domingo, 9 de março de 2014

Líderes, é preciso se envolver!



O isolamento e o afastamento do convívio com outras pessoas é a pior opção que um líder pode escolher.

A capacidade de influenciar os liderados está muito ligada ao nível de envolvimento que o líder cultiva com as pessoas. A falta de proximidade, segundo psicólogos, é um dos motivos determinantes para o surgimento de depressão, desânimo e outras enfermidades relacionadas.

As pessoas confiam em quem se preocupa com elas. Estão abertas a opiniões e sugestões dos que demonstram interesse pelos seus problemas, pelas suas dificuldades e pelos seus valores.

Ser líder significa estar disposto a se envolver com as pessoas, ser sensível às suas necessidades e ser capaz de incentivá-las a crescer e a desenvolver seu potencial.
Certamente há riscos em se envolver com as pessoas. Podem decepcionar, podem frustrar expectativas, podem ser ingratas. Talvez por isto muitos optem por erguer muros para se defenderem dos perigos do relacionamento. Não se envolvem, não se abrem.

Ao líder essa opção está descartada. É inerente ao líder a necessidade de envolver-se com as pessoas. É preciso conhecê-las. É preciso correr os riscos próprios de relacionamentos sabendo que o potencial de sucesso é maior que as dificuldades encontradas no caminho.

Além de razões psicológicas para justificar o envolvimento há, para líderes eclesiásticos, expressa determinação bíblica. Os fundamentos são mais que estratégias de liderança.

O líder deve cuidar (preocupar-se, envolver-se) com os liderados conforme:

1. Exigido por Jesus - João 13:34-35; 15:12,17
2. Ensinado por Paulo - Rm 13:8; I Tes. 4:9
3. Orientado por Pedro - I Pe. 1:22
4. Reforçado por João - 1 Jo. 3:11-23; 4:7, 11-12; 2 Jo. 5

Embora seja mais confortável a opção de "deixar cada um cuidar de sua vida", a orientação é em sentido contrário - precisamos cuidar do próximo!

Em muitos relacionamentos, inclusive no ambiente eclesiástico, parecemos com a seguinte ilustração: um grupo de porcos-espinhos em dias de muito frio. Conforme o frio aumenta, desejamos estar mais próximos para aproveitar o calor. Só que logo a proximidade faz com os espinhos comecem a machucar e nos afastamos. Passado algum tempo o frio aperta mais e voltamos a nos aproximar e a nos espetar.

A vida vai passando e a "dança" se repete sem solução para o desafio de nos ajudarmos, ainda que com os riscos envolvidos.

Líderes assumem os riscos de se envolverem com seus liderados, pois sabem que não podem influenciar se não estabelecerem relacionamentos fortes e consistentes.

Envolvem-se com as pessoas porque desejam edificá-las (Rm. 15:19), contribuindo para que não se contentem com uma vida medíocre e sem realizações.
Envolvem-se porque sabem que não há espaço para líderes que não estão dispostos a servir (Gal. 5:13). Quebram o paradigma secular que estimula a obtenção de vantagem a qualquer preço.

Envolvem-se porque reconhecem que a vida em comum trás embutida a necessidade de perdoar (Ef. 4:32), de recomeçar, de superar as diferenças que podem surgir.

Envolvem-se, também, por saberem que deve haver respeito e consideração mútua (Hb. 10:24-25) em todos os relacionamentos.

Em resumo, estar disposto a envolver-se com os outros é expressão prática do amor que devemos nutrir uns pelos outros.

Líderes maduros não fogem do envolvimento, ao contrário, aproximam-se o mais que podem das pessoas a despeito dos riscos.

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