Habacuque pede a Deus que implemente (aviva) a sua
obra. Ora, a obra maravilhosa e admirável é o suscitar dentre as nações os
caldeus, e que, ao longo dos anos os homens haveriam de conhecê-la. Embora
fosse anunciado pelos profetas que Deus haveria de levantar os caldeus para
castigar o povo de Israel, quando os profetas contavam a maravilhosa obra, o
povo não cria. Eles não se arrependeram e veio o cativeiro conforme a visão dos
profetas "...vós não crereis, quando vos for
contada" ( Hc 1:5 ).
"Entenda porque o profeta Habacuque rogou a Deus que lembrasse da
sua misericórdia logo após pedir qe a obra de Deus fosse avivada"
1 O PESO
que viu o profeta Habacuque.
2 Até quando, SENHOR, clamarei eu, e tu não me escutarás? Gritar-te-ei: Violência! e não salvarás?
3 Por que razão me mostras a iniquidade, e me fazes ver a opressão? Pois que a destruição e a violência estão diante de mim, havendo também quem suscite a contenda e o litígio.
4 Por esta causa a lei se afrouxa, e a justiça nunca se manifesta; porque o ímpio cerca o justo, e a justiça se manifesta distorcida.
2 Até quando, SENHOR, clamarei eu, e tu não me escutarás? Gritar-te-ei: Violência! e não salvarás?
3 Por que razão me mostras a iniquidade, e me fazes ver a opressão? Pois que a destruição e a violência estão diante de mim, havendo também quem suscite a contenda e o litígio.
4 Por esta causa a lei se afrouxa, e a justiça nunca se manifesta; porque o ímpio cerca o justo, e a justiça se manifesta distorcida.
Questões sem Respostas
A vida particular do profeta Habacuque é pouco
conhecida assim como a dos outros profetas menores. Habacuque, cujo nome
significa 'abraço', profetizou a Judá sobre a invasão iminente dos caldeus.
O primeiro verso do livro de Habacuque está mais
para um título inicial, do que para um elemento essencial para o entendimento
do texto. Durante a leitura do livro é possível verificar que o texto apresenta
uma sentença (peso) que o profeta (oráculo de Deus) viu, ou seja, uma revelação
de Deus.
O peso do Senhor não são as perguntas do profeta,
antes uma resposta de Deus as suas perguntas.
O Livro de Habacuque tem início com algumas
questões que importunavam o profeta "Até quando,
Senhor..." (v. 2). As questões eram acerca dos tempos estabelecidos
por Deus através do seu próprio poder. Ora, desde a antiguidade a preocupação
dos homens centram-se nos tempos em que Deus realizará os seus desígnios "E disse-lhes: Não vos pertence saber os tempos ou
as estações que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder" ( At 1:7
).
Pedro demonstra a preocupação dos profetas acerca
da salvação que haveria de ser revelada e dos tempos estabelecido por Deus "Indagando que tempo ou que ocasião de tempo o
Espírito de Cristo, que estava neles, indicava..." ( 1Pe 1:11 ).
Além de querer saber os tempos que Deus estabeleceu
por seu próprio poder, Habacuque clamava por justiça! (v. 2- 4). Mas, qual tipo
de justiça era o anseio do profeta Habacuque?
Habacuque queria entender por que ele clamava e
Deus não lhe respondia. Não escutar equivale a não responder. Habacuque não
estava acusando Deus de surdez ou algo semelhante.
O profeta gritava: "Violência!" do mesmo
modo quando os homens gritam: "Fogo!", e esperam ser atendidos.
Porém, embora gritasse "Violência" e clamasse por auxílio, Habacuque
não conseguia ver o auxilio de Deus.
Por que Habacuque não conseguiu ver o socorro de
Deus? Porque ele estava focado em questões humanas!
Habacuque estava clamando a Deus por causa das
injustiça sociais, pois ele via a opressão dos fortes sobre os fracos, dos
ricos sobre os pobres, dos reis sobre os súditos, etc. A destruição e a
violência era algo aferido diariamente pelo profeta, porém, ele não entendia
porque Deus deixava os homens se lançarem às suas maldades.
A preocupação do profeta é a mesma de alguns
religiosos e bons cidadãos em nossos dias. Por que tanta violência em nossos
dias? Por que tanta morte, roubo, opressão, suborno, etc? Por que os inocentes
sofrem?
Habacuque não estava clamando por sua salvação,
pois quem invoca a Deus por salvação é atendido (ouvido) prontamente por Deus:
é salvo da condenação que há no mundo, pois a mensagem de Deus é clara: "Porque todo aquele que invocar o nome do SENHOR
será salvo" ( Rm 10:13 ; Jl 2:32 ).
Entretanto, quem clama a Deus para ver a
providência divina com relação as contendas e litígios entre os homens, deve
esperar o tempo ou as estações que Deus estabeleceu por seu próprio poder, quem
clama por salvação é atendido prontamente. Pois hoje é o dia sobremodo
aceitável! Hoje é o dia de salvação!
Os cristãos devem compreender que, após crerem em
Cristo conforme diz as Escrituras, foram salvos da condenação proveniente da
queda de Adão. Esta salvação é efetiva para o tempo que se chama hoje. Quem
invoca a Cristo é salvo hoje de condenação estabelecida em Adão no passado (
1Co 6:2 ).
Quem assim clamar (invocar) será escutado
(atendido). Quem gritar ao Senhor acerca da violência estabelecida em Adão,
verá a salvação de Deus. Quem ver a iniqüidade em que foi formado, perceberá
que precisa nascer de novo, da semente incorruptível, que é a palavra de Deus (
Sl 51:5 ).
Mas. quem olhar para as relações humanas onde o
litígio e as contendas são fomentadas, quem olhar para as questões legais e as
injustiças cometidas, ou quem olhar para os perversos que cercam os justos,
indagará sempre acerca de como se dá a justiça de Deus.
Se Habacuque considerasse que o juízo de Deus foi
estabelecido em Adão, e que todos os homens foram julgados e condenados, jamais
diria que Deus não o escutava. Quem aprender com Habacuque jamais considerará
que a justiça de Deus 'tarda mas não falha'. Aqueles que compreendem que a
humanidade já está sob condenação, a condenação em Adão, percebe que o juízo e
a condenação já foi estabelecido no passado da humanidade, ou seja, a justiça
de Deus não é tardia.
Ora, não precisa ser profeta para ver que a
violência humana e a iniqüidade é crescente. Ao observar a iniqüidade e a
opressão, Habacuque considerava que Deus é quem lhe mostrava o estado de
degradação do homem. Para ele, a justiça não se manifestava e a lei afrouxava
por causa do ímpio, aquele que que suscita a contenda e o litígio (v. 3- 4).
A questão levantada por Habacuque é semelhante a
dos religiosos, pois estes não compreendem por que Deus silencia acerca das
injustiças dos homens (sociais). Por que Deus permanece inerte e despreocupado
à vista da degradação da humanidade?
Diferentes dos religiosos da atualidade, que
procuram dar uma resposta às suas indagações, Habacuque esperou uma resposta de
Deus.
Deus não é a causa das injustiça sociais e nem das
violações de questões legais estabelecida pelos homens. O juízo de Deus foi
estabelecido sobre a humanidade em Adão, e a justiça de Deus manifesta-se em
Cristo. No juízo está a condenação da humanidade, na justiça de Deus manifesta
aos homens em Cristo, está a salvação.
Ora, as questões levantadas por Habacuque não
precisa ser as mesmas dos cristãos, pois já sabemos que a salvação de Deus é
individual e manifesta-se em Cristo "...
aquele que invocar o nome do Senhor será salvo" ( Jl 2:32 ). Os
cristãos devem saber que 'justiça' neste mundo é utópico, pois mesmo na terra
da retidão os ímpios não aprenderão a justiça (milênio) "Ainda que se mostre favor ao ímpio, nem por isso aprende a
justiça; até na terra da retidão ele pratica a iniqüidade, e não atenta para a
majestade do SENHOR" ( Is 26:10 ).
Justiça segundo a concepção inicial de Habacuque só
será estabelecida no novo céu e na nova terra que será criada por Deus num
tempo estabelecido por seu próprio poder "Porque,
eis que eu crio novos céus e nova terra; e não haverá mais lembrança das coisas
passadas, nem mais se recordarão" ( Is 65:17 ); "Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos
céus e nova terra, em que habita a justiça" ( 2Pe 3:13 ).
Embora a corrupção do gênero humano é observável a
olho nu, o socorro e a salvação de Deus é imediata àqueles que invocam o seu
nome. Os ouvidos de Deus não estão agravados para que não possa ouvir quem
clame por salvação "E há de ser que todo
aquele que invocar o nome do SENHOR será salvo" ( Jl 2:32 ); "EIS que a mão do SENHOR não está encolhida, para
que não possa salvar; nem agravado o seu ouvido, para não poder ouvir"
( Is 59:1 ).
5 Vede entre os gentios e olhai,
e maravilhai-vos, e admirai-vos; porque realizarei em vossos dias uma obra que
vós não crereis, quando for contada.
6 Porque eis que suscito os caldeus, nação amarga e impetuosa, que marcha sobre a largura da terra, para apoderar-se de moradas que não são suas.
7 Horrível e terrível é; dela mesma sairá o seu juízo e a sua dignidade.
8 E os seus cavalos são mais ligeiros do que os leopardos, e mais espertos do que os lobos à tarde; os seus cavaleiros espalham-se por toda parte; os seus cavaleiros virão de longe; voarão como águias que se apressam a devorar.
9 Eles todos virão para fazer violência; os seus rostos buscarão o vento oriental, e reunirão os cativos como areia.
10 E escarnecerão dos reis, e dos príncipes farão zombaria; eles se rirão de todas as fortalezas, porque amontoarão terra, e as tomarão.
11 Então muda a sua mente, e seguirá, e se fará culpado, atribuindo este seu poder ao seu deus.
6 Porque eis que suscito os caldeus, nação amarga e impetuosa, que marcha sobre a largura da terra, para apoderar-se de moradas que não são suas.
7 Horrível e terrível é; dela mesma sairá o seu juízo e a sua dignidade.
8 E os seus cavalos são mais ligeiros do que os leopardos, e mais espertos do que os lobos à tarde; os seus cavaleiros espalham-se por toda parte; os seus cavaleiros virão de longe; voarão como águias que se apressam a devorar.
9 Eles todos virão para fazer violência; os seus rostos buscarão o vento oriental, e reunirão os cativos como areia.
10 E escarnecerão dos reis, e dos príncipes farão zombaria; eles se rirão de todas as fortalezas, porque amontoarão terra, e as tomarão.
11 Então muda a sua mente, e seguirá, e se fará culpado, atribuindo este seu poder ao seu deus.
A Obra do Senhor
O profeta Habacuque como todos os homens 'anseiam'
por uma resposta divina, porém, será que a resposta de Deus é conforme os
anseios dos homens? A resposta de Deus é agradável aos homens?
Habacuque queria saber quando e como Deus trataria
com o seu povo. Até quando a iniqüidade, a opressão, a destruição, a violência,
o litígio, a contenda, a injustiça e o ímpio seria uma constante em Israel? (
Sl 73).
Deus ordena a Habacuque e a quem dentre o povo de
Israel que aguardava uma resposta de Deus, que olhassem entre as nações para
encontrarem a resposta. Deus estava realizando nos dias de Habacuque uma obra
maravilhosa, porém, não creriam quando tal obra fosse anunciada (v. 5).
Que obra Deus estava realizando e que daria uma
resposta àqueles que esperavam em Deus? Deus estava suscitando os caldeus! Os
caldeus eram habitantes semitas da Babilônia. Eram descendentes de Quesede,
irmão de Abraão ( Gn 22:22 ). Nos caldeus estaria a resposta a pergunta de
Habacuque!
Alguém poderia tentar contrariar o que Deus estava
anunciando dizendo que creria piamente na mensagem acerca da obra Deus. Isto é
possível?
Habacuque foi um dos profetas de Deus anterior ao
cativeiro de Israel e Judá. Profetizaram antes do cativeiro em Judá: Jeremias
(profetizou até o cativeiro), Joel, Miquéias, Naum, Habacuque e Sofonias, e em
Israel Oséias, Amós e Jonas.
Dentre estes profetas, muitos se ocuparam em
anunciar ao povo que Deus haveria de levar cativo o povo de Israel para a
Babilônia. Acaso alguém creu em Isaias quando anunciou que o povo haveria de
ser cativo em Babilônia? Do mesmo modo, alguém creu quando Jeremias profetizou
acerca do cativeiro? "O que ficar nesta cidade
há de morrer à espada, ou de fome, ou de pestilência; mas o que sair, e se
render aos caldeus, que vos têm cercado, viverá, e terá a sua vida por
despojo" ( Jr 21:9 ).
Quem creu no anunciado pelos profetas? Quem creu na
obra maravilhosa que foi anunciada: Deus suscitará os caldeus contra Israel
para castigar!
Habacuque compreendeu e anunciou que os caldeus
foram levantados por Deus. Bem antes de ocorrer a invasão de Nabucodonosor,
Habacuque demonstrou que os caldeus eram uma nação feroz e impetuosa. Que eles
marchariam para tomar casas que não eram suas (v. 6).
Os caldeus eram uma tribo semitas (também chamados
babilônicos), que ocuparam a região entre o Golfo Pérsico e a Babilônia. Eles
conquistaram a maior parte do Oriente num curto período de mais ou menos vinte
e cinco anos.
Nem mesmo quando Jerusalém estava cercada pelos
caldeus, o povo acreditou no anunciado por Jeremias "Assim
diz o SENHOR Deus de Israel: Eis que virarei contra vós as armas de guerra, que
estão nas vossas mãos, com que vós pelejais contra o rei de Babilônia, e contra
os caldeus, que vos têm cercado de fora dos muros, e ajuntá-los-ei no meio
desta cidade" ( Jr 21:4 ).
O profeta descreve os caldeus com detalhes bem
antes de iniciarem as suas conquistas:
a) Os caldeus eram uma nação amarga e impetuosa (v.
6);
b) Apoderam-se de tudo;
c) É uma nação horrível e terrível, pois ela estabelece o seu direito sobre o que não lhe pertencia segundo a sua dignidade (v. 7);
d) Eles utilizam cavalos que lhes dá agilidade para apanhar os inimigos, uma vez que tem a capacidade de espalharem-se por toda parte (v. 8);
e) A distância não é empecilho aos caldeus, pois podem alcançar a presa como as águias;
f) Os caldeus abaterão os povos com violência reunindo os cativos em grande número (v. 9);
g) Por fazerem várias conquistas, perdem o respeito pelos reis e os seus exércitos.
b) Apoderam-se de tudo;
c) É uma nação horrível e terrível, pois ela estabelece o seu direito sobre o que não lhe pertencia segundo a sua dignidade (v. 7);
d) Eles utilizam cavalos que lhes dá agilidade para apanhar os inimigos, uma vez que tem a capacidade de espalharem-se por toda parte (v. 8);
e) A distância não é empecilho aos caldeus, pois podem alcançar a presa como as águias;
f) Os caldeus abaterão os povos com violência reunindo os cativos em grande número (v. 9);
g) Por fazerem várias conquistas, perdem o respeito pelos reis e os seus exércitos.
Após inúmeras conquistas, os caldeus passariam a
considerar que as suas vitórias eram por causa de seus deuses, fato que torna
os caldeus culpados (v. 11).
Quando pregou aos judeus na sinagoga em um dia de
sábado, na cidade de Antioquia da Pisídia (Atos 13: 14), Paulo citou a idéia do
verso cinco de Habacuque, que é similar ao exposto pelo profeta Isaias.
Compare:
"Vede, ó desprezadores, e
espantai-vos e desaparecei; Porque opero uma obra em vossos dias, Obra tal que
não crereis, se alguém vo-la contar" ( At 13:41 );
"Vede entre os gentios e olhai,
e maravilhai-vos, e admirai-vos; porque realizarei em vossos dias uma obra que
vós não crereis, quando for contada" ( Hc 1:5 ), e;
"Diz o Senhor: Este povo se
aproxima de mim com a sua boca, e com os seus lábios me honra, mas o seu
coração está longe de mim (...) Portanto continuarei a fazer uma obra maravilhosa
no meio deste povo, uma obra maravilhosa e um assombro; a sabedoria dos seus
sábios perecerá, e o entendimento dos seus prudentes se esconderá" ( Is 29:13 -14).
Paulo apresenta aos judeus o alerta divino: 'Vede,
ó desprezadores...' (v. 5).
O que os judeus precisavam ver? Eles precisavam ver
e entender que:
1) A obra maravilhosa Deus seria suscitar uma nação
dentre os gentios para executar a sua vontade (v. 5);
2) Não acreditariam na obra realizada por Deus apesar de ter sido anunciada com antecedência (v. 5);
3) Diante da obra maravilhosa de Deus, a sabedoria e o entendimento dos homens haveria de desaparecer ( Is 29:14 ).
2) Não acreditariam na obra realizada por Deus apesar de ter sido anunciada com antecedência (v. 5);
3) Diante da obra maravilhosa de Deus, a sabedoria e o entendimento dos homens haveria de desaparecer ( Is 29:14 ).
Nos dias de Habacuque a obra de Deus foi suscitar
os caldeus, nação gentílica, nos dias do apóstolo Paulo a obra de Deus são os
cristãos, pessoas levantadas dentre todas as nações que se convertiam a Cristo.
Deus revelou a Habacuque que haveria de levantar
dentre as nações os caldeus, mas quando fosse anunciado ao povo de Israel a
obra que Deus haveria de realizar, o povo de Habacuque não haveriam de crer.
Isaias, Jeremias, Ezequiel e muitos outros profetas
anunciaram que o povo de Israel haveria de ser levado cativo pelos caldeus,
porém, eles não creram quando lhes foi anunciada a palavra do Senhor.
Habacuque descreve os caldeus segundo a visão que
Deus lhe concedeu, ao passo que o povo de Israel não acreditava na invasão dos
Babilônicos, a obra maravilhosa que Deus haveria de fazer.
Embora o povo de Israel não terem crido na obra de
Deus, no capítulo 5 do livro de Esdras, verso 12, Esdras descreveu a invasão de
Nabucodonosor, rei de Babilônia, o caldeu. Jeremias anunciou a obra maravilhosa
de Deus e ficou em Jerusalém com o restante do povo que não foi levado cativo (
2Rs 24:14 ). Ezequias também foi levado cativo à Babilônia na segunda
deportação de Judá, segundo a obra maravilhosa que foi anunciada por Deus por
intermédio dos seus profetas, como foi o caso de Habacuque.
12 Não és tu desde a eternidade, ó SENHOR meu Deus,
meu Santo? Nós não morreremos. Ó SENHOR, para juízo o puseste, e tu, ó Rocha, o
fundaste para castigar.
13 Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal, e a opressão não podes contemplar. Por que olhas para os que procedem aleivosamente, e te calas quando o ímpio devora aquele que é mais justo do que ele?
14 E por que farias os homens como os peixes do mar, como os répteis, que não têm quem os governe?
15 Ele a todos levantará com o anzol, apanhá-los-á com a sua rede, e os ajuntará na sua rede varredoura; por isso ele se alegrará e se regozijará.
16 Por isso sacrificará à sua rede, e queimará incenso à sua varredoura; porque com elas engordou a sua porção, e engrossou a sua comida.
17 Porventura por isso esvaziará a sua rede e não terá piedade de matar as nações continuamente?
13 Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal, e a opressão não podes contemplar. Por que olhas para os que procedem aleivosamente, e te calas quando o ímpio devora aquele que é mais justo do que ele?
14 E por que farias os homens como os peixes do mar, como os répteis, que não têm quem os governe?
15 Ele a todos levantará com o anzol, apanhá-los-á com a sua rede, e os ajuntará na sua rede varredoura; por isso ele se alegrará e se regozijará.
16 Por isso sacrificará à sua rede, e queimará incenso à sua varredoura; porque com elas engordou a sua porção, e engrossou a sua comida.
17 Porventura por isso esvaziará a sua rede e não terá piedade de matar as nações continuamente?
Como compreender a Obra
do Senhor?
O profeta Habacuque continua confiando em Deus, uma
vez que Deus é imutável "Não és desde a
eternidade, ó Senhor..." (v. 12). Deus é misericordioso, e não é
por causa da profecia acerca da invasão dos caldeus que a misericórdia seria
invalidada.
Apesar da invasão ser certa, contudo a confiança de
Habacuque era firme na fidelidade de Deus: "Não morreremos" (v. 12).
Habacuque demonstra que a fidelidade de Deus é a causa de Israel não ter sido
consumido. Porque Deus é desde a eternidade é que o povo não seria exterminado
(não morreremos).
Habacuque continua confiando em Deus, pois o
invoca: "Ó Senhor...". Ele entendeu que os caldeus foram
estabelecidos para juízo. Eles foram fundados para castigar Israel pela sua
desobediência, conforme o predito na lei de Moisés.
O profeta compreende que Deus é puro de olhos, de
modo que Ele não coaduna com a opressão (v. 13). A pureza de Deus era possível
ao profeta compreender, porém, não compreendia como Deus poderia levar a efeito
o seu propósito se a vara de correção (caldeus) eram homens aleivosos. Como os
ímpios podiam ser usados por Deus, se o povo de Israel, segundo a concepção de
Habacuque, eram mais justo do que eles?
É possível à concepção humana de justiça, alguém
ser mais justo que outro. Porém, segundo a justiça e o juízo de Deus, não há
uma gradação de justiça. Ou o homem é justo, ou não é.
Para Deus os caldeus e o judeus eram iguais, ambos
condenáveis diante de Deus. Para Habacuque, por serem descendentes de Abraão,
por terem as promessas, as escrituras, etc., ele considerava que a nação de
Israel era mais justa que as nações em redor.
Habacuque invoca a soberania de Deus para que Ele
estabeleça o seu reino, e os homens não mais vivam semelhante aos peixes e
répteis, sem quem os governe. É plausível esta consideração de Habacuque? Não!
Ele esqueceu de considerar que o domínio da terra foi dado aos homens, e o que
é dado por Deus Ele não toma.
A Cristo foi dado o domínio de todas as coisas
porque ele conquistou. Deus concedeu todo o domínio ao autor e consumador da
nossa fé, pois ele conquistou este direito ao morrer e ressurgir dentre os
mortos.
Habacuque não duvida da obra maravilhosa revelada,
porém, continua em busca de respostas, pois não compreende o modo de Deus
trazer correção ao seu povo.
Como Deus aceitava os caldeus abaterem os seus
inimigos através do Seu poder, se eles atribuíam as suas conquistas as suas
armadilhas e habilidades? (v. 16).
Habacuque procurou elementos para compreender a
ação divina, mas os cristãos conhecem que:
- Deus escolhe dentre os homens e dentre os povos quem executará uma obra, porém, isto não significa que o povo ou quem é escolhido será salvo;
- Israel foi escolhido para tornar conhecido o nome do Senhor sobre a terra, porém, individualmente cada descendente de Abraão precisava circuncidar o seu coração, caso quisesse ver a salvação de Deus;
- Ciro e Gideão executaram uma missão, porém, isto não lhes garantiu salvação;
- A salvação dos homens não é segundo uma escolha divina entre quem será ou não salvo, antes é pela fé em Cristo. Uma missão não concede salvação a ninguém.
- Os caldeus não eram mais ímpios que os israelitas, visto que a geração dos ímpios é diferente da geração dos justos.
Os ímpios são gerados segundo a vontade da carne,
vontade do varão e do sangue. Já os justos são gerados segundo a vontade de
Deus ( Jo 1:12 -13).
A geração dos ímpios é proveniente de Adão, e todos
os nascidos em Adão são pecadores, filhos da ira e da desobediência. A geração
dos justos é proveniente de Cristo, o último Adão, e todos os que são nascidos
de Deus são conhecidos d'Ele.
O povo de Israel devia compreender o que foi
exposto por Moisés: "Sabe, portanto, que não é
por causa da tua justiça que o Senhor teu Deus te dá essa boa terra, para a
possuirdes, pois és povo rebelde" ( Dt 9:6 ). Por que eles eram
rebeldes? A resposta está em Isaías: "Teu
primeiro pai pecou, e os teus intérpretes prevaricaram contra mim"
( Is 43:27 ).
O povo de Israel era rebelde (ímpio) pelo mesmo
motivo que as outras nações: Adão pecou! Se os interpretes de Israel
considerassem que todos pecaram em Adão e que foram destituídos da glória de
Deus, não teriam prevaricado contra o Senhor.
Eles não diriam que o povo de Israel eram filhos de
Deus por serem descendentes de Abraão. Antes demonstrariam que, para serem
filhos de Deus, o povo precisava circuncidar o coração, o que só é possível
através da fé em Deus, a mesma fé que teve o crente Abraão "Circuncidai, pois, o prepúcio do vosso coração, e
não mais endureçais a vossa cerviz" ( Dt 10:16 ).
Habacuque considerava que a impiedade do seu povo
era proveniente da opressão, da violência, do litígio, das injustiças, porém,
esqueceu que os homens são ímpios porque foram gerados e concebidos em pecado.
Ele não atinou que o primeiro pai dos homens (Adão) pecou e por isso todos
tornaram-se pecados, e carecem da glória de Deus.
1 SOBRE a
minha guarda estarei, e sobre a fortaleza me apresentarei e vigiarei, para ver
o que falará a mim, e o que eu responderei quando eu for argüido.
2 Então o SENHOR me respondeu, e disse: Escreve a visão e torna bem legível sobre tábuas, para que a possa ler quem passa correndo.
3 Porque a visão é ainda para o tempo determinado, mas se apressa para o fim, e não enganará; se tardar, espera-o, porque certamente virá, não tardará.
4 Eis que a sua alma está orgulhosa, não é reta nele; mas o justo pela sua fé viverá.
5 Tanto mais que, por ser dado ao vinho é desleal; homem soberbo que não permanecerá; que alarga como o inferno a sua alma; e é como a morte que não se farta, e ajunta a si todas as nações, e congrega a si todos os povos.
2 Então o SENHOR me respondeu, e disse: Escreve a visão e torna bem legível sobre tábuas, para que a possa ler quem passa correndo.
3 Porque a visão é ainda para o tempo determinado, mas se apressa para o fim, e não enganará; se tardar, espera-o, porque certamente virá, não tardará.
4 Eis que a sua alma está orgulhosa, não é reta nele; mas o justo pela sua fé viverá.
5 Tanto mais que, por ser dado ao vinho é desleal; homem soberbo que não permanecerá; que alarga como o inferno a sua alma; e é como a morte que não se farta, e ajunta a si todas as nações, e congrega a si todos os povos.
A Resposta ao Profeta
O profeta Habacuque recolhe-se e põe-se em guarda.
Fiado em suas considerações, Habacuque põe se em guarda por ser um dos atalaia
em Israel. Ele espera pela resposta divina e demonstra ansiedade pela resposta
que Deus haveria de apresentar as suas queixas. Caso ele fosse interpelado,
queria ter uma resposta (v. 1).
Habacuque obteve resposta de Deus! Deus ordena que
ele a escrevesse sobre tábuas a mensagem, para que as pessoas pudessem ler,
mesmo quando passassem correndo, ou seja, em letras grandes (v. 2). O efeito da
mensagem causa um trocadilho, visto que, faria quem lesse correr, ou seja:
"para que possa correr aquele que a le".
As tábuas utilizadas eram tijolos de argila, finos
como tabuas ou ardósia. Elas eram utilizadas na Babilônia.
A primeira resposta de Deus é sobre o tempo em que
Deus haveria de cumprir a visão dada a Habacuque ( Hc 1:2 e Hc 2:3 ).
A visão que Deus concedeu a Habacuque, ou seja, o
peso do Senhor acerca de Judá, haveria de ser no tempo determinado por Deus, e
com isso o profeta não precisava preocupar-se, pois a profecia seria cumprida
ao seu tempo.
Ora, se alguém entendesse que a profecia estava
tardando, bastava esperar, pois certamente ela cumprir-se-á no tempo
estabelecido por Deus, ou seja, não tardará. A visão cumprir-se-á no tempo que
Deus estabeleceu pelo seu próprio poder e não compete aos homens saberem quando
os eventos se dará.
Por que a visão deveria ser transcrita sobre
tábuas? Porque precisava ficar registrada sobre algo duradouro como testemunho
vivo para um tempo futuro. Quem lia sobre a invasão dos caldeus queria correr
do evento anunciado. Ora, não tardou e os caldeus levaram cativo o povo de
Israel conforme a palavra do Senhor ( Hc 1:6 -11).
Do mesmo modo que Deus revelou que o cativeiro de
Israel seria para os dias do profeta Habacuque ( Hc 1:5 ), Deus responde o
profeta, revelando que a nação incircuncisa que foi suscitada por Deus também
seria punida (Hc 2:4 -19).
Diante da visão divina, resta àqueles que fazem
perguntas vazias calarem-se ante o Senhor de toda a terra "Mas o Senhor está no seu santo templo; cale-se
diante dele toda a terra" ( Hc 2:20 ). Após dar ouvido as palavras
de Deus, Habacuque temeu ao Senhor, e compôs um Salmo, profetizando acerca da
providência divina aos homens ( Hc 3:1 -19).
A punição de Judá e Israel era iminente e a punição
dos caldeus para um tempo determinado ( Hc 1:5 e Hc 2:3 ). Ao ser ordenado que
a visão fosse escrita sobre tábuas com letras grandes, era para ela 'falar' até
o fim "Porque a visão é ainda para o tempo
determinado, e até o fim falará, e não mentirá" ( Hc 2:3 ), mesmo
que corressem quem a lesse.
A questão maior do profeta Habacuque foi
apresentada no verso 13 do capítulo 1: "Por
que te calas quando o ímpio devora aquele que é mais justo do que ele?".
Habacuque já estava indignado porque os ímpios em Judá fomentavam a violência,
e esperava que Deus tomasse providência para impedi-los (Hc 1: 2- 4). Agora,
quando Deus lhe dá a visão de que os incircuncisos caldeus (gentios) haveriam
de castigar Judá e Israel, ele não compreende porque Deus permite que ímpios
'devorem' àqueles que são mais 'justos'.
A resposta de Deus é clara e precisa: "Eis que a sua alma está orgulhosa, não é reta nele;
mas o justo pela sua fé viverá" (v. 4). O que Deus disse a
Habacuque? O que Habacuque compreendeu que o fez irromper em um alegre canto?
O verso 4 é regida por uma conjunção adversativa,
sendo que: se o justo viverá da fé, resta que o ímpio é quem tem a alma
orgulhosa. Deus apresenta o diferencial entre o justo e o ímpio. Enquanto o
diferencial entre o justo e o ímpio para Habacuque estava na violência, na
iniqüidade, na contenda, no litígio, na transgressão da lei, etc., Deus
demonstra que o diferencial é a fé que foi dada por Deus.
Através da visão, Habacuque compreende que tanto os
homens de Judá e Israel quanto os caldeus eram ímpios perante o Senhor. Aqueles
que Habacuque considerava mais justos que os caldeus, diante da visão
tornaram-se 'mais' ímpios, visto que o povo que se chama pelo nome de Deus era
dado ao vinho (v. 5).
Qual o vinho que o povo de Israel se embriagava? O
vinho produto do fruto da vide? Não! O vinho que os ímpios de Israel eram
'dados' (entregues) é o sono profundo que falou o profeta Isaias: "Pasmai, e maravilhai-vos, folgai, e clamai; bêbados
estão, mas não de vinho, andam titubeando, mas não de bebida forte. O Senhor
derramou sobre vós um espírito de profundo sono. Ele fechou os vossos olhos (os
profetas); ele vendou as vossas cabeças (os videntes)" ( Is 29:9
-10).
Quem não compreende as palavras da profecia é dado
ao vinho, ou seja, é desleal (ímpio). Anda titubeando. Diferente do justo que vive
pela fé, o ímpio (homem soberbo) não permanecerá (v. 5).
Habacuque conseguiu ver que o povo de Israel em
nada era diferente dos caldeus, pois os caldeus eram um povo voraz, insaciável,
que alargava como o inferno a sua alma, e os seus concidadãos também eram
opressores, violentos, contentores e perversos ( Hc 1:2 -4 e v. 5).
Habacuque havia questionado o Senhor por esquecer
que:
- O povo de Israel era nação rebelde ( Dt 9:6 );
- Não foi a justiça de Israel que os fez habitar a terra prometida ( Dt 9:4 );
- Deus não se afeiçoou de Israel e os escolheu por eles terem algum mérito, antes porque o Senhor os amava, ou seja, para fazer cumprir o juramento que foi feito a Abraão ( Dt 7:7 -8);
- Somente aqueles que circuncidarem o coração, ou seja, que não são de dura cerviz, é que são justos diante de Deus ( Dt 10:16 );
- A circuncisão do prepúcio do coração só é possível através da fé, e é pertinente a homens e mulheres, ricos e pobres, judeus e estrangeiros, pois Deus não faz acepção de pessoas.
Após considerar as palavra do Senhor ( Hc 3:2 ),
Habacuque percebeu que não havia diferença entre os homens de Judá e os
incircuncisos caldeus. Os caldeus ajuntavam para si as nações através da força
e violência, e o povo de Israel procuravam realizar o mesmo intento através de
alianças políticas. Ambos não confiavam em Deus, e atribuíam as suas conquistas
as suas estratégias. Os caldeus estratégias militares, e os israelenses,
estratégias políticas.
Habacuque 2: 4 é citado três vezes no Novo
Testamento pelos apóstolos, dada a importância desta visão concedida ao profeta
Habacuque ( Rm 1:17 ; Gl 3:11 e Hb 10:38 ).
Em Romanos Paulo demonstra que através do evangelho
o homem descobre a justiça de Deus, visto que o evangelho é poder de Deus para
a salvação, ou seja, recebem poder para serem feitos (criados) filhos de Deus
pela fé em Cristo ( Jo 1:12 -13).
Como o evangelho é a palavra da fé, a fé que uma
vez foi dada aos santos, temos que o justo viverá da palavra de Deus, ou seja
da fé ( Dt 8:3 ; Mt 4:4 ). Habacuque 2: 4 apresenta a mesma idéia de
Deuteronômio 8: 3.
Como os cristãos da Galácia queriam viver para Deus
se estavam se distanciando da palavra de Deus? O justo viverá da palavra da fé,
e não através das obras da lei, uma vez que estavam passando do evangelho de
Cristo para um outro evangelho.
O escritor aos Hebreus citou Habacuque para
demonstrar a necessidade de perseverança após o homem fazer a vontade de Deus.
Ora, a vontade de Deus é que o homem creia naquele que Ele enviou, ou seja, em
Cristo, porém, é preciso perseverar na fé para que o homem possa alcançar a
promessa ( Hb 10:35 -39).
6 Não levantarão, pois, todos
estes uma parábola e um provérbio sarcástico contra ele? E se dirá: Ai daquele
que multiplica o que não é seu! (até quando?) e daquele que carrega sobre si
dívidas!
7 Porventura não se levantarão de repente os teus extorquia dores, e não despertarão os que te farão tremer, e não lhes servirás tu de despojo?
8 Porquanto despojaste a muitas nações, todos os demais povos te despojarão a ti, por causa do sangue dos homens, e da violência feita à terra, à cidade, e a todos os que nela habitam.
9 Ai daquele que, para a sua casa, ajunta cobiçosamente bens mal adquiridos, para pôr o seu ninho no alto, a fim de se livrar do poder do mal!
10 Vergonhas maquinaram para a tua casa; destruindo tu a muitos povos, pecaste contra a tua alma.
11 Porque a pedra clamará da parede, e a trave lhe responderá do madeiramento.
12 Ai daquele que edifica a cidade com sangue, e que funda a cidade com iniqüidade!
13 Porventura não vem do SENHOR dos Exércitos que os povos trabalhem pelo fogo e os homens se cansem em vão?
14 Porque a terra se encherá do conhecimento da glória do SENHOR, como as águas cobrem o mar.
15 Ai daquele que dá de beber ao seu companheiro! Ai de ti, que adiciona à bebida o teu furor, e o embebedas para ver a sua nudez!
16 Serás farto de ignomínia em lugar de honra; bebe tu também, e sê como um incircunciso; o cálice da mão direita do SENHOR voltará a ti, e ignomínia cairá sobre a tua glória.
17 Porque a violência cometida contra o Líbano te cobrirá, e a destruição das feras te amedrontará, por causa do sangue dos homens, e da violência feita à terra, à cidade, e a todos os que nela habitam.
18 Que aproveita a imagem de escultura, depois que a esculpiu o seu artífice? Ela é máscara e ensina mentira, para que quem a formou confie na sua obra, fazendo ídolos mudos?
7 Porventura não se levantarão de repente os teus extorquia dores, e não despertarão os que te farão tremer, e não lhes servirás tu de despojo?
8 Porquanto despojaste a muitas nações, todos os demais povos te despojarão a ti, por causa do sangue dos homens, e da violência feita à terra, à cidade, e a todos os que nela habitam.
9 Ai daquele que, para a sua casa, ajunta cobiçosamente bens mal adquiridos, para pôr o seu ninho no alto, a fim de se livrar do poder do mal!
10 Vergonhas maquinaram para a tua casa; destruindo tu a muitos povos, pecaste contra a tua alma.
11 Porque a pedra clamará da parede, e a trave lhe responderá do madeiramento.
12 Ai daquele que edifica a cidade com sangue, e que funda a cidade com iniqüidade!
13 Porventura não vem do SENHOR dos Exércitos que os povos trabalhem pelo fogo e os homens se cansem em vão?
14 Porque a terra se encherá do conhecimento da glória do SENHOR, como as águas cobrem o mar.
15 Ai daquele que dá de beber ao seu companheiro! Ai de ti, que adiciona à bebida o teu furor, e o embebedas para ver a sua nudez!
16 Serás farto de ignomínia em lugar de honra; bebe tu também, e sê como um incircunciso; o cálice da mão direita do SENHOR voltará a ti, e ignomínia cairá sobre a tua glória.
17 Porque a violência cometida contra o Líbano te cobrirá, e a destruição das feras te amedrontará, por causa do sangue dos homens, e da violência feita à terra, à cidade, e a todos os que nela habitam.
18 Que aproveita a imagem de escultura, depois que a esculpiu o seu artífice? Ela é máscara e ensina mentira, para que quem a formou confie na sua obra, fazendo ídolos mudos?
Os 'ais'
Deus revela a Habacuque que os povos que forem
vencidos levantarão um provérbio, um dito zombador acerca dos caldeus (v. 6).
Os vencidos pelos caldeus haveriam de dizer: Ai de quem acumulou o que não é
seu! Ou seja, até quando os caldeus continuariam acumulando bens pela
violência?
Todos cantariam um provérbio acerca dos caldeus,
pois estava se sobrecarregando de penhores, e chegaria o tempo em que
apareceriam os credores. Ora, o acumulo de riquezas por parte dos caldeus não
faria despertar quem os levaria a ruína?
O fato de os caldeus ajuntarem penhores, outros
povos fariam com que os caldeus se transformassem em despojos (v. 7).
Por ter despojado muitas nações, os outros povos
haveriam de despojar os caldeus (v. 8).
Deus demonstra a Habacuque que os caldeus não
permaneceriam para sempre. Eles estavam ajuntando bens mal adquiridos para se
engrandecerem. Reputavam que, quanto maior as suas riquezas, com maior
facilidade se livrariam do mal (v. 9).
Com este pensamento, os caldeus haviam maquinado o
mal e a vergonha para as suas moradas. Por destruir muitos povos,
ensoberbeceram e a queda era iminente ( Hc 2:5 e 10).
Quem é a pedra que clamará da parede? As nações
vencidas e levadas cativas, visto que os caldeus utilizaram as nações vencidas
para construírem as suas moradas. A pedra haveria de clamar um dito zombador "Ai daquele que acumula o que não é seu..." (v.
6b), e a trave responderia como se estivessem compondo um coro "Ai daquele que edifica a cidade com sangue..."
(v. 12).
Deus demonstra através da visão que o labutar
constante das nações por poder é proveniente d'Ele mesmo "Não vem do Senhor dos Exércitos que as nações
labutem para o fogo..." (v. 12). Ora, Habacuque tinha que
compreender que é obra de Deus fazer com que as nações labutem para
conquistarem o que será destinado ao fogo, e os povos se fatiguem em vão.
Ora, se o 'labutar em vão' das nações é algo que
vem de Deus, porque preocupar-se com os incircuncisos caldeus? Eles eram
somente a vara de correção que Deus estava trazendo sobre Israel.
Habacuque deveria esperar na promessa de Deus, pois
a terra se encherá da glória de Deus '... como as águas cobrem o mar' "Não se fará mal nem dano algum em todo o monte da
minha santidade, pois a terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as
águas cobrem o mar" ( Is 11:9 ). A comparação é pertinente para
saber o que é o conhecimento do Senhor. Ora, as águas cobrem o mar na
plenitude, e do mesmo modo o conhecimento de Deus é pleno quando o homem é
conhecido do Senhor. Temos uma profecia para o milênio.
Deus demonstra que os caldeus perecerão, pois deram
a beber as nações o seu furor, ou seja, arquitetaram vingança, deitaram ira
para embebedar as nações. Somente a Deus pertence a vingança e a ira, pois Ele
mesmo diz: "Minha é a vingança" "Porque bem conhecemos aquele que disse: Minha é a
vingança, eu darei a recompensa, diz o Senhor. E outra vez: O Senhor julgará o
seu povo" ( Hc 10:30 ).
Os caldeus que pensaram estar fartos de honra,
trouxeram opróbrio sobre si. Do mesmo modo que os caldeus expuseram os
circuncisos (Israel) à vergonha, Deus proclama que fará os caldeus exibirem a
sua incircuncisão (vergonha). Haveria de chegar a vez dos caldeus beberem do
cálice da ira de Deus.
Observe que o cálice da ira é proveniente da mão
direita de Deus, o braço do Senhor manifesto a todos os povos, que é Cristo.
A visão do profeta Habacuque cumpriu-se em 539
a.C., quando a Babilônia caiu ante os Medos e Persas. Daniel foi um dos Judeus
levado cativo que presenciou a tomada de Babilônia (Daniel 5).
Por causa da violência contra o povo de Israel
(Líbano) (Josué 1: 4), a violência também cobriria os caldeus. Seriam
dilacerados do mesmo modo como as feras fazem com as suas presas (v. 17).
Deus havia suscitado os caldeus ( Hc 1:6 ), porém,
eles atribuíram o seu poderio as imagens de esculturas (v. 18- 19). Daniel em
seu livro demonstra que Belsazar promoveu uma festa e ofereceu louvores aos
seus deuses. Porém, mesma noite foi morto, e Dario, o medo ocupou o seu lugar (
Dn 5:4 e 31).
Deus alerta acerca dos
ídolos
Que proveito há no ídolo se é obra de um escultor?
As imagens de fundição são ensinadoras (mestre) de mentiras, visto que até os
seus artífices confiem nas obras de suas mãos (v. 18).
Deus demonstra que àqueles que tentam despertar a
matéria inerte estão completamente perdidos. Que pode o ídolo ensinar? Mesmo os
ídolos feitos com os materiais mais nobres, nada podem fazer pelos seus
seguidores (v. 19- 19).
Diferente dos ídolos que nada ensinam e não podem
proteger, Deus está assentado no seu santo templo. Aos que ouvem a sua palavra
resta por a mão à boca. Habacuque compreende que não terá uma resposta a altura
diante de Deus ( Hc 2:1 e 20).
1 ORAÇÃO do profeta Habacuque
sobre Sigionote.
2 Ouvi, SENHOR, a tua palavra, e temi; aviva, ó SENHOR, a tua obra no meio dos anos, no meio dos anos faze-a conhecida; na tua ira lembra-te da misericórdia.
3 Deus veio de Temã, e do monte de Parã o Santo (Selá). A sua glória cobriu os céus, e a terra encheu-se do seu louvor.
4 E o resplendor se fez como a luz, raios brilhantes saíam da sua mão, e ali estava o esconderijo da sua força.
5 Adiante dele ia a peste, e brasas ardentes saíam dos seus passos.
6 Parou, e mediu a terra; olhou, e separou as nações; e os montes perpétuos foram esmiuçados; ou outeiros eternos se abateram, porque os caminhos eternos lhe pertencem.
7 Vi as tendas de Cusã em aflição; tremiam as cortinas da terra de Midiã.
8 Acaso é contra os rios, SENHOR, que estás irado? É contra os ribeiros a tua ira, ou contra o mar o teu furor, visto que andas montado sobre os teus cavalos, e nos teus carros de salvação?
9 Descoberto se movimentou o teu arco; os juramentos feitos às tribos foram uma palavra segura. (Selá.) Tu fendeste a terra com rios.
2 Ouvi, SENHOR, a tua palavra, e temi; aviva, ó SENHOR, a tua obra no meio dos anos, no meio dos anos faze-a conhecida; na tua ira lembra-te da misericórdia.
3 Deus veio de Temã, e do monte de Parã o Santo (Selá). A sua glória cobriu os céus, e a terra encheu-se do seu louvor.
4 E o resplendor se fez como a luz, raios brilhantes saíam da sua mão, e ali estava o esconderijo da sua força.
5 Adiante dele ia a peste, e brasas ardentes saíam dos seus passos.
6 Parou, e mediu a terra; olhou, e separou as nações; e os montes perpétuos foram esmiuçados; ou outeiros eternos se abateram, porque os caminhos eternos lhe pertencem.
7 Vi as tendas de Cusã em aflição; tremiam as cortinas da terra de Midiã.
8 Acaso é contra os rios, SENHOR, que estás irado? É contra os ribeiros a tua ira, ou contra o mar o teu furor, visto que andas montado sobre os teus cavalos, e nos teus carros de salvação?
9 Descoberto se movimentou o teu arco; os juramentos feitos às tribos foram uma palavra segura. (Selá.) Tu fendeste a terra com rios.
A Oração de Habacuque
Depois que Deus revela a Habacuque os seus
desígnios, ele orou ao Senhor. O capítulo 3 do livro de Habacuque e uma oração
em forma de cântico. É um salmo profético!
Ao ouvir a palavra de Deus, Habacuque teme, ou
seja, ele deposita confiança em Deus. O temor ao Senhor é proveniente dos seus
ensinos. Após ter ouvido, ele creu em Deus, ou seja, ele segue o que disse
Miquéias "A voz do Senhor clama à cidade,
temer-lhe o nome é sabedoria. Escutai a vara, e quem a ordenou" (
Mq 6:9 ).
Embora a obra do Senhor que Habacuque faz
referência era o suscitar dos caldeus contra Israel e Judá ( Hb 1:6), ele não
teme e pede a Deus que implemente (avive) a sua obra. Deus haveria de levantar
os caldeus contra o povo de Israel, porém, Habacuque confia na misericórdia do
Senhor.
Habacuque sabia que os caldeus eram um povo feroz e
impetuoso, e que, segundo o oráculo que viu, Judá e Israel seriam levados
cativos, porém, à vista deste quadro de sofrimento e ignomínia, ele confia na
misericórdia de Deus "Fez com que deles
tivessem compaixão os que os levaram cativos" ( Sl 106:46 ).
Em nossos dias este versículo tem um valor
totalmente diverso da idéia que Habacuque procurou evidenciar. Perceba que
Habacuque não pede um avivamento 'espiritual', o que é comum interpretarem em
nossos dias. Ele ora a Deus que realize a sua obra, ou seja, a mesma obra
anunciada na primeira visão "Vede entre as
nações, e olhai, e maravilhai-vos, e admirai-vos, porque realizo em vossos dias
uma obra, que vós não crereis, quando vos for contada. Suscito os
caldeus..." ( Hc 1:5 -6).
Perceba que a oração de Habacuque é segundo a
vontade de Deus, ou seja, ele não pede que Deus livre a Israel do castigo,
antes que os caldeus venham segundo a palavra anunciada. Mesmo sabendo que os
caldeus viriam, a confiança de Habacuque não é abalada! Ele confia que o povo
de Israel seria preservado "Nós não morreremos", pois os caldeus
somente foram estabelecidos para castigar o povo de Israel ( Hb 1:12 ).
Habacuque pede a Deus que implemente (aviva) a sua
obra. Ora, a obra maravilhosa e admirável é o suscitar dentre as nações os
caldeus, e que, ao longo dos anos os homens haveriam de conhecê-la. Embora
fosse anunciado pelos profetas que Deus haveria de levantar os caldeus para
castigar, quando os profetas contavam maravilhosa obra, o povo de Israel não
cria. Eles não se arrependeram e veio o cativeiro conforme a visão dos profetas
"...vós não crereis, quando vos for
contada" ( Hc 1:5 ).
É possível ocorrer um
'avivamento', ao moldes do que é alardeado em nossos dias?
A bíblia demonstra que quem crer em Cristo como diz
as Escrituras verá a luz da vida.
Por intermédio da palavra de Deus o homem tem vida
e vida em abundância. Ora, Deus dá vida àquele que é participante da água que
faz jorrar uma fonte para a vida eterna. É possível a quem bebeu da água da
vida tornar a ter sede? A resposta é 'Não'! Do mesmo modo que é impossível
àquele que beber da água que faz jorrar uma fonte para a vida eterna ter sede
novamente, é impossível a idéia apregoada de avivamento para a igreja de Cristo
( Jo 4:13 -14).
A igreja de Cristo é viva e não dorme. Ela é
perfeita, pois o Senhor a estabeleceu para ser templo e morada do Espírito. A
igreja de Cristo não precisa de avivamento, pois jamais a igreja tornou-se
morna.
Perceba que há um grande diferencial entre o que
Habacuque pediu, que é: implemente (aviva) a tua obra, da idéia que muitos
apregoam: Deus trará um avivamento para a sua igreja. A obra que Habacuque fez
referência não tem relação alguma com a igreja. Enquanto Habacuque pede
misericórdia por causa da obra que estava por vir, a igreja só está a aguardar
a nova terra onde habita a justiça.
Embora Habacuque estivesse temeroso com relação a
vinda dos caldeus (a obra maravilhosa e admirável suscitada dentre as nações),
após ouvir a palavra do Senhor, ele creu. O temor não mais existia, pois estava
confiando no amor e na misericórdia de Deus. Liberto do medo, Habacuque espera
que Deus realize a sua obra e a torne conhecida de todos os homens (v. 2).
Ora, se o 'avivamento' fosse algo desejável do
ponto de vista humano Habacuque não clamaria por misericórdia ( Hc 3:2 ). Habacuque
também não estaria esperando o dia da angustia do seu povo ( Hc 3:16 b).
Apesar da aflição do seu povo, Habacuque expressa
quão grande é a glória de Deus: ela cobre os céus. Ele descreve que a Terra
encheu-se do seu louvor, isto porque na terra Deus estabeleceu uma das suas
maiores obras: fez dos homens Seus filhos (v. 3); ( Ef 1:11 -12).
O resplendor da glória de Deus se fez como a luz,
revelou Deus aos homens ( Jo 1:18 ). A luz de Deus que ilumina os homens (v. 4)
( Jo 1:9 ). O resplendor da glória de Deus é inacessível aos olhos dos homens,
porém, ao se fazer luz, 'vimos a glória do Unigênito de Deus'!
Habacuque fala da manifestação da salvação de Deus
de forma impar. Quando ele diz que raios brilhantes saíram das mãos de Deus,
ele estava falando do Cristo, o Filho de Deus. O braço do Senhor manifesto e
desnudado perante as nações "O SENHOR desnudou
o seu santo braço perante os olhos de todas as nações; e todos os confins da
terra verão a salvação do nosso Deus" ( Is 52:10 ).
Cristo é a Força do Senhor que dominará sobre a
terra (Isaias 40: 10). Cristo é o Senhor que escondeu o seu rosto da casa de
Jacó "E o resplendor se fez como a luz, raios
brilhantes saíam da sua mão, e ali estava o esconderijo da sua força"
(v. 4); "E esperarei ao SENHOR, que esconde o
seu rosto da casa de Jacó, e a ele aguardarei" ( Is 8:17 ).
Habacuque profetiza acerca de um dos eventos mais
esperado por Israel como nação: o dia em que Cristo há de julgar as nações e
submetê-las sob os seus pés (v. 5- 6; Sl 110:5 -7).
Haverá um dia em que Cristo marchará sobre a
largura da terra, e adiante dele irá a peste, e brasas ardentes sairá dos seus
pés. Ele parará e medirá a terra (julgamento) e separará as nações como o
pastor separa as ovelhas "E todas as nações
serão reunidas diante dele, e apartará uns dos outros, como o pastor aparta dos
bodes as ovelhas" ( Mt 25:32 ).
Os montes perpétuos (nações) serão desfeitas. Os
outeiros eternos (nações) serão abatidos, porque os caminhos eternos lhes
pertencem. Ele é a pedra lançada sem auxílio de mãos "Da
maneira que viste que do monte foi cortada uma pedra, sem auxílio de mãos, e
ela esmiuçou o ferro, o bronze, o barro, a prata e o ouro; o grande Deus fez
saber ao rei o que há de ser depois disto. Certo é o sonho, e fiel a sua
interpretação" ( Dn 2:45 ).
As grandes nações são comparadas aos montes e
outeiros, e Israel é comparado a um monte "Por
que saltais, ó montes elevados? Este é o monte que Deus desejou para a sua
habitação, e o SENHOR habitará nele eternamente" ( Sl 68:16 ).
Habacuque testemunhou acerca da aflição do seu
povo. Ele viu as tendas de Cusã em aflição e as cortinas da terra de Midiã
tremiam.
A aflição dos filhos de Israel não é em
conseqüência da ira de Deus. Deus não estará irado com Israel (rio) no tempo da
aflição. Enquanto as nações são comparadas aos mares, o povo de Israel é
comparada com rios e ribeiros. Quando Habacuque pergunta se é contra os rios
que Deus está irado, ele refere-se ao povo de Israel. Acaso Deus estava irado
contra Israel?
Ora, se o Senhor está montado sobre os seus cavalos
é porque chegou o dia da ira, o dia da retribuição, no qual ele trará a juízo
as nações e dará a beber a elas o cálice da sua ira. Para as nações inimigas
Deus é furor, para os que confiam em Deus, ele é salvação (v. 8).
Da primeira vez que foi manifesta a flecha do
Senhor, os homens pasmaram pela sua ignomínia, porém, após ele ser manifesto a
todos os povos, ele será o arco que se movimenta perseguindo os seus inimigos (
Is 52:14 -15); "E fez a minha boca como uma
espada aguda, com a sombra da sua mão me cobriu; e me pôs como uma flecha
limpa, e me escondeu na sua aljava" ( Is 49:2 ).
Habacuque ao orar a Deus profetiza acerca de
Cristo, a flecha da aljava de Deus. Porém, quando Deus tira a descoberto o seu
arco, verifica-se que está farta a aljava de flechas (muitos filhos de Deus "Tiras a descoberto o teu arco, e farta está a tua
aljava de flechas" (v. 9).
9 Tu fendeste a terra com rios.
10 Os montes te viram, e tremeram; a inundação das águas passou; o abismo deu a sua voz, levantou ao alto as suas mãos.
11 O sol e a lua pararam nas suas moradas; andaram à luz das tuas flechas, ao resplendor do relâmpago da tua lança.
12 Com indignação marchaste pela terra, com ira trilhaste os gentios.
13 Tu saíste para salvação do teu povo, para salvação do teu ungido; tu feriste a cabeça da casa do ímpio, descobrindo o alicerce até ao pescoço. (Selá.)
14 Tu traspassaste com as suas próprias lanças a cabeça das suas vilas; eles me acometeram tempestuosos para me espalharem; alegravam-se, como se estivessem para devorar o pobre em segredo.
15 Tu com os teus cavalos marchaste pelo mar, pela massa de grandes águas.
16 Ouvindo-o eu, o meu ventre se comoveu, à sua voz tremeram os meus lábios; entrou a podridão nos meus ossos, e estremeci dentro de mim; no dia da angústia descansarei, quando subir contra o povo que invadirá com suas tropas.
17 Porque ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; ainda que decepcione o produto da oliveira, e os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja gado;
18 Todavia eu me alegrarei no SENHOR; exultarei no Deus da minha salvação.
19 O SENHOR Deus é a minha força, e fará os meus pés como os das cervas, e me fará andar sobre as minhas alturas. (Para o cantor-mor sobre os meus instrumentos de corda).
10 Os montes te viram, e tremeram; a inundação das águas passou; o abismo deu a sua voz, levantou ao alto as suas mãos.
11 O sol e a lua pararam nas suas moradas; andaram à luz das tuas flechas, ao resplendor do relâmpago da tua lança.
12 Com indignação marchaste pela terra, com ira trilhaste os gentios.
13 Tu saíste para salvação do teu povo, para salvação do teu ungido; tu feriste a cabeça da casa do ímpio, descobrindo o alicerce até ao pescoço. (Selá.)
14 Tu traspassaste com as suas próprias lanças a cabeça das suas vilas; eles me acometeram tempestuosos para me espalharem; alegravam-se, como se estivessem para devorar o pobre em segredo.
15 Tu com os teus cavalos marchaste pelo mar, pela massa de grandes águas.
16 Ouvindo-o eu, o meu ventre se comoveu, à sua voz tremeram os meus lábios; entrou a podridão nos meus ossos, e estremeci dentro de mim; no dia da angústia descansarei, quando subir contra o povo que invadirá com suas tropas.
17 Porque ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; ainda que decepcione o produto da oliveira, e os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja gado;
18 Todavia eu me alegrarei no SENHOR; exultarei no Deus da minha salvação.
19 O SENHOR Deus é a minha força, e fará os meus pés como os das cervas, e me fará andar sobre as minhas alturas. (Para o cantor-mor sobre os meus instrumentos de corda).
Salmodiando ao Senhor
O povo de Israel (rios) causa uma divisão sobre a
terra: temos a nação bem-aventurada e os outros povos (v. 9). Por Deus ter
escolhido a Israel dentre todas as nações, criou-se uma divisão sobre a terra.
As nações (montes) vêem a glória do Senhor e ficam
apavorados. Diante do Senhor de toda a terra a inundação (invasão) das nações
(muitas águas) passam (v. 10).
O abismo restitui o que deteve, e levanta as mãos
ao alto em sinal de rendição (v. 10).
Os filhos de um homem em sua virilidade são
comparados as flechas na mão de um homem poderoso "Como
flechas na mão de um homem poderoso, assim são os filhos da mocidade"
( Sl 127:4). Habacuque descreve o Senhor como Aquele que possui um aljava cheia
de flechas ( Hc 3:9 ), ou seja, Ele possui muitos filhos dentre os homens (v.
11).
Diante da glória dos filhos de Deus, o sol e a lua
deixará de cumprir a sua função diária e se recolherá em sua morada (aposento).
Diante do resplendor daquele que é o Sublime entre os
sublimes, o sol e
a lua haverá de recolher-se, pois o Cordeiro de Deus iluminará a cidade santa "Nunca mais te servirá o sol para luz do dia nem com
o seu resplendor a lua te iluminará; mas o SENHOR será a tua luz perpétua, e o
teu Deus a tua glória" ( Is 60:19 ).
Observe a superioridade da lança comparado as
flechas. O brilho das flechas e o resplendor da lança será suficiente para
iluminar a cidade santa, pois assim como Ele é, os cristãos serão semelhantes a
Ele "E a cidade não necessita de sol nem de
lua, para que nela resplandeçam, porque a glória de Deus a tem iluminado, e o
Cordeiro é a sua lâmpada" ( Ap 21:23 ).
Cristo foi feito mais sublime que os seus, e os
cristãos, como casa espiritual e habitação do Altíssimo, serão mais sublimes
que os céus, pois assim como Ele é, serão semelhantes a Ele "Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é
manifestado o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar,
seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos" ( 1Jo 3:2
).
Com indignação Cristo marchará sobre a terra e
trilhará as nações. Quando Habacuque escreveu esta oração profética, ele
conseguiu visualizar o Senhor Jesus marchando sobre a largura da terra.
Habacuque não visualiza somente a Babilônia, antes as nações que se submeterão
ao reino de Cristo no milênio ( Sl 110:5 -7).
A saída de Deus no dia da batalha será em defesa do
seu povo, os descendentes de Abraão segundo a carne. Diferente e a ação de Deus
para com o seu povo segundo a fé que teve o crente Abraão, a igreja, os filhos
de Deus segundo a fé em Cristo, pois estarão nas bodas do Cordeiro ( Jo 1:12
-13). Há os descendentes de Abraão segundo a carne e os filhos de Abraão
segundo a fé, nomeados também de filhos de Deus.
Ao salvar o seu povo (Israel), Deus preserva o
trono do seu Ungido (v. 3). O 'chefe' da terra da impiedade será ferido e
despido completamente. Quem é (será) o chefe da terra? O iníquo que haverá de
se levantar contra o povo escolhido, segundo a eficácia de Satanás "E então será revelado o iníquo, a quem o Senhor
desfará pelo assopro da sua boca, e aniquilará pelo esplendor da sua
vinda" ( 2Ts 2:8 ).
Cristo sairá para livrar o povo de Israel quando
eles forem atacados pelas nações. Eles atacarão o povo de Israel como se
estivessem para devorar o pobre as ocultas. Eles atinarão que Israel estará
indefeso, porém, eles serão traspassados por suas próprias armas, quando
avançarem com o ímpeto semelhante a das tempestades sobre Israel ( Hb 3:14 ).
Ora, novamente Habacuque utiliza a figura do mar e
das águas para falar das nações (v. 15). Do mesmo modo, João na ilha de Patmos
utilizou a figura das águas e do mar para fazer referência as nações da terra: "Então o anjo me disse: As águas que viste, onde se
assenta a prostituta, são povos, multidões, nações e línguas" ( Ap
17:15 ).
Ao ouvir a voz do Senhor que marcha entre os povos
da terra, o profeta Habacuque sente temor e tremor, visto que a sua carne não
suporta a voz do Altíssimo. Por não poder suster-se em pé, Habacuque considera
que a podridão acometeu os seus ossos (v. 16).
Apesar de toda glória revelada, o profeta aguarda a
invasão dos caldeus, que prefigura o dia da angustia, o tempo da grande
tribulação (v. 16b; Mt 24:21 ).
Diante desta revelação maravilhosa, o profeta que
estava orando ao Senhor irrompe em adoração. Ainda que as maiores adversidades
acometesse a existência de Habacuque, todavia o profeta estaria alegre no
Senhor. O exultar do profeta é a salvação de Deus, apesar dos contra-tempos
desta vida.
Habacuque apresenta um quadro de transtorno das
coisas naturais: não florescer a figueira; a vide não produzir frutos; a
oliveira não produza; os campos não produzam mantimentos; as ovelhas
exterminadas; os currais não tenham gado. Ora, os homens confiam piamente na
natureza, pois ela não os decepciona. Alegram-se quando vêem o que a natureza
produz, porém não esperam no Deus da nossa salvação.
Ao final da sua oração Habacuque bendiz ao Senhor.
Por confiar em Deus, Ele tornou-se a força do profeta. Os pés do profeta será
ágil e forte como os pés das corças. As corças andam por lugares inatingíveis a
outros animais do campo, e o profeta, segundo a força do Senhor, trilhará
caminhos altos.
Este trecho final da oração de Habacuque é
semelhante a fala de Paulo: "Não digo isto por
necessidade, pois já aprendi a contentar-me em toda e qualquer situação (...)
Posso todas as coisas naquele que me fortalece" ( Fl 4:11 -13). O
poder de Deus se aperfeiçoa na fraqueza dos homens!
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