texto lido, encontramos um outro discípulo do Senhor apreensivo em obedecer à voz do Espirito de Deus no sentido de que acolhesse a Saulo. Mas o Espírito de Deus lhe revela que Saulo havia sido transformado pelo poder de Deus e que de "perseguidor da Igreja", seria agora o seu "grande promotor", o que lhe custaria não a glória dos homens, mas o sofrimento e até mesmo a morte dele.

5. Nestes dois exemplos, podemos ver como podemos reagir diante de mudanças que são necessárias para corrigir nossos caminhos. Muita gente diz: "Eu não mudo, porque estou certo em minha posição". Lembre-se o que diz a Palavra de Deus, Is 55.8-9, "8 Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o Senhor. 9 Porque assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos".


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