domingo, 14 de setembro de 2014

LIÇÃO Nº 09 (EBD) – SEM PERDÃO É IMPOSSÍVEL A COMUNHÃO.




 TEXTO BÍBLICO: Mateus 6: 9 – 15.



LEITURA DIÁRIA:



Segunda – Feira -----------=> Mateus 5:14 – 15.

Terça – Feira ---------------=> Mateus 18: 15 – 35.

Quarta – Feira -------------=> Hebreus 12: 12 – 14.

Quinta – Feira -------------=> Efésios 2: 11 – 22.

Sexta – Feira ---------------=> Efésios 4: 17 – 32.

Sábado ----------------------=> Mateus 6: 9 – 15.

Domingo -------------------=> Atos 2: 37 – 47.



Talvez seja esse um dos problemas mais difícil de ser resolvido no caminho para se ter comunhão entre as pessoas. Na verdade o perdão, é tanto mais necessário quanto mais intimo for o relacionamento.



Temos menos dificuldade em perdoar ao estranho que nos ofende do que a pessoas a quem amamos e que se encontra mais perto de nos. É que o estranho não faz parte de nossas vidas da mesma forma que a pessoas por quem nutrimos alguma relação afetiva. A pessoa a quem amamos tem um potencial maior de nos ofender.



O objetivo deste estudo é explorar o ensino Bíblico sobre o perdão como atitude básica e indispensável  para que se possa desfrutar uma comunhão autentica e profunda nos relacionamentos interpessoais no contexto da vida da igreja.



1.       O IMPERATIVO DA PALAVRA.



Jesus encerra a oração do Pai Nosso com esta advertência: “Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós; se, porém, não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai perdoará vossas ofensas". Mateus 6: 14 – 15.



Recebemos o perdão de Deus para a grande divida que tínhamos para com ele. Então, Deus espera que possamos perdoar as dividas(ofensas)  menores que as pessoas tem para conosco. é impossível manter um relacionamento afetivo profundo e intimo com alguém se não demonstrarmos disposição e capacidade para perdoar. Isso porque é impossível vivenciar tal relacionamento sem que se cometam falhas de algum tipo, que ofendam à pessoa com a qual nos relacionamos.



Quanto mais disposto a amar, tanto mais devemos estar disposto a perdoar. Assim a frase: “amar é não ter que pedir perdão” é boa quando nos lembrar que dentro do possível, devemos procurar não ofender a pessoa amada. Mais eu acho que seria mais conveniente dizer: “amar é estar sempre disposto a perdoar” . o que é verdade para o relacionamento em família, também é verdade para o relacionamento entre os irmãos e irmãs que fazem parte as família de Deus.



2.       OS ESTÁGIOS DO PERDÃO.



Lewis Smedes sugere três estágios para que alguém possa perdoar. Creio, no entanto , que existem quatro estágios nesse processo. Vejamos:


a.      Reconhecer a humanidade das pessoas que nos feriu.



A psicologia nos ensina que filmamos aquilo que vemos através de nossas experiências. Assim quando alguém nos ofende, filtramos a imagem dessa pessoa por meio das memorias amargas e dolorosas que armazenamos.



Nesse processo alteramos a realidade da imagens dessa pessoa e passamos a agir de acordo com as nossas percepção distorcida. Passamos a ver essa pessoa como tendo o tamanho da ofensa que nos fez. Negamos a ela o direito de ser humana e, portanto, como nós somos sujeita a falhas



Quando, entretanto começamos a experimentar o milagre do perdão, passamos a ver a pessoa que nos ofendeu com lentes limpas da sujeira do ódio e do ressentimento. Passamos a vê-la como uma pessoa real que vive espremida pelo paradoxo do bem e do mal, da mentira e da verdade, do amor e do ódio.



b.      Reconhecer a nossa própria humanidade.



Nossos relacionamentos são com frequência idealizado. Temos dificuldade, como crentes, de admitir que nos sentimos ofendidos pelo que os outros nos fazem. A experiência concreta da vida, no entanto, nos ensina o contrario. Nos sentimos ofendidos com mais frequência do que estamos dispostos a admitir. Às vezes por causa reais; outras vezes por causas imaginarias (ou causas que foram modificadas pelo filtro de experiências acumuladas por nossas mentes).



c.       Renunciar ao direito da desforra.



O comum, quando nos sentimos ofendido, é esperarmos o momento para tirar a desforra. É como se estivéssemos dizendo: “Eu te perdoo; mas você não perde por esperar”. Quantos relacionamentos quebrados por causa da desforra! Quantas vidas prejudicadas só porque

 não soubemos de fato perdoar.



É preciso compreender entre tanto, que renunciar ao direito de uma desforra não significa renunciar aos reclamos da justiça. João Paulo ll perdoou o fanático muçulmano que lhe deu um tiro. Mas o criminoso ainda permanece preso. O perdão não elimina a aplicação da justiça. O perdão humano tampouco elimina a justiça de Divina (Números 14: 18).



d.      Revisar nossos sentimentos.



Tendo palmilhado os passos acima descritos, vamos ver a pessoa que ofendeu não apenas com outros olhos, como também vamos começar a desenvolver um novo sentimento para com ela. Vamos perceber que o que sentimos antes era ódio. E o ódio tem sempre um potencial para co a destruição. Pode destruir tanto a quem nos ofende como a nós mesmo.



Quando perdoamos, vamos perceber que Deus está curando as nossas feriadas interiores por meio da nossa experiência do perdão.



O autor de Hebreus é sábio quando nos aconselha sobre os perigos de guardarmos rancores ressentimento em nossos corações (Hebreus 12: 12 – 14). Tais sentimentos podem impedir o nosso acesso a graça de Deus.



3.       O QUE DEVEMOS PERDOAR?



É bom esclarecer que o perdão não deve ser banalizado. É perigoso proceder assim. O perdão é algo serio que deve ser aplicado de forma judiciosa para coisas que realmente nos ofendem em profundidade. São as ofensas que atingem o centro de nossas vidas e personalidade que precisam ser perdoadas. 



A lista que apresentamos à seguir está baseada no livro Lewia B. Smendes. Ele procura destacar algumas coisas importantes que devemos levar em conta no processo do perdão.



Faça uma análise dessa lista com o seu grupo de estudo procurando encontrar os itens mencionados com a experiência concreta de cada um.



a)      Devemos perdoar pessoas não instituições.



Alguns de nós temos sido atingidos de forma negativa pelas ações de governos e corporações ou, ainda, por uma organização cujo rosto é difícil de discernir.  



Quando somos atingidos pessoalmente pelas decisões tomadas em nome de uma organização, devemos perdoar às pessoas que exercem decisões executivas e que, de certa forma, personificam essa organização. O perdão é uma questão pessoal para ser exercido por pessoas no relacionamento com outras pessoas.



b. devemos perdoar as pessoas por aquilo que elas fazem, não por aquilo que elas são. Quando oramos pedimos a Deus que nos aceite como pessoas e que perdoe as transgressões que cometemos. Isso quer dizer que devemos aceitar as pessoas como elas são.



Podemos e devemos rejeitar atos específicos que cometem contra nos, sem contudo, rejeita-las como pessoas.



c. devemos perdoar as pessoas que causam feridas profundas em nos, existem coisas que por mais que nos esforcemos, não saem de nossas memoria. Sentimo-nos feridos no mais profundo de nosso ser interior.



Mesmo muito tempo depois que nos ofenderam ainda não conseguimos nos libertar  da dor provocada em nós. A simples lembranças do que nos fizeram  nos torna infelizes e acabrunhados. Deus inventou o perdão para tratar desse tipo de sofrimento.



d.  devemos perdoar às pessoas que traíram a nossa confiança. Somente a relação de confiança é capaz de manter as pessoas unidas e em comunhão num relacionamento seja amizade, casamento, família ou comunidade maior de pessoas.



Assim, atrair a confiança significa assaltar uma lei básica da vida. Não se trata apenas de algo que nos causa dor profunda. Trata-se de uma falha moral profunda.



É difícil quando nos sentimos atraídos por alguém em quem depositamos confiança irrestrita. Teremos dificuldade de confiar em outra pessoa novamente no futuro. Somente Jesus pode curar o desencanto e dor provocados por uma traição.



Judas traiu Jesus por trinta moedas de prata. Sua consciência o acusou de tal forma que ele foi e se enforcou (Mateus 27: 1 – 10). Preferiu tratar ele mesmo do problema em lugar de procurar em Jesus a única possibilidade de cura para sua traição: O perdão!



CONCLUSÃO!



Muitos embora a igreja primitiva possui um grau elevado de verdadeira comunhão (Atos 2: 37 – 47), ela também experimentou momentos em que a hostilidade ou ressentimento ameaçavam a paz interna da igreja.



Os crentes precisam aprender a se pacientes uns com os outros e perdoar as falhas reciprocas. Parece que , comparadas à parábola do filho pródigo, às igrejas se identificam mais com atitude de intransigência do irmão mais velho do que com o Pai amoroso que recebeu com alegria o seu filho pródigo de volta à comunhão plena da vida em família.



Para perdoar precisamos aprender amar as pessoas com o amor de Cristo. Precisamos fazer do amor uma forma de vida. O amor cura e restaura os relacionamentos porque nos capacita a perdoar. O amor nos ajuda a ver no outro o que ele pode vir a ser amanha e não somente o que ele é hoje.



Compelidos por essa visão somos levados à ser mais recíprocos com as pessoas.  Somos levados a perdoar aqueles que erram e nos ofendem. Somos motivados a ajudar as pessoas a saírem de onde estão para um lugar onde podem estar pela graça de Deus. Essa é a visão que Deus tem de nós. Ele vê não somente o nosso potencial. Ele investe naquilo em que podemos nos tornar. Ele acredita em nos. Isso é resultado do amor.



A igreja é a comunidade do perdão. A pratica do perdão nos torna mais humanos e nos capacita a entendermos e a receber, de coração abertos, o perdão de Deus(Mateus 6: 9 – 15).



Autor: Pr. Darci Dusillek: Bacharel em teologia, licenciado em filosofia, especialista em documentação científica e mestre em ciência da informação. Foi professor do Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, da Universidade do Rio de Janeiro, da PUC e da Universidade Gama Filho, todos no Rio de Janeiro.



É autor do conhecido Livro: A Arte da Investigação Criadora.

Em janeiro de 2006 lançou seu último livro: O Que Deus Sabe Sobre o Meu Futuro? — a doutrina da predestinação e eleição à luz da Bíblia, da teologia e da cosmologia.
 

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