Nesta lição, teremos a oportunidade de refletir sobre a
importância do testemunho de quem professa ser um autêntico seguidor de Cristo
Jesus, como “sal da terra” e “luz do mundo”, ou seja, sobre o dever sermos o
modelo e o referencial para a sociedade.
Por isso, o Testemunho Cristão não deve ser visto como uma
opção, e sim, como um imperativo. Como disse o apóstolo Paulo: “Portai-vos de
modo que não deis escândalo nem aos judeus, nem aos gregos, nem à igreja de
Deus. ” (I Co 10.32).
I – O QUE SIGNIFICA O TESTEMUNHO CRISTÃO?
Testemunho cristão é a postura ética , que a Bíblia
reivindica de cada um que professa o Nome de Cristo, numa demonstração clara e
inequívoca de que, realmente somos seus discípulos (Mt 5.20).
Refere-se ao comportamento e as atitudes dos servos de Deus,
de acordo com o modelo bíblico, que o cristão demonstra, no seu dia-a-dia, que
é um discípulo do Senhor Jesus. A palavra testemunho é oriunda do vocábulo
latino testimoniu e significa, entre outras coisas: “prova”, “vestígio”,
“indício”. No entanto, testemunhar, no aspecto cristão, não é apenas contar o
que Deus fez, mas também, pregar através do exemplo pessoal, que realmente
somos imitadores de Cristo.
É dever de todo cristão, ter uma vida íntegra, independente
do modelo e dos padrões da sociedade moderna. Como disse o Senhor, por
intermédio do profeta Malaquias: “Então, vereis outra vez a diferença entre o
justo e o ímpio; entre o que serve a Deus e o que não serve” (Ml 3.18);
demonstrando, assim, que o mundo deve ver esta diferença em nós (II Rs 4.9; I Tm
4.12).
1.1 O Testemunho Cristão na Bíblia.
O testemunho cristão recebe diversas designações no Novo
Testamento, tais como: luz resplandecente (Mt 5.16); santidade (I Pe 1.15,16);
zelo pelo bem (I Pe 3.13); maneira de viver (Hb 13.7); exemplo de boas obras (I
Ts 1.7).
II – A IMPORTÂNCIA DO TESTEMUNHO CRISTÃO
Para ilustrar a importância do Testemunho Cristão, o Senhor
Jesus utilizou-se de dois elementos comuns: o sal e a luz (Mt 5.13-15). Com
essa ilustração, Jesus estava ensinando que deve haver uma oposição entre o
modo de viver do crente e o modo de viver do mundo.
A realidade é que o Reino de Deus e o mundo são distintos; é
como luz e trevas, porém, estão relacionadas uma com a outra: de um lado, a
decomposição; do outro, a preservação; de um lado, a escuridão; do outro, a
iluminação.
O efeito preservador faz cessar a decomposição e a
iluminação faz enxergar na escuridão. Vejamos algumas lições práticas que
podemos extrair desses dois elementos:
2.1. O Cristão como Sal da Terra.
Enquanto o mundo é caracterizado pela corrupção e pela
degeneração de costumes e de bons hábitos (Gn 6.5; Ex 32.7-9; Jz 2.10-15; II Rs
17.7-23; 23.25,26), o sal é o elemento que simboliza a preservação e
conservação. O sal é valorizado por dois atributos principais: gosto e conservação.
Por isso, Jesus se utilizou do mesmo para tipificar o papel dos seus
discípulos.
2.1.1. O sal é preservador.
Ele conserva e preserva; daí ser figura da pureza. Sua cor
alva também fala disso. Ele evita a deterioração. O cristão, onde quer que se encontre,
precisa ser um instrumento da resistência do Espírito Santo contra a corrupção,
contra a degeneração total deste mundo (II Ts.2:7).
2.1.2. O sal produz sede.
É a multidão perguntando aos apóstolos: “Que faremos varões
irmãos?” (At 2.37). É o carcereiro de Filipos clamando: “Senhores! Que é
necessário que eu faça para me salvar?” (At 16.31). São as multidões à procura
de Jesus (Mt 4.25; 8.1; 12.15; 14.14). O crente, como sal, cria sede espiritual
nos outros, e, como luz, conduz as pessoas Àquele que é a fonte da salvação.
2.1.3. O sal é invisível quando em ação.
O sal, antes de ser aplicado é visível, mas ao começar a
agir, temperando, preservando, torna-se invisível. O sal age invisivelmente,
mas sua ação é claramente sentida.
Ser “sal da terra” é, muitas vezes, manter-se anônimo,
invisível e imperceptível. Semelhantemente, o verdadeiro e genuíno cristão
também não aparece, mas deixa que os efeitos da sua presença se apresentem, até
porque não quer jamais a glória para si, mas, sim, para o Senhor (Jo 3.30).
2.2. O Cristão como Luz do Mundo.
Diferente do sal, que não é visto em ação, a luz só tem
valor quando é efeitos da sua presença se apresentem, até porque não quer
jamais a glória para si, mas, sim, para o Senhor (Jo 3.30).
2.2. O Cristão como Luz do Mundo.
Diferente do sal, que não é visto em ação, a luz só tem
valor quando é percebida. A ausência da luz permite que a escuridão prevaleça.
Mas, quando a luz chega, as trevas desaparecem. Quando Jesus diz que somos a
luz do mundo, está afirmando que a luz se opõe ao mundo, que está em trevas (Is
9.2; 59.9; Jo1.5; 3.19; Rm 13.12; II Co 6.14). Ser luz do mundo, significa
praticar as boas obras (Jo 3.20,21). Vejamos, então, algumas características da
luz:
2.2.1. A luz brilha para todos.
Ela tanto brilha sobre um criminoso como sobre uma criança
inocente. Ela tanto brilha sobre um lamaçal, como sobre uma imaculada flor.
Assim deve ser o crente no desempenho de sua missão de luz no mundo, espargindo
a luz do Evangelho de Cristo sobre todos os povos, raças, culturas e
indivíduos, independente de idade, sexo, cor, religião, profissão e posição.
2.2.2. A luz precisa ser alimentada (Mt 5.15,16).
A luz que iluminava as casas nos tempos de Jesus era de
lamparina, alimentada através de um pavio mergulhado em azeite. O tipo de
material da lâmpada variava, mas o combustível era um só: o azeite. O mesmo
ocorre ao verdadeiro cristão. Ele depende sempre do óleo do Espírito Santo para
difundir a luz de Cristo e a luz do Evangelho.
2.2.3. A luz não se mistura.
Mesmo que ela ilumine lixo, sujeira, lamaçal, etc, ela não
se contamina. Assim deve ser o crente: viver neste mundo tenebroso à difundir a
luz de Cristo, sem se contaminar com o pecado e as obras infrutuosas das
trevas.
Jesus disse que somos a luz do mundo, mas Ele próprio disse
que era a luz do mundo (Jo.8:12; 12:46). Ao dizer que somos o “sal da terra”, o
Senhor também nos identificou a Ele, já que o sal era o elemento presente em
todas as ofertas apresentadas ao Senhor (Lv 2:13), de modo que não se tratava
de símbolo senão de Cristo, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo
1:29).
A importância desses dois símbolos pode ser observada pelos
efeitos que exercem. Se o sal for insípido, perderá totalmente o seu valor (Mt
5.13). Se a luz estiver apagada ou escondida, nenhum benefício trará ao
ambiente (Mt 5.14).
III – OBJETIVOS DO TESTEMUNHO CRISTÃO
Podemos enumerar, pelo menos três objetivos do testemunho
cristão:
3.1. Glorificar a Deus. No Sermão da Montanha, o Senhor
Jesus ensinou a seus discípulos que, através do testemunho cristão, os homens
glorificam a Deus. Jesus disse: “Assim resplandeça a vossa luz diante dos
homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está
nos céus.” (Mt 5.16).
3.2. Demonstrar à sociedade que somos novas criaturas. Não
há nenhum erro em tornar conhecidas a mudanças realizadas em nós, por
intermédio da ação do Espírito Santo, desde que o objetivo não seja a auto
glorificação. Através do testemunho cristão, o crente demonstra à sociedade que
já não é mais o mesmo, e que sua vida foi transformada, tornando-se numa nova
criatura (Rm 8.1; II Co 5.17).
3.3. Evangelizar. Através do seu testemunho pessoal, o
cristão também evangeliza. Sua própria vida já é um testemunho vivo do poder de
Deus. Se demonstrarmos um bom testemunho diário, estaremos propagando, com
eficácia, o poder do Evangelho que é o poder de Deus para salvação de todo
aquele que crê, conforme Rm 1.16.
CONCLUSÃO
Como cristãos, devemos nos conscientizar que somos “sal da
terra” e “luz do mundo” (Mt 5.13,14); bem como devemos nos comportar de modo
íntegro, diante de Deus e dos homens, para que, através do nosso testemunho,
Deus seja glorificado (Mt 5.16). Como sal, precisamos ter uma vida de tal forma
que, aqueles que nos vêem e nos ouvem, sintam que nossa presença faz diferença.
Como a luz, precisamos, através do nosso testemunho, contribuir para dissipar
as trevas do pecado em nossa volta.
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