SIGNIFICADO:
A palavra apócrifo significa obra ou fato sem autenticidade ou cuja
autenticidade não se provou. E, também "oculto". Isto quer dizer que
estes livros não eram acessíveis a todos. Hoje são considerados não autênticos.
Não são livros canônicos, mas úteis para estudo e até mesmo para edificação
conforme foram considerados no início.
LOCALIZAÇÃO
HISTÓRICA: Foram produzidos entre o 3o e 1o século AC,
com o cânon já definido. Em grego, menos Eclesiástico, Tobias e I Macabeus. A
cultura gentia os assimilou (o cânon de Alexandria). O historiador Josefo, os
judeus e a Igreja cristã rejeitaram.
A LXX (Septuaginta) os incluiu como adendo (seguindo o
cânon alexandrino). No Concílio de Cártago, em 397 DC: foram considerados
próprios para a leitura. O Concílio Geral de Calcedônia, 451 DC, os negou.
Foram colocados no cânon em 08.04.1546, numa sessão com 5 cardeais e 48 bispos,
apenas, e não foi por unanimidade. Em 1827, a Sociedade Bíblica Britânica e
Estrangeira os excluiu da Bíblia (não editando nem mesmo como adendo). Desde
então esta é a postura protestante.
HISTÓRICO DO CÂNON: Em 170, o bispo Melito faz a primeira
tentativa de um cânon. Omite Ester, Lamentações (talvez fosse um livro com
Jeremias) e Neemias (que era um livro com Esdras). Acrescentou Sabedoria de
Salomão. Orígenes (morto em 254): aceitou o testemunho de Josefo (Archer, 74)
mas incluiu a Epístola de Jeremias (que foi escrita em hebraico). O que temos
como cânon do Velho Testamento foi aceito por longo tempo pela cristandade como
um todo. A Bíblia protestante segue exatamente o cânon judaico. Não é a Bíblia
protestante que tem livros a menos. A Bíblia católica é que tem livros a mais.
Foi a Igreja Católica quem os acrescentou.
A BÍBLIA CATÓLICA: Seguindo a Vulgata que traduziu da LXX
(Septuaginta), o cânon católico incorporou os apócrifos após a Reforma. Quando
a Vulgata os inseriu, distinguiu-os dos outros, que chamou de canônicos. Aos
apócrifos chamou de eclesiásticos. Ao todo são 12 livros ou enxertos:
VULGATA: I Esdras, II Esdras, Tobias, Judite, Adição a
Ester, Sabedoria, Eclesiástico, Baruque, Adições a Daniel (Cântico dos 3 Moços,
História de Suzana e Bel e o Dragão), Oração de Manassés, I Macabeus, II
Macabeus,.
BÍBLIA CATÓLICA: Tobias, Sabedoria, Eclesiástico, Judite,
Baruque, I Macabeus, II Macabeus e adições ou acréscimos a Ester e a Daniel.
ALGUMAS INFORMAÇÕES
a.
Judite
foi escrito no século II a.C. é a história de uma judia que mata Holofernes.
Ver a nota da BJ - Bíblia de Jerusalém, p. 725;
b. O Códice Vaticano, um dos manuscritos
mais respeitados, não tem Macabeus;
c. II Macabeus 15:37 faz um discurso para
justificar o suicídio;
d. No livro de Tobias o anjo Rafael mente
e engana as pessoas;
e. Sabedoria foi escrito no ano 50 a.C.
RAZÕES DA REJEIÇÃO
a. O Velho Testamento já estava
produzido;
b. A maioria produzida em grego;
c. Rejeição pelos judeus da cultura
gentia;
d. Prevaleceu para os judeus o cânon
palestiniano;
e. A postura protestante: a Bíblia
produziu a Igreja. Postura católica: a Igreja produziu a Bíblia, e também a
Tradição. Inclusive as nivela. Por isso, pode acrescentar e tirar;
f. Jesus não citou um deles sequer. Nem
seus apóstolos. Judas cita dois pseudepígrafos, mas não parece ceder-lhes
declaradamente o conceito de inspirados.
BIBLIOGRAFIA
1. Goodspeed, Como nos Veio a Bíblia, Imprensa Metodista
2. Archer, Merece Confiança o Antigo Testamento, Vida Nova
3. Rendtorff, A Formação do Antigo Testamento, Sinodal
4. Martin-Archad, Como Ler o Antigo Testamento, ASTE
5. Benttencourt, Para Entender o Antigo Testamento, Santuário
6. Castanho, Iniciação à Leitura da Bíblia, Santuário
7. Walton, Quadros Cronológicos do Velho Testamento, Batista Regular
2. Archer, Merece Confiança o Antigo Testamento, Vida Nova
3. Rendtorff, A Formação do Antigo Testamento, Sinodal
4. Martin-Archad, Como Ler o Antigo Testamento, ASTE
5. Benttencourt, Para Entender o Antigo Testamento, Santuário
6. Castanho, Iniciação à Leitura da Bíblia, Santuário
7. Walton, Quadros Cronológicos do Velho Testamento, Batista Regular
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