domingo, 6 de outubro de 2013

JOSÉ – amado e odiado.

José, cujo nome hebraico significa Ele acrescenta” teve uma das mais instrutivas vidas do Primeiro Testamento. Dela podemos aprender muitas lições vitais e práticas. O livro de Gênesis da mais espaço  a vida de José do que qualquer outro personagem – Gn 37-50. e não é sem motivo que ele aparece na galeria dos heróis da fé – Hb 11,21-22.
Para muitas pessoas,  uma das maiores áreas de conflito, que impede a liberdade e a alegria de viver, com também a habilidade em serem tão confiantes, vigorosas e eficazes quanto poderiam ser na vida e serviço cristão, é a forma com que lidam com  problema da hereditariedade. São vencidas, sentem-se frustradas e inferiores, se forem sinceras, admitirão que sentem como se Deus estivesse trapaceando, não lhes dando o tipo certo de genes, a classe social apropriada, a experiência correta, os privilégios e oportunidades de uma boa herança familiar, etc. passam pela vida sentindo pena de si mesmas e se auto-impondo limitações devido ao seu histórico da vida.
Toda, a vida de José vai nos mostrar que o nosso futuro não precisa ser exatamente igual ao nosso passado. Isto é, nem tudo que herdamos do lar, nem tudo que vimos e ouvimos dentro de casa precisa ter uma influencia tão direta em nossos dias posteriores. Principalmente quando são valores anticristãos. Sendo assim,a hereditariedade – transmissão de caracteres físicos ou morais de uma pessoa e aos seus descendentes – quando negativa, pode ser transformada  em bênçãos, se o descendente optar pela fidelidade e serviço ao Senhor Jesus Cristo.
I.                    AMADO PELO PAI – Gn 37,2-3.
Podemos ver o amor de Jacó por seu filho José por duas maneiras completamente diferentes.
1.      Pai superprotetor.
É pensar em Jacó como pai superprotetor, que não conseguiu criar os filhos com igual coração; como um pai que amava mais um filho do que os outros. Jose era o filho de velhice, tina apenas dezessete anos. Era o filho que Jacó teve com sua tão amada  e esperada Raquel - "Filhos de Raquel: José e Benjamim". (Gn 35,24). Como costumo dizer,não foi criado como filho, mas como neto. Teve privilégios que seus irmãos não tiveram. A “túnica talar de mangas compridas”, que  Jacó fez para o filho predileto, era uma veste ornamentada, de cores variadas. Hoje em dia, seria uma espécie de casaco multicolorido. O fato é que era uma veste de cerimonial, ostentosa e provocante, uma vestimenta real - "(Ela trazia um vestido comprido, como se vestiam outrora as donzelas filhas do rei.) O servo expulsou-a, fechando a porta atrás dela". (2Sm 13,18).
2.      A soberania divina.
A segunda maneira de entender o amor de Jacó por José é olharmos de  cima para baixo, ou seja, do ponto de vista da soberania de Deus. Porque, mais do que um “filhinho querido”, Jose era um vaso escolhido. E se você se recorda bem, esta eleição divina é  um dos temas de Gênesis – cf. "Antes mesmo que fossem nascidos, e antes que tivessem feito bem ou mal algum (para que fosse confirmada a liberdade da escolha de Deus, que depende não das obras, mas daquele que chama), foi dito a Rebeca: O mais velho servirá o mais moço (Gn 25,23).” (Rm 9,11-12). E se Deus escolheu um, dentre os filhos de Jacó, para uma missão especifica, é evidente que os outros não vão ter o mesmo destino. E o relato do sonho a seus irmãos - "Ora, José teve um sonho, e o contou aos seus irmãos, que o detestaram ainda mais:" (Gn 37,5) – indica que Deus é o “herói” da história, e não José, porque ninguém controla os propósitos sonhos.
É difícil saber até que ponto Jacó teve culpa nessa historia, ou até que ponto ele estava sendo simplesmente usado por Deus para cumprir os propósitos divinos.
II.                  ODIADO PELOS IRMÃOS – Gn 37,4-11.
Jacó privilegiou um filho. Todo privilégio sempre acontece em detrimento de outros. Então, era de se esperar que os irmãos de José  ficariam irritados,acumulando amargura e raiva. Como disse o apóstolo Tiago - "Onde houver ciúme e contenda, ali há também perturbação e toda espécie de vícios". (Tg 3,16).
É importante a informação que o texto nos oferece - "Seus irmãos, vendo que seu pai o preferia a eles, conceberam ódio contra ele e não podiam mais tratá-lo com bons modos". (Gn 37,4).
Outro dado importante é que a “chama” do ódio vai aumentando:
·         No v 2 – só quatro irmãos parecem estar envolvidos;
·         No v 4 – é o grupo todo;
·         No v 10 – temos a censura do pai que colocou mais tenha na fogueira do ódio, e isolou ainda mais o jovem José de seus irmãos – a expressão “tua mãe” é uma referencia a Lia, que não era a mãe de José, porque Raquel já havia morrido - "Raquel expirou e foi sepultada no caminho de Efrata, hoje Belém". (Gn 35,19).
Alguém já disse que não há teste melhor para o homem que sua reação diante da grandeza e do sucesso de outra pessoa. E veja você que José contou apenas o sonho, e seus irmãos já estavam tomados pela inveja. Salomão afirma - "Um coração tranqüilo é a vida do corpo, enquanto a inveja é a cárie dos ossos". (Pr 14,30)
“37,1-11: A história de José se abre num clima dramático: preferido pelo pai e odiado pelos irmãos, descortina-se diante dele um futuro importante, apresentado em sonhos. O final da história apresentará José como instrumento de Deus para salvar a própria família.” – Bíblia Pastoral.
III.                VENDIDO PELOS IRMÃOS – Gn 37,28-36; 38,1.
Da mesma forma como a ira de Caim o levou a matar seu irmão Abel – Gn 4,6-8 – a ira dos irmãos de José  não poderia leva-los a outro resultado. E isso só não aconteceu por intervenção de Deus. Intervenção esta que sempre está ligada aos desígnos divinos. "Eles o viram de longe. Antes que José se aproximasse, combinaram entre si como o haveriam de matar;" (Gn 37,18). Mas Rúben. Um de seus irmãos, foi usado por Deus para livrar José desse plano maligno - "Ouvindo-o, porém, Rubem, quis livra-lo de suas mãos: “Não lhe tiremos a vida, disse ele". (Gn 37,21). Então, ao invés da mata-lo, resolveram vende-lo – Gn 37,25-27.
Vender José para os negociantes midianitas foi o caminho que seus irmãos encontraram para se “livrarem” dele. Na verdade, os 20 moedas de prata (duzentos e trinta gramas de prata – BHL) não tinham tanto valor assim, já   que iam ser divididos entre muitos; porque a grande satisfação deles era não ter mais aquele “filhinho de papai” dentro de casa!
O salmista diz que – “Um abismo chama outro abismo” – Sl 42,7a – e com os irmãos de José não poderia ser diferente. Pois, para explicar o pai a ausência de José, eles inventaram uma tragédia - "Tomaram então a túnica de José, mataram um cabrito e a mergulharam no seu sangue". (Gn 37,31) – no sangue desse animal, querendo que Jacó concluísse que um animal selvagem havia despedaçado seu filho amado - "Jacó reconheceu-a e exclamou: “É a túnica de meu filho! Uma fera o devorou! José foi estraçalhado!”" (Gn 37,33). Ao pensar assim, Jacó rasgou suas vestes – sinal de tristeza e desespero entre os judeus – e entrou em estado de luto por muitos dias - "E, rasgando as vestes, cobriu-se de um saco, e chorou o seu filho por muito tempo". (Gn 37,34).
“Gn 37,12-36: Como no caso de Caim, inveja e ódio faz que os irmãos projetem a morte de José. Sendo primogênito, Rúben se sente responsável e procura salvar José. Os fatos, porém, se precipitam e todos pensam que José morreu. Agora é a vez de Jacó pagar as tramas que havia feito contra seu irmão Esaú e seu pai Isaac.” – Bíblia Pastoral.

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