segunda-feira, 21 de julho de 2014

LIÇÃO Nº 02 (EBD) – O QUE É COMUNHÃO?



 TEXTO BÍBLICO: ATOS 2: 42 – 47.

 LEITURA DIÁRIA:

 Segunda Feira -------=> Atos 1: 1 – 2.

Terça Feira----------- => Atos 1: 13 – 20.

Quarta Feira ---------=> Atos 1: 21 – 26.

Quinta Feira ---------=> Atos 2: 1 – 13.

Sexta Feira ----------=> Atos 2: 14 – 21.

Sábado ---------------=> Atos 2: 22 – 36

Domingo -------------=> Atos 2: 37 – 47.

 Um dos grandes problemas da vida moderna é a falta de relevância que as pessoas sentem em termos de sua individualidade. A sociedade moderna tem deixado pouco espaço para que as pessoas se relacionem. O fenômeno da urbanização, apesar de reunir milhares de pessoas em uma mesma área geográfica, tem provocado o efeito colateral do distanciamento entre as pessoas.

 Esbarramo-nos uns nos outros, mas não nos comunicamos. Vemos pessoas em diferentes situações, mas temos receio de desenvolver relacionamento significativo com elas. Se é verdade que nunca estivermos tão uns do outro em termos físico, não menos verdade é que nuca estivermos tão distante em termos de relacionamento pessoais. Temos medo de nos expor. Temos medo de compartilha problemas. Apavoramo-nos com a ideia de que alguém invada a nossa privacidade. Ao invés de aprofundarmos nossas relacionamentos  em termos pessoais, recolhemo-nos nas cavernas em que se transformaram nossas casas e apartamento. E o que não dizer dos verdadeiros presídios representado pelos condomínios.

 Nossos relacionamentos, em consequência, são por demais superficiais. Ate mesmo a forma de cumprimentarmos os outros denuncia a nossa a nossa incapacidade – ou seria melhor dizer, falta de vontade?  - de conhecer melhor as pessoas comas quais nos relacionamos no dia a dia de nossas vidas.

 Quando cumprimento alguém perguntamos: “Como vai? Vai tudo bem?” E as pessoas respondem: “Sim, vai tudo bem, e você?” temos receio de que a pessoa fale que não esta bem, que esta enfrentando algum tipo de problema pois caso isso aconteça, nos veremos na contingencia de parar a fim de escuta-la. Neste caso, o “vai bem?” funciona como uma espécie de coerção para que a pessoa nos responda de forma convencional.

 Por outro lado, a pessoa que nos responde prefere dizer que esta “tudo bem”, pois não desenvolveu a confiança necessária para compartilhar problemas a nível mais profundo.  Desta forma vivemos a farsa de relacionamentos amistosos, aparente. Quando enfrentamos crises profundas, entramos em depressão por não termos com quem compartilhar os problemas. Muitas pessoas se desesperam e atentam contra a vida.

 Deus tem um remédio para tudo isso. Através da igreja de Jesus Cristo temos a chance de viver a gostosa experiência de comunhão solidaria. A nossa comunidade formada pelos salvos que respondem com fé à graça de Deus revelada em Jesus Cristo, de acordo com o plano do pai celestial, deve ser e promover o ambiente necessário e indispensável para que as pessoas desenvolvam relacionamentos significativos no aqui e no agora de suas vidas.

       1)    COMUNHÃO: QUE BICHO É ESSE?

 Quando você ouve a palavra comunhão, que tipo de imagem se forma em sua mente?

Um cafezinho ou um lanche na cantina da igreja?

A conversa com seus irmão e irmã em Cristo, depois que o culto termina?

Uma viagem turística a Israel com um grupo de pessoas?

Uma atividade de grupo na igreja?

 Temos o hábito de utilizar a palavra comunhão para designar a nossa participação em atividades como essas. Mas esse uso da palavra comunhão é equivocado. O fato de participarmos de atividades sociais com outras pessoas na igreja, não significa necessariamente que temos comunhão com elas. Não se nega que que tais atividades tenham o seu lugar na vida da igreja. Mas coloca-las como se fossem sinônimas de comunhão é um abuso da linguagem Cristã.

 Esse é um abuso perigoso. Leva a decepção por nos induzir ao pensamento de que estamos mantendo comunhão uns com os outros quando na verdade, o nosso ser interior está faminto por falta de verdadeira comunhão.

 COMUNHÃO É UMA DAS GRANDES PALAVRAS DO NOVO TESTAMENTO

 Detona algo que é vital para a saúde espiritual do Cristão e que tem um significado central para a verdadeira vida da igreja. é de suma importância portanto, que esclarecemos o seu real sentido no cristianismo.

 A palavra comunhão aparece na primeira descrição que o novo testamento nos dá sobre a vida da jovem igreja Atos 2: 42 E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na “comunhão...conversas, lanches, viagens turísticas? Não; para os cristãos primitivos comunhão era uma palavra que detonava algo de uma outra natureza e de um nível mais profundo.

 A continuação da leitura de Atos cap. 2 nos esclarece o sentido e a profundidade da palavra comunhão.

 Veja Atos 2: 42 E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações. 43 E em toda a alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos. 44 E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum. 45 E vendiam suas propriedades e bens, e repartiam com todos, segundo cada um havia de mister. 46 E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração, 47 Louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar.

 A luz desse quadro fica evidente que estamos bem longe de experimentar a verdadeira comunhão. Uma grande quantidade de atividade que denominamos de comunhão não tem nada a ver. Dai a importância de resgatarmos o sentido da verdadeira comunhão no novo testamento, a fim de viver essa experiência no aqui e no agora de nossas vidas, como participantes do Corpo de Cristo – A igreja.

 Na língua grega, idioma em que foi escrito o novo testamento, a palavra que é traduxida por comunhão é “koinonía" . Essa palavra  expressa a ideia de participação, de ter algo em comum com alguém mais.

Veja 1º Cor. 10: 16  Porventura o cálice de bênção, que abençoamos, não é a comunhão do sangue de Cristo? O pão que partimos não é porventura a comunhão do corpo de Cristo? 17 Porque nós, sendo muitos, somos um só pão e um só corpo, porque todos participamos do mesmo pão.1º Cor. 6: 14 Ora, Deus, que também ressuscitou o Senhor, nos ressuscitará a nós pelo seu poder.1º Cor. 13: 13  Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor. Diz respeito ás coisas que compartilhamos uns com os outros e as quais nos relacionamos. Um companheiro, por exemplo, é koinonós.
Essa comunhão pode assumir duas formas:Você pode permite que uma outra pessoa participe daquilo que você tem ou faz; Ou você pode participar daquilo que uma outra pessoa tem ou esta fazendo. Na comunhão cristã  essa duas formas tem o seu lugar.

      2)    A DUPLA DIMENÇÃO DA COMUNHÃO CRISTÃ.

 A comunhão cristã tem uma dupla dimensão: É primeiramente vertical e, depois horizontal. O plano horizontal da comunhão que é a nossa preocupação imediata, pressupõe a dimensão vertical como garantia de nossa própria existência. A dimensão vertical como da comunhão foi descrita pelo apostolo João quando ele escreveu: O que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos, para que também tenhais comunhão conosco; e a nossa comunhão é com o Pai, e com seu Filho Jesus Cristo. 1ª João 1: 3 é essa comunhão que identifica um cristão.

 De fato, João evita uma definição precisa de um cristão. Ele apenas diz que a pessoa que não esta em comunhão como pai e com o filho, por mais piedosa que possa parecer aos nossos olhos, não é cristã.

 Já a dimensão horizontal da comunhão é o compartilhar habitual, o constante dar e receber um do outro, que deve caracterizar o verdadeiro e autentico padrão de vida para o povo de Deus. A comunhão com Deus, portanto, é a fonte de onde se origina a comunhão entre os cristãos. A comunhão com Deus é o fim ultimo a ser alcançado. A comunhão cristã é um meio para se atingir essa meta.

 Consequentemente, não deveríamos considerar a nossa comunhão com os outros cristãos como um tipo de capricho espiritual ou como um acréscimo aos nossos exercícios devocionais privados! Pelo contrario! A comunhão é algo essencial a vida própria cristã! Devemos reconhece-la como uma como uma necessidade espiritual, pois Deus nos fez de tal maneira que a nossa comunhão com ele seja alimentada pela nossa comunhão com os nossos irmãos em Cristo.

 Precisamos alimenta-la constantemente para que possamos aprofundar e enriquecer a nossa comunhão com o próprio Deus.

 CONCLUSÃO!!!

 “TER COISAS EM COMUM, ViVER COM PESSOAS EM COMUM”. É isto o que a verificamos na vida das igrejas na atualidade?Vivemos realmente aquilo que é chamado no novo testamento de comunhão dos santos, como família de Deus?

 Parece que a realidade que observamos é bem diferente. Em muitas igrejas, hoje, seria difícil reconhecer que os cristãos têm qualquer coisa em comum, a não ser que se reúnem para cultuar a Deus em conjunto, em um período determinado do dia de domingo, num lugar especifico chamado templo ou santuário. Terminando o período de culto suas vidas não se tocam mais.

Caminham por direções completamente separadas e distantes.

Não oram um pelo o outro.

Não se ajudam mutuamente.

Algumas vezes nem mesmo se conhecem.

 Que tipo de comunhão é essa?

Será que esse tipo de convivo social e superficial pode ser chamado de comunhão?

 Carente de relacionamento significativo, os membros da igreja irão procura-lo em outros lugares como: Clubes de serviço ou recreativo, grupos sociais profissionais, seitas religiosas emergentes, misticismo oriental, ou outras igrejas cuja proposta procuram suprir essa necessidade básica de pertencer e de sentirem-se relevantes, ou valorizados, em termos pessoais.

 QUAIS AS PROVÁVEIS CAUSA DESSA SITUAÇÃO?

 Por que as igrejas, em grande numero, não tem conseguido suprir a necessidade de comunhão entre os seus membros, uma vez que, de acordo com o ensino  da bíblia, a comunhão é parte inseparável de sua natureza de ser?

 Por outro lado, como desenvolver a vida de comunhão na vida da igreja, de acordo com o novo testamento?

 Isto é o que vamos procurar responder no próximo estudo.

  

Autor: Pr. Darci Dusillek: Bacharel em teologia, licenciado em filosofia, especialista em documentação científica e mestre em ciência da informação. Foi professor do Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, da Universidade do Rio de Janeiro, da PUC e da Universidade Gama Filho, todos no Rio de Janeiro.



É autor do conhecido: A Arte da Investigação Criadora.

Em janeiro de 2006 lançou seu último livro: O Que Deus Sabe Sobre o Meu Futuro? — a doutrina da predestinação e eleição à luz da Bíblia, da teologia e da cosmologia.

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