terça-feira, 24 de setembro de 2013

Respostas para grandes problemas da vida

 Como posso desfrutar de paz interior?
 
Neste estudo, falaremos de um assunto importante. “Como podemos desfrutar da paz interior?” Isto porque, vivemos num mundo tenso e nervoso. Esta tem sido chamada a época da ansiedade. Todos enfrentam situações que nos deixam irritados, tensos e que nos roubam a paz interior. É sabido, que as principais causas de ataques do coração e pressão alta são a tensão e o estresse. A cada ano gastam-se milhões de reais em tranquilizantes que são prescritos para reduzir o ritmo emocional das pessoas. Detalhe, não existe uma previsão de melhora. Isto significa a tendência são as preocupações se acumularem, tornando-se verdadeiros “furacões emocionais”.

A maior parte de toda essa tensão é, na verdade, resultado de conflitos não resolvidos. Se discutir com alguém no trabalho, ficará tenso até resolver a situação. Questões não resolvidas geram     tensão em sua vida. Certa vez, Jesus alertou aos discípulos quando a ansiedade (Mateus 6.25-27).  Em suma, o que Jesus disse aos discípulos, foi que por maior que seja a ansiedade, a tensão, o estresse, a preocupação, ela não contribuirá para melhora e resolução das circunstâncias. Por isso, ficar ansioso, não ajuda, somente dificulta e ainda, é “porta de entrada” para muitos males.
Na semana passada, o personagem central do estudo fora Elias. Agora, é Moisés. Moisés foi um homem que aprendeu a resolver as questões básicas da vida e, por conta disso, tornou-se o principal exemplo de como desfrutar de paz interior. Moisés enfrentou grandes responsabilidades e muitos momentos de tensão, contudo, fora chamado de manso, paciente (Números 12.3).

Como Moisés se tornou o homem mais manso, paciente de toda terra? Examinando a vida de Moisés podemos colher preciosos conselhos para que também não nos tornemos pessoas, irritadiças, tensas, ansiosas. Vejamos então um pouco da história deste homem.
Como vimos, Moisés é considerado o homem mais paciente de toda a terra. Apesar de assim ser, não deixou de enfrentar realidades difíceis. E, se alguém tinha o direito de ficar tenso, essa pessoa era Moisés. Ele sonhava tirar 2 milhões de israelitas do Egito e conduzi-los pelo deserto até um  novo país chamado Israel (Terra Prometida). Era um grande sonho inspirado por Deus. Enfim, isto acontece por meio de

Moisés. Contudo, tão logo o povo começa a caminhada, muitos reclamam, discutem e duvidam da liderança de Moisés (Leia: Êxodo 15.24; Números 20.1-5). Estes não tinham fé suficiente para entrar na Terra Prometida e, por isso, passaram 40 anos caminhando pelo deserto até que todos os adultos que haviam deixado o Egito morressem. Fora um tempo de muitas dificuldades para Moisés. Contudo, mesmo diante da impulsividade do povo e circunstância desfavoráveis, Moisés não deixou que a ansiedade o dominasse.

Vejamos um relato da vida de Moisés:

Texto bíblico: Hebreus 11.23-29
Contexto e explicação:

Antes de continuarmos a falar sobre Moisés, é preciso definir mansidão. Mansidão não significa ser fraco. É uma atitude de silenciosa confiança, de paz e tranquilidade interior. A mansidão impede que fiquemos irritados quando as coisas complicam. Mansidão é a atitude que diz: “Quando todos vêm contra mim, quando todos me criticam, quando as coisas estão tensas e tenho a razão para ficar nervoso e irritado, vou permanecer calmo. Não vou perder a paciência”.

É interessante observar a grandeza de Moisés. No capítulo dedicado aos heróis da fé, o autor de Hebreus relaciona diversas personalidades, tanto homens, quanto mulheres. Contudo, o personagem de maior destaque é a figura de Moisés. Ele é o mais mencionado. Não somente o autor de Hebreus dá este destaque a Moisés, como também, ele é considerado um dos principais personagens da Bíblia.

Não temos dúvidas, até porque Moisés fora responsável0:

(a) pela autoria dos 5 primeiros livros da Bíblia;  

(b) também fora o grande líder que Deus levantou para libertar o povo de Israel das mãos dos egípcios e finalmente;  

(c) recebeu das mãos do próprio Deus as tábuas da lei, que representavam os princípios de Deus para o povo. (Leia: Êxodo 32.19; Êxodo 24.12).

A vida de Moisés é um misto de responsabilidades e tensão. Com Moisés aprendemos que podemos acumular responsabilidades e ainda assim ter um coração tranquilo.

Como já dissemos, mansidão não é sinônimo de fraqueza. Mesmo Moisés em alguns momentos necessitou de ter atitudes firmes. Certa vez, quebrou as tábuas da lei ao assistir a idolatria do  povo (Êxodo 32.19). Assim, a mansidão e firmeza não são contraditórias.
Não faltaram a Moisés momentos para irar-se. Não faltaram oportunidades para “chutar o balde”. Não raras às vezes, confrontou-se com pessoas difíceis, resistentes e insubordinadas. Mesmo assim, Moisés conseguiu contornar as situações. Driblar os percalços. E conduzir o povo de Deus até a Terra Prometida.

A mansidão foi fundamental para isto. Este é o desafio que também nos é imposto. Diante dos nossos problemas. Diante de pessoas “complicadas”, inconvenientes e intransigentes, alcançar a mansidão. Moisés conseguiu. Como podemos também conseguir?

1- Saiba quem você é

A primeira questão enfrentada por Moisés foi o aspecto da identidade. Ele respondeu à pergunta: “Quem sou eu?”. “Moisés já adulto, recusou ser chamado filho da filha do faraó” (Hebreus 11.24). O faraó tinha proclamado que todo menino hebreu recém-nascido deveria ser morto (leia: Êxodo 1.15-16), mas a mãe de Moisés colocou-o em um pequeno cesto e o deixou nas margens do rio Nilo (Êxodo 2.3). A filha de faraó veio banhar-se e encontrou a cesta. Ela se apaixonou imediatamente pelo bebê, levou-o para sua casa.
Moisés fora educado nos palácios de faraó, recebendo uma rica e avançada educação. Era um hebreu de natureza e egípcio de formação. Precisamos compreender o conflito que existe aqui. Moisés era hebreu, mas a filha do faraó criou-o como egípcio. Todos pensavam que ele fosse um egípcio legítimo. Em certo momento da sua vida (40 anos de idade), isto se tornou uma crise de identidade. “Vou viver no luxo do palácio ou como escravo hebreu?”

Cada um de nós precisa ser confrontado com a questão da identidade. Todos têm a profunda necessidade de aceitar quem é. Uma maneira bem rápida de se desenvolver uma úlcera é tentar ser alguém que na verdade não é. Moisés reconheceu essa tensão e decidiu parar de fingir. Ele aceitou sua verdadeira identidade. Assim, o fundamento da paz interior é não tentar ser alguém que não se é. Que experiência libertadora é relaxar e parar de tentar ser alguém que você não é.

Buscar o conhecimento próprio nos torna capazes de sermos mais autênticos. Conhecermos nossos próprios limites. A mansidão começa quando nos aceitamos como pessoa e decidimos parar de brigar conosco mesmo.  Deus não errou ao nos formar do jeito que somos. (Leia: Salmo 139.13-14).

2- Aceite suas responsabilidades

Moisés também lidou com outra questão, a da responsabilidade pessoal. Preferiu ser maltratado com o povo de Deus a desfrutar os prazeres do palácio de faraó (Hebreus 11.25). Moisés fez a opção por Deus, quando escolhera estar ao lado do povo de Deus. Ser manso também é saber fazer as escolhas corretas.

Vivemos em uma sociedade onde as pessoas tem a tendência de transferir responsabilidades. Comentários tipo: “Isto é dever da escola…” ou, “Quem deveria fazer é o governo…”, ou então, “A igreja ou o pastor é o responsável…” se multiplicam. Todos “amamos” culpar os outros, mas odiamos ser culpados.

Podemos escolher entre continuar a culpar os outros ou assumir nós a responsabilidade de sermos pessoas mansas. Qual será nossa escolha? Não podemos controlar as situações que surgem em nossa vida, mas podemos decidir como reagir. Tornaremos-nos pessoas amargas, insatisfeitas, murmuradoras ou alguém melhor, mais pacífico, tranquilo, submissas. Isto é assumir responsabilidades.

Um sobrevivente do campo de concentração disse que a única coisa que aprendeu foi que, embora não pudesse controlar o que lhe acontecia, ele podia controlar a reação. Começamos a desfrutar da verdadeira paz interior quando assumimos a responsabilidade pelos nossos atos (leia novamente: Salmo 139.13-14).

Diante da discussão, preferimos o silêncio. Diante do rancor, optamos pelo perdão. Defronte a dificuldade, escolhemos a perseverança. Em frente a dor, tomamos o caminho do consolo de Deus. Diante da omissão, optamos pelo serviço. Quando assim procedemos, abrimos a porta da mansidão em nossa vida.

3- Defina as prioridades

Há outra questão que Moisés enfrentou. Foi a questão da prioridade (Hebreus 11.26). Ele definiu o que era realmente importante em sua vida. Do ponto de vista humano, o jovem Moisés tinha tudo. Ele tinha muito poder, muitos prazeres e posses. Até porque, uma grande parte da riqueza do mundo daquela época estava no Egito. Contudo, teve como prioridade não o poder, prazer ou posses, mas tão simplesmente Deus. A prioridade de Moisés fora Deus.

Deus o trouxe um grande desafio. Ser o libertador de Israel (Êxodo 3.10). Tentou hesitar, se esquivar como é peculiar do ser humano. Contudo, se rendeu. Compreendeu que tinha uma missão maior do que simplesmente viver no deserto cuidando de ovelhas. E assim, assumiu em seu coração a maior prioridade de sua vida.

O caminho da paz interior passa pelas prioridades que temos em nosso coração. Coração cheio daquilo que é vão, tão certo, continuaremos tendo como companhia a ansiedade. Aliás, Jesus disse aos discípulos que não é nos preocupando que haveremos de alcançar o sustento básico de nossas vidas (Mateus 6.25-34), mas sim, elegendo o Reino de Deus e sua justiça como prioridade na nossa vida. Moisés descobriu isto. Preferiu a riqueza de Deus, ainda que isto significasse sair do Egito (lugar de riqueza e comodidade) e ter o deserto como morada. Todos aqueles que assim fazem, tão logo, descobrem que vale ter “nada” na presença de Deus do que ter tudo fora dEle (leia: Filipenses 3.7-8).

Para que alcemos a paz interior, precisamos necessariamente, ter a paz de Deus em nossos corações. E isto, somente alcançamos por meio de Jesus (Romanos 5.1). Moisés fora lembrado por um homem que desfrutou de paz interior (manso, paciente), e nós, como seremos lembrados? Faremos parte da galeria da fé, como Moisés ou do esquecimento eterno?

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