Básico: Mateus 5:13-16;
Romanos 12:1,2
“Para que sejais
irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio duma geração corrompida
e perversa, entre a qual resplandeceis como astros no mundo” (Fp. 2.15).
INTRODUÇÃO
A vida cristã deve ser o
modelo e o referencial para a sociedade. Por isso, o Testemunho Cristão não
deve ser visto como uma opção, e sim, como um imperativo. Para que a missão
integral da igreja seja eficaz é preciso ter como base a vivência na Palavra de
Deus. Não se trata de uma experiência apenas intelectual, envolve também a
prática. Precisamos viver o que pregamos, ou pregar o que vivemos. Não há uma
dualidade entre o que o crente diz e faz, do tipo “faça o que eu digo, mas não
faça o que eu faço”. O testemunho é feito principalmente por meio de nossa
vida. Ele fala aos nossos ouvintes mais alto até que nossas palavras. Por isso
o apóstolo Paulo exorta-nos: “Portai-vos de modo que não deis escândalo nem aos
judeus, nem aos gregos, nem à igreja de Deus”. É dever de todo cristão, ter uma
vida íntegra, independente do modelo e dos padrões da sociedade moderna. Como
disse o Senhor, por intermédio do profeta Malaquias: “Então, vereis outra vez a
diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus e o que não serve”
(Ml 3.18); demonstrando, assim, que o mundo deve ver esta diferença em nós (2Rs
4.9; 1Tm 4.12).
Para ilustrar a
importância do testemunho cristão, o Senhor Jesus utilizou-se de dois elementos
comuns aos ouvintes: o sal e a luz(Mt 5:13,14). A ilustração do sal fala do
nosso caráter; a luz fala do nosso testemunho. Observe que Cristo falou
primeiro do sal da terra e depois da luz do mundo. Assim, o caráter precede o
testemunho.
A importância vital
desses dois símbolos pode ser observada pelos efeitos que exercem. Se o sal for
insípido, perderá totalmente o seu valor (Mt 5:13). Se a luz estiver apagada ou
escondida, nenhum benefício trará ao ambiente (Mt 5:14).
1) O CRISTÃO COMO SAL DA TERRA
“Vós sois o sal da terra;
e, se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta, senão
para se lançar fora e ser pisado pelos homens”(Mt 5:14). Quando proferiu estas
palavras, Jesus achava-se em Cafarnaum, cercado por grande multidão, num lugar
que hoje é apontado como o Monte das Bem-aventuranças. Elas falam sobre a
influência e a responsabilidade do cristão neste mundo. Estas palavras serviram
para os ouvintes daquele tempo e é ainda útil para os cristãos hoje, pois
através delas aprendemos que devemos ser exemplo para o mundo e, ao mesmo
tempo, devemos militar contra o mal e a corrupção da sociedade.
Ao dizer que somos o “sal
da terra”, o Senhor nos identificou a Ele, já que o sal era o elemento presente
em todas as ofertas de manjares apresentadas ao Senhor (Lv 2:13) - “E toda a
oferta dos teus manjares salgarás com sal; e não deixarás faltar à tua oferta
de manjares o sal da aliança do teu Deus; em toda a tua oferta oferecerás sal”.
Nota-se que o sal era SINAL da aliança entre Deus e Israel. Por isso era
chamado sal da aliança, mostrando que a aliança era inviolável. Também
simbolizava a permanência no fato de que dava imunidade contra a corrupção.
Também indicava comunhão e fidelidade, visto que as alianças eram seladas com
uma refeição comum, na qual o sal era ingrediente importante. Conheça outras
“alianças de sal” em Números 18:19, 3Crônicas 13:5 e Ezequiel 43:24.
1. Ser “sal da terra” é dar sabor ao ambiente onde vivemos.
O sal dá sabor, faz com
que o alimento se torne gostoso, temperado e agradável. Como crentes, devemos
tornar o lugar onde estamos agradável, apetitoso, equilibrado. Como as pessoas
se sentem quando estão conosco? Será que irradiamos paz, tranqüilidade,
confiança, pureza, equilíbrio e moderação? Será que, com exceção daqueles que
estão sob possessão maligna, nossa presença é um lenitivo espiritual para as
pessoas que nos cercam? Ou será que nós, ao invés de sermos “sal da terra”,
temos sido “vinagre”, azedando o ambiente, tornando-o ácido e de difícil
convivência? Somos pacificadores ou, pelo contrário, por nosso intermédio é que
se produzem as contendas e porfias nos relacionamentos?
Devemos ter muito cuidado
para que o sal da nossa vida espiritual e do nosso testemunho não venha a
perder o sabor: “O sal é certamente bom; caso, porém, se torne insípido, como
restaurar-lhe o sabor?”(Lc 14:34). Se ele perde o sabor, não servirá para mais
nada, só para ser pisado pelos homens. “Se o sal for insípido, não mais presta
senão para ser lançado fora e pisado pelos homens”(Mt 5.13b). Assim é o mau
crente que perdeu o temor de Deus e procede desonestamente no seio da
comunidade em que vive.
2. Ser “sal da terra” significa, também, trazer “calor
humano”, solidariedade e amor ao lugar onde estamos.
Com efeito, nos países
temperados e frios, o sal é utilizado para impedir que o gelo e a neve se
produzam nas estradas e ruas no rigor do inverno. O sal, portanto, impede que
se consolide a frieza, que predomine o gelo. Temos sido instrumento para o
aumento da amizade e do companheirismo entre as pessoas? Temos levado as
pessoas a reavaliar a sua relação com Deus, ou somos os principais
“refrigeradores” do ambiente onde estamos, levando as pessoas a se distanciar
cada vez mais do “Sol da justiça” e do “fervor espiritual”?
3. Ser “sal da terra” é conservar o ambiente onde se
encontra, é preservar a sua qualidade.
Nos tempos antigos, e até mais recentes, este
era o recurso para evitar a deterioração dos alimentos perecíveis, de modo que
podiam ser ingeridos a qualquer tempo, sem a perda de seus valores
nutricionais. Se o mundo ainda não apodreceu de vez, se tudo ainda não
“degringolou” definitivamente, é porque ainda existe um povo que é o “sal da
terra”: a Igreja. Em Apocalipse estão descritas uma série de pragas e
destruição que serão desencadeadas com a nossa partida durante o arrebatamento,
então de certa forma, estamos preservando também este mundo da sua iminente
destruição.
4. Ser “sal da terra” é
ser instrumento de resistência. O cristão, onde quer que se encontre, precisa
ser um instrumento da resistência do Espírito Santo contra a corrupção, contra
a degeneração total deste mundo (2Ts 2:7). Como se comportam as pessoas que
conosco convivem quando vão encetar conversas imorais, chocarrices e outras más
conversações? Será que se incomodam com a nossa presença? Será que nos respeitam?
Ou será que somos os primeiros a nos assentar na roda dos escarnecedores? O
ambiente aumenta de padrão moral com a nossa presença, ou não fazemos a menor
diferença? Se somos “sal da terra”, evidentemente que somos um instrumento de
resistência e, embora não possamos “consertar o mundo”, pelo menos um pouco de
moralidade, pureza e santidade levaremos ao ambiente, pois, se somos “sal da
terra”, não permitiremos a deterioração total do ambiente.
4. Ser “sal da terra” é estimular sede espiritual nos outros.
Na falta de água doce o
náufrago, na ânsia de matar a sede, pode chegar a ingerir a água do mar, e isto
vai fazer com que sinta mais sede ainda, pois a água salgada aumentará a
sudorese e, consequentemente, o náufrago irá desidratar-se mais rápido, aumentando
assim a sua sede. Logo, está biologicamente comprovado que o sal produz sede. O
cristão como o sal precisa produzir sede espiritual nos outros, como fez Jesus
no 8º dia da festa dos tabernáculos (João 7:37b).
Como está a sua vida
nessa área? Você tem salgado o seu ambiente? Através do seu testemunho cristão
você tem se posicionado contra a corrupção? Esse é o desafio para o verdadeiro
discípulo de Cristo.
II. O CRISTÃO COMO LUZ DO
MUNDO
“Vós sois a luz do mundo;
não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte“(Mat. 5:14). Como LUZ,
o cristão, conduz as pessoas àquele que é a fonte da salvação.
1. O que é “ser luz do mundo”.
Diferente do sal, que não
é visto em ação, a luz só tem valor quando é percebida. A ausência da luz
permite que a escuridão prevaleça. Mas, quando a luz chega, as trevas
desaparecem.
a) Ser “luz do mundo” é iluminar o mundo.
Isto significa fazer
resplandecer a luz do Evangelho de Cristo (2Co 4:4), o que somente se faz
quando praticamos a verdade, quando temos um comportamento de total submissão
às Escrituras (2Co 4:2). Quando vivemos conforme a Palavra de Deus, os homens
veem que estamos na luz e identificam que somos filhos de Deus e, por isso,
glorificam ao nosso Pai que está nos céus, pois sabem que nossas obras são boas
(Mt 5:16).
b) Ser “luz do mundo” é ter comunhão com Deus.
Isto significa viver sem
pecar e, se pecarmos por acidente, pedirmos imediatamente perdão a Deus e a
quem ofendermos, como também termos comunhão uns com os outros, com a “família
de Deus”(Ef 2:19), pois só assim teremos condição de estar debaixo do poder
purificador do sangue de Cristo (1João 1:5-7).
c) Ser “luz do mundo” é amarmos o próximo como a nós mesmos.
Não é apenas dizer que
amamos, mas tomarmos atitudes reais que demonstram o nosso amor pelo outro
(1João 3:17-19), guardando, assim, os mandamentos do Senhor (1João 3:24).
d) Ser “luz do mundo” é também trazer não só iluminação, mas
também calor para o mundo.
A luz também produz calor
e é necessário que o cristão traga, ao mundo, fervor espiritual (Rm 12:11).
Para termos fervor espiritual, faz-se mister que vivamos uma vida de
santificação, de oração e de jejum, para que sejamos vasos de honra na casa do
Senhor e nossas palavras possam “ferver”, atingindo os corações (Sl 45:1). Uma
vida de separação do pecado é indispensável para que tenhamos “fervor”, que não
se confunde com “barulho” nem tampouco com “emocionalismo” ou “movimentos
carnais”.
e) Ser “luz do mundo” é produzir energia.
O cristão verdadeiro traz
ânimo e estimula os demais a buscar a Deus, a temer a Deus. Quando o cristão
vive uma vida de sinceridade, todos que estão à sua volta percebem a sua
condição de santo homem de Deus (2Rs 4:9) e, por isso, passam a desejar a sua
companhia, ainda que inconscientemente, pois todo homem tem dentro de si um
vazio do tamanho de Deus. Muitas vidas têm se rendido a Cristo por causa dos
testemunhos destas “luzes do mundo” que estão a brilhar por este mundo afora
(Fp 2:15). O verdadeiro cristão é um dínamo, uma testemunha de Cristo que,
revestida de poder, leva multidões aos pés do Senhor com o seu exemplo (1Pe
2:21).
f) Ser “luz do mundo” é manter-se anônimo.
Quando brilhamos, não
fazemos aparecer a nossa imagem, pois somos apenas espelhos(2Co 3:18),
luzeiros(Fp 2:15 ARA), que estão a refletir a imagem de Cristo, o único que
deve aparecer e ser glorificado.
2. Algumas
características de grande valor.
a) A luz não tem
preconceitos.
Ela tanto brilha sobre um
criminoso como sobre uma criança inocente. Ela tanto brilha sobre um lamaçal,
como sobre uma imaculada flor. Assim deve ser o crente no desempenho de sua
missão de luz no mundo, esparzindo a luz do Evangelho de Cristo sobre todos os
povos e indivíduos, independente de idade, sexo, cor, religião, profissão e
posição.
b) A luz precisa ser
alimentada (ver Mat. 5:15,16).
A luz que iluminava as
casas nos tempos de Jesus era de lamparina, alimentada através de um pavio
mergulhado em azeite. O tipo de material da lâmpada variava, mas o combustível
era um só: o azeite. O mesmo ocorre ao verdadeiro cristão. Ele depende sempre
do óleo do Espírito Santo para difundir a luz de Cristo e a luz do Evangelho.
c) A luz não se mistura.
Mesmo que ela ilumine
lixo, sujeira, lamaçal, etc, ela não se contamina. Assim deve ser o crente:
viver neste mundo tenebroso à difundir a luz de Cristo, sem se contaminar com o
pecado e as obras infrutuosas das trevas. Os crentes primitivos tinham um
testemunho tal que as pessoas não ousavam se aproximar e se misturar com eles
(cf. At 5:13). Os crentes, pela sua vida de santidade, pela sua comunhão com o
Senhor, geravam temor, respeito e estima entre os incrédulos. Isto também já
presenciamos, décadas atrás, na nossa sociedade em relação à igreja evangélica
brasileira. Entretanto, nos últimos tempos, não há mais isto em nosso meio.
Pelo contrário, não são poucos os crentes que fazem questão de se parecer com
os incrédulos, não são poucos os crentes que querem se envolver, se misturar
com os incrédulos, de tal maneira que já não é tão fácil identificar uma pessoa
que se diz crente da que não é. Não estamos aqui falando de aparência, de
vestimenta ou de coisas semelhantes, mas de algo muito mais profundo: de uma
espiritualidade diversa.
d) A luz resplandece.
“Assim resplandeça a vossa luz diante dos
homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai, que está
nos céus”(Mt 5:16). Todos nós sabemos quão difícil é andar em lugares escuros;
podemos tropeçar e cair. Resplandecer diante dos homens é dar condições a eles
de verem o caminho certo e andar sem tropeçar. O importante é que devemos
resplandecer diante deles, porque só assim a luz estará cumprindo a sua
finalidade. Podemos resplandecer com a nossa fé e as nossas boas obras.
III. O TESTEMUNHO DO
CRENTE
No antigo testamento, o
“testemunho” era algo que podia ser visto e observado, um sinal, uma prova de
algo. Temos como exemplos o conteúdo da própria arca, a saber, as tábuas de
pedra que reproduziam os dez mandamentos, escritos pelo dedo de Deus (Ex 31:18;
32:15; 34:29; 40:20; Lv 16:13; Nm 17:10). Encontramos, também, em algumas
passagens na história de Israel, coisas que serviam de prova de fatos para o
povo como o altar construído pelas tribos de Ruben, Gade e a meia tribo de
Manassés (Js 22:34) ou a pedra que serviu de prova do pacto renovado por Israel
na velhice de Josué (Js 24:27).
A importância do
“Testemunho” era tanta que a própria arca foi chamada, por vezes, de “arca do
testemunho” (Ex 25:22; 26:33,34; 30:6,26; 31:7; 39:35; 40:3,5,21; Nm 4:5; 7:89;
Js 4:16). Também, foi chamado de “testemunho” a própria lei do Senhor (Dt 31:9;
Sl 19;7; 78:5; 119:88). Uma demonstração, uma comprovação de que Deus havia
dado Sua lei ao povo e que tal lei devia ser cumprida.
No período da Graça de
Deus, o “testemunho” é mais forte do que as pedras das tábuas da lei.
Neste novo pacto firmado na pessoa de Jesus
Cristo, na nova aliança, a lei do Senhor não está mais gravada em tábuas de
pedra, mas, sim, nos corações de cada pessoa salva (Jr 31:31-33; Hb 8:8-10).
Este testemunho é superior ao anterior, porque é feito por intermédio de
“pedras vivas” (1Pe 2:5), por pessoas que são verdadeiras cartas lidas e
conhecidas por todos os homens (2Co 3:2). O poeta sacro Bruno Skolimovsky bem
disse: “O povo de Deus aqui na Terra tem um sinal” (início da primeira estrofe
do hino 455 da Harpa Cristã). Este sinal é o testemunho! Jesus Cristo disse que
Seus discípulos seriam “testemunho” perante governadores e reis e perante os
gentios (Mt 10:18; Mc 13:9; Lc 21:12,13), bem como que o próprio Evangelho
seria “testemunho” para todos os povos (Mt 24:14).
Para ter o testemunho de
Jesus é preciso crer em Jesus como o Filho de Deus (1João 5:10).
É pela fé em Jesus que se inicia o testemunho
do discípulo do Senhor, como, aliás, já ocorria com os antigos (Hb 11:2). Por
isso, o testemunho cristão não vem do homem, mas, sim, de Deus (1João 5:9),
porquanto a fé vem de Deus (Ef 2:8). Quem crê em Jesus começa a ter o
testemunho, pois “…o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta
vida está em Seu Filho” (1João 5:11).
1. O testemunho é algo que é reconhecido por todos os que o
veem.
O testemunho do crente,
ou sua conduta, ou sua maneira de viver é o cartão de visita de sua Igreja. Um
crente, sem dizer palavras, pode abrir ou fechar as portas para o Evangelho.
Hoje, quando falamos de Jesus, ou de nossa Igreja, e alguém nos diz: “eu
conheço um crente”, ou “eu tenho um parente que é crente”, nós já nos colocamos
na defensiva, prontos para explicarmos sobre a existência das “virgens loucas e
das prudentes”, dos “peixes bons e ruins”, do “joio e do trigo”.
Com tantas denominações
ditas evangélicas, porém, sem ensino bíblico, com tanta gente mudando para a
“religião evangélica”, sem mudança de vida, ou sem o Novo Nascimento, com os
escândalos se multiplicando até mesmo entre os que são chamados de “obreiros”,
o testemunho do crente está sendo desacreditado. Porém, ainda há crentes,
homens de Deus, como Elizeu, que deixam um rastro de luz por onde passam,
testificando das grandezas de Deus, mesmo sem dizer palavras. Falando de
Elizeu, a Sunamita não disse ter ouvido o que ele falou, mas, “tenho
observado”(cf 2Reis 4:8-9).
2. O Testemunho do cristão através do seu andar ou de seu
modo de viver - “Andai com Sabedoria para com os que estão de fora…“.
3.
Aqui, a expressão de Paulo “os que estão de
fora”, refere-se àqueles que não pertencem à Igreja, ou, que não são crentes,
como nós. Desta forma, “os que estão de fora” podem estar dentro de nossa casa,
ser nossos parentes; podem estar ao lado de nossa casa, ser nossos vizinhos;
podem estar ao nosso lado, sendo nossos colegas de trabalho, ou de escola;
podem estar nos caminhos por onde passarmos e nos locais onde convivemos.
Toda essa gente que nos
cerca, que nos conhece, que convive conosco - pode não ler a Bíblia, mas,
certamente, lê a nossa vida.
Gostando do que leram em
nós, poderão sentir desejo de ler, também, a Bíblia.
Fica claro que o crente
não pode separar o que ele faz, daquilo que ele é. Não tendo uma maneira de
andar conforme deve andar um seguidor de Jesus, então, também, não pode, ou não
deve, falar que é um crente em Jesus. Conta-se que um “crente” estava falando
de Jesus e de sua Palavra. Uma pessoa que o conhecia, disse-lhe: “O que você
faz fala tão alto que eu não consigo ouvir o que você diz”. Assim, para poder
dizer que é um discípulo de Jesus, para poder dar o seu testemunho de crente, é
preciso viver como um discípulo e ser um crente.
Portanto, “Andar com
sabedoria para com os que estão de fora…”, pelo seu testemunho de crente, pode
ser um ganhador de almas, mesmo sem dizer palavras.
4. O Testemunho do cristão confirmado pelo falar - “A vossa
palavra seja sempre agradável, temperada com sal”(Cl 4:6).
Esta é outra maneira do
crente testemunhar, ou dar o seu testemunho do que o Senhor Jesus fez em sua
vida. Para isto não precisa ser um eloqüente pregador, não precisa possuir
nenhum diploma, não precisa ser uma pessoa influente - precisa ter o que falar
de Jesus.
Uma palavra temperada com
sal:
a) Traz equilíbrio.
O apóstolo Paulo, ao
afirmar que a palavra do crente deve ser temperada com sal, mostra-nos que deve
haver um equilíbrio, uma moderação nas nossas palavras. O crente deve saber
avaliar os prós e os contras antes de abrir a sua boca. Deve controlar os seus sentimentos,
as suas emoções, colocando todo o seu ser sob o controle do Espírito Santo. A
temperança, o equilíbrio, a moderação, o autocontrole no falar é absolutamente
necessário para que tenhamos um testemunho irrepreensível diante dos homens.
b) É agradável aos ouvintes.
Uma palavra temperada com
sal é uma palavra que traz agrado dos ouvintes, traz satisfação, emoções
favoráveis. Paulo disse que a palavra deve ser sempre agradável, ou seja,
causar simpatia, não repugnância; deve trazer alegria, não tristeza; deve
trazer esperança, não desespero.
c) Proporciona edificação
espiritual.
Uma palavra temperada com
sal é uma palavra que traz aos ouvintes edificação espiritual, que contribua
para o seu progresso espiritual, para o próprio despertamento da espiritualidade
na vida daqueles que não conhecem Jesus como Senhor e Salvador. Uma palavra que
traz paz, equilíbrio, consolo, conforto; uma palavra que privilegia a vida, o
respeito, a honra, enfim, os valores morais.
c) Traz cura para a alma.
Uma palavra temperada com
sal é uma palavra que traz cura para as feridas das pessoas, que é capaz de ser
alívio e remédio para as dores das pessoas, não as dores físicas, mas de origem
sentimental, emocional e espiritual. A palavra do cristão deve ser tal que produza
conforto, consolo e alívio para os perdidos, de modo a levá-los ao conhecimento
do Consolador, do Deus de toda a consolação.
Podemos dar nosso
testemunho de crente? Se pudermos preencher as três condições acima, então
demos nosso testemunho de cristão, vivendo como deve viver um crente em Jesus e
contando a todos o que Ele fez em nós e por nós.
CONCLUSÃO
Para que o testemunho
cristão seja eficaz é necessário que sejamos diferentes. Ser diferente é ser
“pedra viva”, é ser testemunha de Jesus, e uma testemunha não pode ser
comprometida com o mundo, alheia ao senhorio de Cristo, hipócrita,
falsificadora da Palavra, interessada em coisas desta vida. Uma testemunha não
pode estar presa às circunstâncias da vida, mas, como prova de Deus, tem de
superar o tempo e todas as demais circunstâncias.
Temos sido testemunhas de
Jesus? Há transformação à nossa volta por causa de nosso testemunho? O Senhor
tem confirmado o nosso testemunho com demonstração de poder? Temos tido alguma
relevância na sociedade em que vivemos? A ordem do Senhor é que sejamos Suas
testemunhas onde estivermos.
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