Mt 7.23-32
23 E,
chegando ao templo, acercaram-se dele, estando já ensinando, os príncipes dos
sacerdotes e os anciãos do povo, dizendo: Com que autoridade fazes isto? e quem
te deu tal autoridade? 24 E Jesus, respondendo, disse-lhes: Eu também vos
perguntarei uma coisa; se ma disserdes, também eu vos direi com que autoridade
faço isto. 25 O batismo de João, de onde era? Do céu, ou dos homens? E pensavam
entre si, dizendo: Se dissermos: Do céu, ele nos dirá: Então por que não o
crestes? 26 E, se dissermos: Dos homens, tememos o povo, porque todos
consideram João como profeta. 27 E, respondendo a Jesus, disseram: Não sabemos.
Ele disse-lhes: Nem eu vos digo com que autoridade faço isto. 28 Mas, que vos
parece? Um homem tinha dois filhos, e, dirigindo-se ao primeiro, disse: Filho,
vai trabalhar hoje na minha vinha. 29 Ele, porém, respondendo, disse: Não
quero. Mas depois, arrependendo-se, foi. 30 E, dirigindo-se ao segundo,
falou-lhe de igual modo; e, respondendo ele, disse: Eu vou, senhor; e não foi.
31 Qual dos dois fez a vontade do pai? Disseram-lhe eles: O primeiro.
Disse-lhes Jesus: Em verdade vos digo que os publicanos e as meretrizes entram
adiante de vós no reino de Deus. 32 Porque João veio a vós no caminho da
justiça, e não o crestes, mas os publicanos e as meretrizes o creram; vós,
porém, vendo isto, nem depois vos arrependestes para o crer".
Introdução:
1. No domingo
passado, pudemos ver algumas maneiras pelas quais podemos fazer a vontade de
Deus. São elas:
a) Fugindo à
hipocrisia. De nada adianta ficarmos invocando o nome de Senhor, profetizar, e
até mesmo operar curas, milagres, se formos crentes nominais e não tendo um
compromisso sério com Deus. A hipocrisia é uma tremenda farsa, que engana os
homens, mas não pode enganar ao Deus Criador.
b) Vivendo o
evangelho. O Evangelho tem poder e funciona, quando é vivido na prática, quando
seus princípios são equivalentes ao nosso modo de vida. Se aqueles que nos
cercam podem ver Cristo em nós, certamente nossa palavra será uma palavra de
efeito, de transformação e mudança. Caso contrário, estaremos perdendo nosso
tempo, trombeteando palavras sem efeito prático.
c) Resistindo
às provações. Devemos aprender a resistir os momentos de pressão, de
tribulações e angústias, onde Satanás procura nos derrotar com as suas
tempestades. Toda tentação e provação, já chega até nós com o escape dado por
Deus. Não devemos lastimar e murmurar em função delas, mas devemos aproveitar
os momentos difíceis para sermos aperfeiçoados na graça de Deus.
2. Hoje,
focalizando ainda o tema "vontade de Deus", "Queremos ver mais
algumas maneiras pelas quais podemos obedecê-la":
I – Aceitando
a autoridade de Cristo como palavra final
1. "Com
que autoridade fazes tu estas coisas? e que te deu tal autoridade?", Vs.
23.
2. No
presente texto, podemos observar que a autoridade do Senhor está sendo
questionada. Dentro da sociedade judaica, o direito de ensinar era somente conferido
pelos escribas, ou por um de seus principais representantes, e somente era
concedido a alguém que tivesse completado os estudos exigidos, geralmente aos
pés de algum instrutor ou instrutores reconhecidos. Este exemplo podemos
observar na vida de Paulo:
a) At 5.34,
"Mas, levantando-se no conselho um certo fariseu, chamado Gamaliel, doutor
da lei, venerado por todo o povo, mandou que por um pouco levassem para fora os
apóstolos".
b) At 22.3,
"Quanto a mim, sou judeu, nascido em Tarso da Cilicia, e nesta cidade
criado aos pés de Gamaliel, instruído conforme a verdade da lei de nossos pais,
zeloso de
Deus, como
todos vós hoje sois".
3.
Normalmente quando o curso era terminado, havia uma cerimônia, onde o diplomado
recebia uma chave, símbolo da interpretação da lei. Ora, o profeta Jesus de
Nazaré não possuía esta credencial, o que acontecia também com o profeta João
Batista, aceito pelo povo e "engolido" goela abaixo pelos líderes
religiosos, que tinham medo de desagradar o povo.
4. Daí a
pergunta inteligente de Jesus: "O batismo de João é dos céus ou dos
homens?", Vs. 25. Esta pergunta esbarraria em duas pressuposições:
a) Se os
escribas e fariseus dissessem "dos céus", Jesus lhes perguntaria:
"Então por que não crestes?". Evidentemente, se João fosse
reconhecido por eles como enviado de Deus, tinham eles, o obrigação de receber
suas profecias e seus ensinos.
b) Se eles
respondessem "dos homens", provocariam o povo, uma vez que o povo
considerava João um profeta por excelência. O medo destes escribas de fariseus
de serem reprovados pelo povo, os levava agora a uma encruzilhada sem saída, um
beco sem volta.
5. A grande verdade é que Cristo é a
palavra final na revelação da vontade de Deus. Sua autoridade não se fundamenta
na razão, mas na alma que aceita a sua vontade. Cristo deve ser nossa fonte de
ensino e revelação de Deus pela natureza de sua Palavra. Alguns pontos sobre o
ensino de Jesus:
a) O ensino
de Jesus era confirmado com curas e milagres, Mt 4.23, "E percorria Jesus
toda a Galiléia, ensinando nas suas sinagogas e pregando o evangelho do reino,
e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo".
b) O ensino
de Jesus era com autoridade, Mt 7.29, "Porquanto os ensinava como tendo
autoridade; e não como os escribas". Enquanto que os escribas ensinavam
pelo conhecimento da letra, Jesus ensinava pela autoridade do Espírito de Deus.
c) O ensino
de Jesus era com sabedoria, Mt 13.54, "E, chegando à sua pátria,
ensinava-os na sinagoga deles, de sorte que se maravilhavam, e diziam: De onde
veio a este a sabedoria, e estas maravilhas?"
5. Por estas
e por outras razões é que o ensino de Cristo inquestionável. Sua autoridade é a
palavra final em termos da verdade de Deus.
II – Não se
limitando apenas à intenção de fazer
1.
"Filho, vai trabalhar hoje na vinha. Ele respondeu: Sim, senhor, mais não
foi", Vs. 28.
2. Alguém já
disse que "de boas intenções o inferno está cheio". As vezes a
distância entre as boas intenções e as boas ações é maior do que parece à
primeira vista. Quando não há verdadeira disposição de fazer a vontade de Deus,
de nada vale a cortesia nas palavras, que podem esconder uma hipocrisia que
Deus condena.
3. Deus quer
mais ação de seu povo. De nada adianta elaborarmos planos, meditar neles,
colocar até mesmo no papel, se nos faltar as ações correspondentes. A Palavra
de Deus é clara em muitos textos que precisamos ter boas intenções, mas
coroadas com ações equivalentes:
a) 1 Jo
3.16-18, "16 Conhecemos o amor nisto: que ele deu a sua vida por nós, e
nós devemos dar a vida pelos irmãos. 17 Quem, pois, tiver bens do mundo, e,
vendo o seu irmão necessitado, lhe cerrar as suas entranhas, como estará nele o
amor de Deus? 18 Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por
obra e em verdade".
b) Tg
2.14-17, "14 Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé, e não
tiver as obras? Porventura a fé pode salvá-lo? 15 E, se o irmão ou a irmã
estiverem nus, e tiverem falta de mantimento quotidiano, 16 E algum de vós lhes
disser: Ide em paz, aquentai-vos, e fartai-vos; e não lhes derdes as coisas
necessárias para o corpo, que proveito virá daí? 17 Assim também a fé, se não
tiver as obras, é morta em si mesma".
c) Tg 4.17,
"Aquele, pois, que sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado".
4. Pelos
texto que lemos na Palavra de Deus, podemos ver o valor das obras em relação às
boas intenções. Deus quer que seu povo seja operoso, que trabalhe com todo
amor, I Co 15.58, "Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes,
sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no
Senhor".
III-
Reexaminando honestamente as decisões já tomadas anteriormente
1. "Não
quero, mas depois, arrependendo-se, foi", Vs. 30.
2. Pode
dar-se o caso de alguém ter consciência de que não esta fazendo a vontade de Deus.
É hora de refletir melhor, arrepender-se e reencontrar o caminho certo. A
mudança de atitude mostra reflexão, humildade e desejo de agir acertadamente no
futuro. São qualidade que agradam a Deus e elevam o crente.
3. Devemos
ter a hombridade suficiente para mudar quando percebemos que estamos trilhando
um caminho que desagrada ao Senhor. Os "turrões", os
"teimosos", os "resistentes", não chegarão a lugar algum.
Estão lutando contra Deus. Foi o que Gamaliel disse a alguns judeus resistentes
e teimosos, At 5.39, "Mas, se é de Deus, não podereis desfazê-la; para que
não aconteça serdes também achados combatendo contra Deus".
4. Queremos
ilustrar este ponto utilizando dois exemplos, um negativo (que resiste a
mudanças) e um positivo (que sofre mudanças):
a) Exemplo
negativo: Os judeus que apedrejaram Estevão, At 7.57-60, "57 Mas eles
gritaram com grande voz, taparam os seus ouvidos, e arremeteram unânimes contra
ele. 58 E, expulsando-o da cidade, o apedrejavam. E as testemunhas depuseram as
suas capas aos pés de um jovem chamado Saulo. 59 E apedrejaram a Estêvão que em
invocação dizia: Senhor Jesus, recebe o meu espírito. 60 E, pondo-se de
joelhos, clamou com grande voz: Senhor, não lhes imputes este pecado. E, tendo
dito isto, adormeceu".
a.1) Nos
versículos anteriores observamos Estevão reconstituindo a história de seu povo,
mostrando a provisão de Deus para cada fase da história, culminado com o ato
histórico que estavam vivenciando, naquela ocasião, ou seja o evento Jesus
Cristo, que mesmo sendo o Messias de Deus, fora crucificado.
a.2) Com
isto, Estevão estava dando a oportunidade daqueles judeus se arrependerem de
seus pecados e do pecado de haverem condenado Jesus à morte através de Pôncios
Pilatos. Deus sempre dá oportunidades para que o homem mude sua vida, através
da pregação da Palavra de Deus.
a.3) O que
aconteceu? Ao invés deles se arrependerem de seus pecados, acabaram por cometer
mais um homicídio, que foi o assassinato de Estevão por apedrejamento. Podemos
ver a que ponto podemos chegar quando somos rebeldes à Palavra do Senhor!
b) Exemplo
positivo: A conversão de Saulo de Tarso, At 9.15-16, "15 Disse-lhe, porém,
o Senhor: Vai, porque este é para mim um vaso escolhido, para levar o meu nome
diante dos gentios, e dos reis e dos filhos de Israel. 16 E eu lhe mostrarei
quanto deve padecer pelo meu nome".
b.1) Vendo os
versículos anteriores, podemos ver quem era Saulo de Tarso. Era ele, um
perseguidor implacável da Igreja de Cristo. Estava se dirigindo a Damasco,
capital da Assíria, com credenciais das autoridades judaicas, dando-lhes plenos
poderes para perseguir, maltratar e prender os crentes em Cristo.
b.2) Quase
chegando a Damasco, Saulo de Tarso teve uma experiência com o Senhor Jesus, que
o jogou por terra, através do brilho de uma forte luz, o que provocou tremenda
mudança em sua vida.
b.3) Chegando
ao texto lido, encontramos um outro discípulo do Senhor apreensivo em obedecer
à voz do Espirito de Deus no sentido de que acolhesse a Saulo. Mas o Espírito
de Deus lhe revela que Saulo havia sido transformado pelo poder de Deus e que
de "perseguidor da Igreja", seria agora o seu "grande
promotor", o que lhe custaria não a glória dos homens, mas o sofrimento e
até mesmo a morte dele.
5. Nestes
dois exemplos, podemos ver como podemos reagir diante de mudanças que são
necessárias para corrigir nossos caminhos. Muita gente diz: "Eu não mudo,
porque estou certo em minha posição". Lembre-se o que diz a Palavra de
Deus, Is 55.8-9, "8 Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos,
nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o Senhor. 9 Porque assim como os
céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do
que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos
pensamentos".
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