Introdução
Jonas tem um lugar especial no respeito e
no ritual dos judeus. Nenhum outro livro do A.T. Busca de maneira tão enfática
a extensão da misericórdia divina às nações gentias. Essa perspectiva mundial
da Missão de Israel tem sido muitas vezes esquecida pela nação no decurso das
suas muitas apostasias.Nesse ponto central da história, Jonas foi usado para
conclamar a nação e refletir sobre o programa divino do julgamento universal
dos malfeitores e sua oferta universal de misericórdia para o arrependimento e
fé.
Seu objetivo histórico era declarar a
universalidade do julgamento quanto da graça divina. Deus julga a iniquidade em
todas as esferas e, do mesmo modo, reage ao arrependimento de todas as nações.
A história também retrata a verdade de que, quando o povo de Deus deixa de ter
interesse pelos perdidos perde a visão do objetivo do programa divino no mundo.
Em Jonas, a misericórdia divina é oferecida
aos pagãos, que se arrependem e reagem favoravelmente ao Deus de Israel.
Nenhum profeta foi tão conciso em sua
mensagem . Sua profecia continha apenas sete palavras ( cinco no Hebraico): ?
Ainda uqarenta dias, e Nínive será subvertida?. Até mesmo sua curta profecia
deixou de realizar-se (o que muito o aborreceu).Todavia, sua experiência foi
uma importante mensagem apra Nínive , Israel e até mesmo para Igreja de hoje.
O Livro de Jonas contém o relato do maior
reavivamento registrado na Bíblia; toda a cidade de Nínive abandonou os seus
caminhos iníquos e voltou-se para Deus. Jonas foi também usado como instrumento
de arrependimento para os marinheiros, fazendo com que eles se voltassem para o
Senhor depois de o profeta ter sido jogado ao mar, aquietando-o. Parece que ele
obteve mais resultados ?por acaso? do que a maioria dos profetas obtiveram
intencionalmente.
Nínive
O termo
hebraico nineweh é uma tradução do assírio Ninua (em babilônico antigo,
Ninuwa), que por sua vez é transliteração do nome sumério mais antigo ainda,
Nina ? nome da deusa Istar, escrito com um sinal representando um peixe dentro
de um ventre.
Conforme Gen
10:11 Nínive era uma das cidades do Norte fundada por Ninrode ou Assur depois
de ter partido da Babilônia. Uma cidade principal e última capital da Assíria.
Em 2003 a. C. O templo da deusa Istar em Nínive
foi fundado por Manishtisu, filho de Sargom.
Situação em
Nínive
Geograficamente:
Nínive estava localizada a leste do
Setentrional rio Tigre, e distante aproximadamente 960 Km de Israel, uma viagem
de três meses nos tempos antigos. Era uma das cidades mais antigas no mundo,
estabelecida por Ninrode (Genêsis 10:11). Calcula-se que sua população era de
600.000 habitantes, incluindo 120.000 crianças e muitos animais.
aproximadamente. Calá, capital do império Assírio, e outras cidades ficavam na
circunvizinhança. Embora o muro interno da cidade tivesse menos de cinco
quilômetros de diamêtro, suas aldeias e subúrbios espalhavam-se numa
circunferência de mais de 32 quilômetros.
Perímetro da cidade (incluindo terras
adjacentes) = cerca de 96 Km
.O muro externo tinha 96 Km
de extensão, 30 metros
de altura e uma largura suficiente para três carroças conduzidas lado a lado. A
intervalos, por todo o muro, havia 50 torres de 60 metros de altura para
o serviço de vigilância realizado pelas sentinelas.
Religiosamente:
A assíria tinha um povo idólatra
politeísta.
Foi iniciada uma tendência para o
monoteísmo na Assíria sob o governo de Adad-nirari, devido à sua monolatria.
Ele recomendava: ? Ponha sua confiança em Nebo; não confie em outro deus.?
Todavia, diversos cataclismas ocorreram durante esses anos, que podem ter sido
usados para preparar o povo. Em 765 e 759 grandes calamidades caíram sobre a
cidade, e em 15 de junho de 763 houve um eclipse solar total.
Naquele tempo o culto dos sentidos era um
serviço aos deuses, os templos ocupavam o lugar dos bordéis, os amantes de
ambos os sexos eram consagrados ? ao serviço do templo e os donativos por seus
?serviços? iam para as caixas do templo como oferendas para a divindade?.
Os mitos e costumes do povo assírio
espelham o mais horrendo barbarismo, transbordam de cultos mágicos, de
sensualidade, primitiva e grosseira, a deuses a semi-deuses. Tinham particular
significação os ritos relacionados com as deusas da fecundidade.
Politicamente:
A Assíria estava em declínio nessa época.
Essa decadência havia começado com a morte de Adad-nirari III em 782, e se
estendeu até a vinda de Tiglate-Pileser III em 745. Depois de Adad-nirari
reinaram Salmanasar IV (782-773) e Asurdan III (773-754). A visita de Jonas foi
provavelmente durante o reinado deste último.
O
arrependimento de Nínive, diante da pregação de Jonas, ocorreu no reinado de um
destes dois monarcas assírios:
Durante o
reinado de Adade ? Nirari III ( 810-783), houve um movimento em direção ao
monoteísmo que poderia ter sido o resultado ( ou futura ajuda) da pregação de
Jonas.
Durante o
reinado de Assur-Dan III ( 771-754
a.C). em cuja administração ocorreu uma epidemia em 765 a.C., o eclipse do sol em
763a.C. E uma segunda epidemia em 759
a.C. Foram eventos considerado pelos antigos como
indícios do juízo divino, e poderiam, por isso, ter preparado o povo da capital
assíria para a mensagem de Jonas e o possível avivamento.
Moralmente:
Os habitantes de Nínive eram conhecidos
como uma ? raça sensual e cruel ?. Viviam de saques e orgulhavam-se dos montes
de cabeças humanas que traziam de violentas pilhagens de outras cidades.
Fortificaram-se com um muro interno e outro externo.
A malícia condenada em 1:1 incluía
idolatria e extrema crueldade contra os prisioneiros de guerra.
Depois de atacarem uma cidade, passavam a
chacinar implacavelmente os habitantes, deportando o restante da população a
outras partes do Império. Muitas pessoas morriam como resultado das marchas forçadas
ao exílio. Os líderes das nações conquistadas eram torturados sem misericórdia,
e executados.
A brutalidade, crueldade e atrocidade dos
ninivitas eram conhecidas. Conhecida como cidade ?ensanguentada ? pois havia
massacrado vários povos e nações , cidade cheia de mentiras, rapina e roubo ...
Os assírios eram, não somente cruéis, mas
também extremamente imorais. Externamente, Nínive parecia atraente, mas
internamente achava-se repleta de prostituição ritual e imoralidades. A cidade
também estava entregue a feitiçaria.
Cultura:
Os nínivitas
eram cultos.
Embora o
Império Assírio sob Assurbanípal foi somente em 660 a.C... e este criou a
Biblioteca, este utilizou o que existia na Assíria de conteúdo histórico e
acrescentou o necessário para efetivar a intelectualidade do povo assírio.
Após longa
série de tiranos sanguinários, deve-se ao assírio Assurbanipal um inapreciável
serviço, este mandou copiar as obras da literatura acádica, mandou compilar
dicionários e gramáticas nas diferentes línguas faladas no gigantesco império.
A biblioteca
de Nínive, fundada por ele, era a maior e mais importante do Antigo Oriente
trazendo-nos conhecimento sobre o pensamento e a poesia do Crescente Fértil até
os tempos mais remotos.
Apesar de
sofisticados e pecaminosos, seus habitantes deram ouvidos à advertência do
profeta.
Língua
comercial e política dos povos da época era o aramaico e o acadiano.
Conclusão:
Jonas foi comissionado para ir a Nínive ?
uma tarefa desagradável para um israelita, As atrocidades dos assírios que mais
tarde aterrorizaram as nações, submetendo-as a Tiglate-Pileses III, talvez já
vinham sendo praticados por esse tempo. Do ponto de vista humano, a Assíria era
o último lugar onde um israelita gostaria de dirigir-se, em aventura missionária.
Jonas conhecia bem os sofrimentos que haviam sobrevindo à Síria, ao repetir os
recentes ataques assírios.
A Assíria era uma ameaça para Israel desde
o tempo de Onri (cerca de 880
a.C.) e tinha forçado os israelitas a pagarem tributos
nos últimos cinquenta anos até Jeroboão II tornar-se rei. Jeroboão sacudiu esse
jugo mais ou menos em 790 e estendeu o reino do Norte ao seu maior limite desde
Salomão. No tempo de Jonas, Israel sentia-se seguro e estava em ascensão,
enquanto a Assíria achava-se em declínio.
Os Assírios eram conhecidos no mundo antigo
pela extrema crueldade com que tratavam os povos subjugados por isto
questiona-se as vezes se o arrependimento de Nínive foi sincero. A resposta do
Livro de Jonas é que Deus o consideou sincero, pois suspende o julgamento que
lhes tinha sido notificado (3:10). Jesus também testificou que ? se
arrependeram com a pregação de Jonas? (Mt. 12:41). O que Israel deixou de fazer
com a pregação do Messias.
Embora o Livro registre o arrependimento inesperado
de um dos maiores tiranos da história antiga, sua ênfase maior está no
arrependimento ou mudança de Jonas. O arrependimento de Nínive ocupa um
capítulo, mas a história da preparação de Jonas e seu subsequente treinamento
são apresentados em 3 capítulos (1,2 e 4) parece que Deus teve mais dificuldade
em aperfeiçoar Jonas
do que todo o povo de Nínive. Quando o profeta foi conduzido ao ponto de
obediência, o reavivamento ocorreu naturalmente. A preparação de Jonas foi
realizada em etapas. A
experiência do peixe preparou-o para Nínive, mas ele precisou de mais
treinamento para voltar a Israel. Se o arrependimento da cidade no capítulo 3
surpreende a todos, o profeta desapontado do capítulo 4 causa-nos um choque.
Ele parece estar mais interessado em que sua profecia se cumpra, como um
crédito à sua profissão, do que a cidade de Nínive seja poupada do julgamento
divino.
É desse modo que termina a história
deixando o leitor inteiramente desapontado diante da atitude do profeta. Jonas
parece ser irremediavelmente egoísta e fanático, até lembrarmos que ele
escreveu sem ? dourar? a sua própria imagem no final. Essa imagem foi
óbviamente destinada a impressionar e humilhar a Israel, pois a atitude do
profeta foi um reflexo da atitude do povo. Os judeus estavam tão envolvidos com
os seus próprios afazeres e prosperidade do período áureo de Jeroboão II, que
tinham perdido de vista a sua missão como povo da aliança.
A queda da
grande cidade Nínive, conforme predito pelos profetas Naum e Sofonias, ocorreu
em agosto de 612 a.C.
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