A regeneração, juntamente com a adoção, caracteriza a
filiação cristã. Regeneração é um ato de Deus que por Seu Espírito Santo Ele
ressuscita um pecador da morte espiritual, fazendo-o uma nova criação (Jo 5.25;
2 Co 5.17; Ef 1.19-20) . (Jo 1.12-13; Rm 8.14-17; 2 Pe 1.4; 1 Jo 3.9-10).
A regeneração é a resposta divina para a morte espiritual, a
depravação moral e a justificação é a resposta divina ao problema da culpa.
Regeneração não é:
1. Mudança de religião: isto é apenas proselitismo.
Nicodemos era religioso;
2. Mudança de coração: a regeneração é algo que é dado ao
homem, não mudado;
3. Reencarnação: crença de que uma pessoa nasce “encarna”
várias vezes;
4. Batismo nas águas: um símbolo externo de uma realidade
interior.
5. Reforma moral: melhora de comportamento, mudança externa,
conformidade a um código de regras de conduta;
Diferentes designações:
1. Novo nascimento: (Jo 1.13; 3.3,6-7; 1 Pe 1.3,23; 1 Jo
3.9; 5.1,18);
2. Ressurreição ou novidade de vida: (Rm 6.4-13; Ef 2.4-6;
Cl 2.12-13; 3.1-3);
3. Nova criação: (2 Co 5.17; Gl 6.15);
4. Novo coração ou mente: (Jr 24.7; 31.33; 32.38-39; Ez
11.19-20; 36.25-27; Hb 10.16);
5. Conversão: (Ez 33.11); das trevas para a luz (At 26.18);
dos ídolos para Deus (1 Ts 1.9);
6. Passar da morte para vida: (Jo 5.24; 1 Jo 3.14).
Meios de regeneração:
a) O Espírito Santo: o poder da regeneração é o mesmo poder
que ressuscitou Cristo dentre os mortos (Ef 1.18-20; Tt 3.5; 2 Pe 1.4).
b) A Palavra de Deus: A comunicação da mensagem de Deus é
que gera vida no pecador (1 Pe 1.23; Tg 1.18).
Não é gerado pelo esforço humano (Tt 3.5; Jo 1.23; ef
2.8,9), mas pela graça de Deus.
É o poder da Palavra e do Espírito que capacita uma pessoa a
ver a verdade e a se arrepender do seu pecado. Por este mesmo testemunho
poderoso à verdade, o pecador é levado a crer no Filho de Deus, e a seguir a
santidade de vida (1 Co 1.18-25; 2.12-15; 2 Co 4.3-6)
Para nascer de novo, o homem só precisa aceitar a Jesus como
salvador (Jo 1.12). Esta resposta humana não transfere para este a iniciativa
da salvação. Podemos observar esta participação no comparativo que Jesus
estabeleceu entre a serpente erguida por Moisés e a sua morte.
Para os picados pelas serpentes ardentes não havia o que ser
feito para se salvarem; é a mesma situação do homem. Porém, Deus anunciou que
todos os que olhassem para a serpente de metal seriam salvos; mensagem de
salvação é universal e graciosa. Aos pecadores perdidos alcançados pela
mensagem do evangelho resta somente crer na salvação poderosa o bastante que
Deus providenciou.
A confiança demonstrada na promessa divina não é e nem será
contada como mérito humano. Se assim fosse, seria o mesmo que considerar que um
simples olhar dos 'mortos' no deserto para a haste de metal erguida por Moisés,
foi o que os livrou da morte certa, e não Deus. Seria o mesmo que dizer que ao
olhar para a haste erguida, eles auxiliaram Deus na nova oportunidade de vida
alcançada (Is 45.22).
Deus é o autor da salvação. Para este propósito Cristo é o
Cordeiro de Deus morto desde a fundação do mundo. Cristo é o tema do evangelho,
a graça de Deus. Resta aqueles que ouvem a mensagem do evangelho crer e
descansar. Nada é exigido por Deus, basta olhar na direção da cruz de Cristo.
A salvação só é efetivada sobre aqueles que crêem na
mensagem anunciada e, pela fé, alcançam a regeneração.
Deus em sua soberania decidiu que seria assim. Alguns homens
resistem à mensagem da salvação. Então a vontade do homem é mais forte que a
vontade de Deus? Não, porque Deus permite que seja assim: somente seria salvo
aquele que cresse (Mc 16.16).
A graça preveniente capacita o homem a dar uma resposta
positiva a Deus. Deus usa essa graça sobre todos os homens.
A Necessidade de Regeneração
A regeneração é necessária, pois o homem se encontra morto
em seus delitos e pecados (Ef 2.1,5; Cl 2.13; 1 Jo 3.14).
A regeneração é necessária para se alcançar o reino de Deus.
Assim como o nascimento natural nos introduz no mundo natural e temporal, assim
o nascimento espiritual nos introduz no reino espiritual e eterno.
Como não é possível experimentar o mundo físico sem ter
nascido nele fisicamente, assim também não podemos experimentar o mundo
espiritual sem ter nascido nele espiritualmente (Jo 3.3,5,7);
A Bíblia mostra a necessidade do homem aceitar a salvação –
se converter – em resposta à mensagem do evangelho (Mt 18.3; Mc 4.12; Lc 22.32;
At 9.35; 11.21). Deus não impõe esta verdade ao homem, num adestramento
involuntário, mas o homem precisa abrir seu coração para Deus, que efetua a
conversão no homem (Ef 1.13).
O homem crê na Palavra antes da regeneração, mas isto não
produz o novo nascimento, numa relação de causa e efeito. O único agente na
regeneração é o Espírito Santo. A regeneração é monergística.
“A alma coopera ou é ativa no que precede e no que sucede à
mudança, mas a mudança propriamente dita é algo que se experimenta, não algo
que se faz. É possível que os cegos e os coxos que acorreram a Cristo tenham
enfrentado muitas dificuldades para chegar à sua presença, e prazerosamente
exerceram as novas faculdades que lhes foram comunicadas, mas foram
inteiramente passivos no momento da cura.
De forma alguma cooperaram na produção daquele efeito. O
mesmo deve ser o caso na regeneração, se esta é o efeito do poder onipotente
tanto como na abertura dos olhos dos cegos ou na cura dos ouvidos dos surdos
através de uma palavra." Charles Hodge, Teologia Sistemática, p. 996.
Resultados da regeneração:
O homem torna-se filho de Deus e herdeiro dos céus (Rm
8.16,17);
Torna-se uma nova criatura e participante da natureza divina
(2 Co 5.17; 2 Pe 1.4)
É uma restauração da imagem de Deus no homem (Cl 3.10)
É uma restauração do propósito original do homem em devoção
a Deus.
Evidências da regeneração:
a) Dar frutos (Mt 7.17; Tg 3.8-12);
b) Vitória sobre o pecado e o mundo: (1 Jo 3.9; 5.4, 18);
c) Santidade: (1 Jo 2.29);
d) Amor: (1 Jo 3.14);
e) Temor a Deus: (1 Jo 5.18).
f) Mudança de mente: tem a mente de Cristo (1 Co 2), renova
a mente (Rm 12.2)
g) Boas obras: evita o mal e pratica misericórdia (Tg 1.27).
Regeneração batismal
É a crença que uma pessoa tem que ser batizada para ser
salva. Aqueles que defendem esta idéia baseiam-se em Jo 3.5. Entretanto,
"Água" é um símbolo da Palavra de Deus (Ef 5.26, 1.13; 1 Pe 1.23; Tg 1.18,21).
O batismo é um passo de obediência importante para um Cristão, mas não é
necessário para salvação. O batismo ilustra a identificação do Cristão com a
morte, enterro e ressurreição de Cristo (Rm 6.3-4). A ação de ser imerso em
água ilustra ser enterrado com Cristo e a ação de sair da água retrata a
ressurreição de Cristo.
Batismo é o símbolo do que já aconteceu no coração e na vida
daquele que creu em Cristo como Salvador e não um meio de obter-se a salvação,
que é apenas pela graça e não pó obras (Ef 2.8,9).
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