quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Aqui Está Quem É Maior do Que Salomão

Segundo Jesus, uma certa testemunha aparecerá no dia do Juízo oferecendo testemunho condenatório contra a geração atual. A rainha de Sabá subirá ao banco das testemunhas, e suas palavras condenarão: "A rainha do Sul se levantará no juízo com essa geração e a condenará; porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão. E eis aqui está quem é maior do que Salomão" (Mateus 12:42).

A rainha se dirigirá à nossa geração, a nós que vivemos exatamente nos últimos dias. E sua condenação será assim: ela vai descrever todo o esforço, toda a agonia e as dificuldades que suportou para obter sabedoria de Salomão. Veja, quando viva, essa mulher se desesperava em busca de uma verdade que a libertasse. E no juízo ela vai testificar: "Eu vim dos confins da terra, e viajei para ganhar a sabedoria de Salomão. Vocês, por outro lado, estão saciados pela verdade do evangelho. Vocês têm Alguém muito maior do que Salomão em seu meio; porém cerram os olhos e os ouvidos a Ele".

Quem era exatamente essa Rainha de Sabá? E por que foi tão importante a ponto de aparecer no dia do Juízo? Os estudiosos dizem que ela era uma líder árabe, e que reinava sobre a região hoje conhecida como Iêmen. Era uma cultura que ao longo dos séculos se envolvia com enigmas e adivinhações. O perfil mental árabe constantemente levantava questões, sem dar respostas.

Essa importante mulher poderia estar tendo conflito de alma pelo fato de todas as grandes questões da vida - sobre Deus, o futuro, a morte - não terem respostas. Ela queria sabedoria para ajudá-la a aprender a viver, a governar e ajudar os outros. Porém, riqueza nenhuma, ou fama ou conselhos podiam responder os gritos de sua alma. As carências mais profundas do seu ser continuavam não atendidas.

Aí então ela ouviu a respeito do rei Salomão. Por todo o mundo, ele tinha reputação de possuir incrível sabedoria. As escrituras dizem de a rainha ter "ouvido a fama (dele)" (I Reis 10:1), talvez por meio de comerciantes ou navegadores que houvessem viajado até Jerusalém. Segundo seus informes, o rei de Israel compreendia a natureza humana como ninguém; era capaz de responder qualquer pergunta, e resolver todo problema, não importando a complexidade.

A rainha deve ter raciocinado assim: "Quem é este homem que declara tanta sabedoria, e responde as perguntas difíceis da vida?”. Os próprios deuses dela não falavam, ouviam ou conversavam. Então ela resolveu: "Preciso chegar até Salomão a qualquer custo. Preciso resolver essas questões que ardem dentro de mim. Se ele pode resolver os enigmas da vida, então é capaz de responder aos meus anseios".

Ela ordena que uma caravana a leve a Jerusalém, a cerca de 2.400 quilômetros. A viagem em si iria levar aproximadamente 75 dias - ou seja, 150 dias para locomoção de ida e volta - quase meio ano. E seria através de um deserto quentíssimo, capaz de assar uma pessoa ao sol. Enfrentariam saqueadores, terras improdutivas sem nenhum conforto. Teriam de passar por noites terrivelmente frias. No entanto nada podia impedir que a rainha conseguisse uma audiência com Salomão.

Ela tinha de ter a companhia de soldados, oficiais, servos, cozinheiros e intérpretes. Os camelos teriam de ser carregados com alimentos, água, e presentes de jóias e especiarias. Juntando tudo, a caravana compreendia uma "mui grande comitiva" (10:2). Imagine o quadro desse grande conjunto chegando a Jerusalém, após meses de tempestades de areia, de calor atroz e tremendas dificuldades... Agora, ao se aproximar da capital, os serviçais de Salomão correm para se encontrar com a rainha, dizendo: "Que viagem difícil vocês tiveram. Por favor, refresquem-se. O rei lhes concedeu o uso de suas grandes salas de banho".

Posteriormente, a rainha é apresentada à corte de Salomão. E ela não desperdiça tempo ao lhe fazer todas as perguntas que a confundiam. "Veio prová-lo com perguntas difíceis... compareceu perante Salomão e lhe expôs tudo quanto trazia em sua mente” (10:1,2). A rainha despeja tudo sobre ele.

E ela não se desapontou. As escrituras dizem: "Salomão lhe deu resposta a todas as perguntas; e nada lhe houve profundo demais que não pudesse explicar" (10:3). Salomão generosamente lhe responde com verdades incríveis e iluminadoras. Ele não deixa um único ponto sem resposta. Eu visualizo o rosto da rainha se iluminando a cada resposta, e compreendendo: "Então, é assim que é". Imagine a paz que invadiu sua alma quando as perguntas de toda uma vida foram sendo resolvidas, uma a uma.

Mais tarde, ela foi levada em passeio pelo reino de Salomão. Pessoalmente ela vê a ordem, a beleza e a prosperidade que a sabedoria de Salomão havia trazido à nação. Ela contempla "a casa que edificara, e a comida da sua mesa, e o lugar dos seus oficiais, e o serviço dos seus criados, e os trajes deles, e seus copeiros, e o holocausto que oferecia na Casa do Senhor" (10:4,5). Foi tão aterrador que, "ficou como fora de si". Ou seja - ela ficou sem fôlego.

Após ter absorvido tudo isso, ela diz a Salomão: "Foi verdade a palavra que a teu respeito ouvi na minha terra e a respeito da tua sabedoria. Eu, contudo, não cria naquelas palavras, até que vim e vi com meus próprios olhos. Eis que não me contaram a metade: sobrepujas em sabedoria e prosperidade a fama que ouvi. Felizes os teus homens, felizes estes teus servos, que estão sempre diante de ti e que ouvem a tua sabedoria! Bendito seja o Senhor, teu Deus...para te colocar no trono de Israel...para executares juízo e justiça" (10:6-9).

Após o passeio, a rainha oferece a Salomão todos os presentes que havia trazido na caravana. Por sua vez, ele abre seus depósitos e armazéns a ela, que fica maravilhada com as vastas riquezas: "O rei Salomão deu à rainha de Sabá tudo quanto ela desejou e pediu, afora tudo o que lhe deu por sua generosidade real" (10:13).
Ao Se Referir a Esta Rainha,
Ele Estava se Dirigindo aos Escribas e Fariseus

Os líderes religiosos do tempo de Jesus estavam familiarizados com a história da rainha. Eles a haviam ensinado nas sinagogas, e sabiam tudo do desespero dela para encontrar Salomão. Agora Cristo usava a história dela para adverti-los: "Esta mesma rainha do sul lhes condenará diante do Pai. Ela veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão. E eis que alguém maior do que Salomão está na sua frente agora".

Em verdade, aquela rainha perguntará aos fariseus: "Como puderam ser tão cegos? Vocês traziam todas as perguntas difíceis ao rei - até perguntas capciosas para fazê-lo tropeçar. Porém Jesus Cristo é o Deus onisciente encarnado, Aquele que deu sabedoria a Salomão. Ele esteve no meio de vocês e solicitou perguntas suas, insistindo em que Lhe abrissem o coração. Ele até morreu por vocês. Mas vocês fecharam a Ele os seus olhos, e cerraram os ouvidos à Sua verdade. Preferiram viver nas trevas, pois os seus atos eram maus".

Eu me pergunto: será que essa rainha acusará a nossa geração do mesmo pecado? Será que dirá:

"Vi e ouvi a sabedoria de um homem que viveu no meu tempo, e suas palavras mudaram a minha vida. Eu tive uma única conversa com ele, e ele respondeu tudo que havia no meu coração. Ele conheceu todas as perguntas e preocupações da minha vida, e a sua verdade curou o meu caos interior...
...Mas chegou a hora em que tive de sair da presença deste homem. Não foi assim com vocês. Vocês tiveram Alguém que vivia no seu meio, e tinham acesso à Sua sabedoria o tempo todo. Além disso, o Rei Jesus é infinitamente maior que Salomão. E Ele tem uma palavra para lhes falar a respeito de tudo em sua vida. Ele quer que essa palavra lhes traga abrandamento da dor, das buscas - e lhes forneça paz e alegria...

...Assim Ele continuamente os convida à Sua mesa de banquete. Vocês não têm de viajar 2.400 quilômetros para chegar lá. Ele vai até vocês, e não pede presentes e jóias. Tudo que lhes pede é que levem a Ele os seus fardos. Ele deseja ouvir as suas preocupações, assumir os seus interesses, responder às suas ansiedades. O único incenso que deseja de vocês é a oração e o louvor...
...Quando eu estava no palácio de Salomão, eu vi o quanto os seus servos eram felizes. Eles iam diariamente à mesa do rei, e alegremente absorviam sua sabedoria. Ouviam cuidadosamente cada palavra dele, com grande respeito. E ao irem ao templo para adoração, possuíam temor santo. Foi uma visão tão gloriosa, que perdi o fôlego. Eu havia ouvido grandes coisas sobre Salomão, mas nada me preparou para o quê experimentei em sua presença...
...Com a sua geração, é outra história. Vocês falam tanto sobre o Rei. Têm acesso à maravilhosa sabedoria dEle, à Sua justiça e santidade - mas O ignoram dia após dia. Como podem se satisfazer com essas vidas tão afundadas e amedrontadas? Vocês têm em seu meio a Fonte das respostas. Ele é muito maior do que Salomão!".

Quero lhe perguntar o seguinte: quando foi a última vez que você teve uma experiência tremenda com Jesus? Quando foi que ficou tão encantado com Sua sabedoria fornecedora de paz - que ficou sem fôlego? Quando disse pela última vez: "Nada que foi ensinado sobre Jesus me preparou para essa experiência com Ele. Ele solucionou as minhas dúvidas, e me trouxe toda a alegria do mundo"?

Jesus Está Nos Dizendo Nessa Passagem:
"Se Você Professa Ser Meu Seguidor,
Então Precisa Fazer a Si Mesmo Uma Certa Pergunta"

Todos temos de responder a uma fundamental pergunta atualmente: "Se Alguém maior do que Salomão está no meu meio, haveria a possibilidade de Ele me deixar confuso? Se a sabedoria dEle está sempre à disposição, será que eu a busco tão apaixonadamente quanto a rainha buscou a sabedoria de Salomão?".

Acho que a rainha está nos perguntando: "Se Salomão quis ouvir todas as minhas perguntas, será que o seu Rei estaria um pouquinho que seja, menos interessado em ouvir as suas? Se Salomão foi tão paciente em responder aos meus anseios, será que o seu onisciente Senhor não iria muito mais levar os teus fardos? Como poderia Jesus estar menos desejoso em falar contigo, lhe dar Sua sabedoria e orientação?".

A verdade é que Deus ainda fala ao seu povo hoje. E fala tão claramente quanto no Velho Testamento, para os apóstolos, ou para a igreja primitiva. Contudo temos de entender uma coisa: Deus escolhe falar só com os que têm ouvidos para ouvir. Vou ilustrar.
Marcos 4 diz que Cristo "lhes ensinava muitas cousas por parábolas" (4:2). Nessa passagem, Jesus conta a parábola do semeador, um homem que planta a semente no campo. Mas quando terminou a história, a multidão se viu perdida. Se perguntaram: "Quem é o semeador que Ele está descrevendo? E o quê a semente representa? E toda essa conversa de pássaros, diabos, solos com espinhos, solo bom - do que se trata?".

Jesus não explicou à multidão. Antes, as escrituras registram: "E acrescentou: Quem tem ouvidos para ouvir, ouça" (4:9). Só os discípulos e um outro pequeno grupo remanescente queriam respostas. Então foram até Jesus mais tarde, e perguntaram o significado da parábola: "Quando Jesus ficou só, os que estavam junto dele com os doze o interrogaram a respeito das parábolas" (4:10). Então Cristo gastou um tempo para responder à todas as suas questões (v. 4:14-20).

Você vê o quê está acontecendo nessa cena? Jesus havia trazido revelação da verdade à multidão, uma palavra vinda diretamente da boca de Deus, mas isso os intrigou. Você pode dizer: "Por que Jesus não explicou a parábola com mais clareza?". Achamos uma pista adiante no mesmo capítulo: "E sem parábolas não lhes falava" (Marcos 4:34). Eu creio que Jesus estava dizendo o seguinte: "Se vocês querem compreender a minha palavra, terão de ir ao meu encalço para obtê-la. E terão de vir como a rainha de Sabá: com fome pela verdade libertadora. Eu lhes darei toda a revelação que precisarem. Mas terão de vir a mim com ouvidos inquisitórios e atentos".

Imagine o que aconteceu com a maioria da multidão depois que foram para casa. Vizinhos se juntaram em torno deles, ansiosos para saber o que Jesus tinha dito: "Que mensagem Ele trouxe? Diga tudo que você aprendeu?". Os que O haviam ouvido podem ter sido capazes de repetir Suas parábolas. Mas suas palavras teriam sido mortas, sem vida, sem poder de impacto ou de transformação de vidas.

Eu acho que a mesma coisa acontece na igreja de Cristo hoje. A palavra que vem de alguns púlpitos é letra morta; vem sem revelação do Espírito Santo ou sem poder para livrar do pecado. Aí, quando as pessoas vão para casa, muitos meramente repetem a palavra que ouviram - sem a vida do Espírito. Que contraste com os discípulos famintos e outros que continuaram seguidores de Cristo nesse cenário. Essas pessoas representam todo aquele que tem fome pela palavra de Deus, e perseguirá Jesus a qualquer custo para obtê-la. Elas são a "Turma da Rainha de Sabá", servos que querem a revelação de Cristo - verdade que transforma vidas.

O que Jesus responde aos que vão a Seu encalço? Ele diz, "A vós outros vos é dado conhecer o mistério do reino de Deus; mas, aos de fora, tudo se ensina por meio de parábolas" (4:11). A palavra em grego para mistério aqui significa segredo. Em resumo, Cristo revela os Seus segredos só para os que têm fome pela verdade transformadora de vida. Ele está dizendo: "Se você quer respostas para as tuas perguntas difíceis, venha atrás de mim. Gaste tempo comigo. Eu lhe revelarei a minha palavra, e mostrarei verdades que outros não vêem".

Então, quem são os "de fora" (4:11)? Jesus está se referindo às multidões que não estão querendo esperar nEle. Pessoas que não vão desistir do conforto, e fazer o necessário para treinar os ouvidos para a Sua voz. Elas podem ir regularmente à igreja, e buscar o Senhor em favor de suas necessidades humanas - mas não estão interessadas em conhecer a voz de Deus no que vai além da capacidade dEle em lhes conceder coisas. A verdade libertadora que provém dEle lhes permanece frustrante e inútil, uma série de enigmas fechados.

A Guerra de Satanás Contra o Povo de Deus Neste Momento
Concentra-se Contra a Nossa Fé

A ameaça atual do diabo contra a igreja vai além da torrente de imundície sendo lançada sobre a terra. Vai além do materialismo, dos vícios ou de intensas seduções. A nossa guerra é a guerra da fé. Quanto mais você dispõe o seu coração para buscar Jesus, mais tremendos se tornam os ataques de Satanás contra a sua fé.

Nos últimos meses, tenho ouvido confissões de piedosos santos falando de horríveis ataques contra as suas mentes. Têm sido infestados de flechas de dúvidas e questões perturbadoras em relação à fidelidade de Deus. Eles ficam se perguntando se Deus chega a se preocupar com o ministério deles que está estagnado, com seus problemas conjugais, com o fato de seus filhos estarem se desviando. Muitos estão apenas se equilibrando, hesitantes na fé, e achando: “Eu não sei se vou agüentar”.

Então li a carta de uma querida senhora de 81 anos, que nos escreveu. Ela diz: “O meu marido está sendo devorado pelo câncer ósseo. Enquanto isso, o meu filho está morrendo de AIDS. E eu lentamente estou me consumindo pela diabetes”. Lendo tudo que essa família está enfrentando, balancei a cabeça e me perguntei: “Como é possível ela se manter com essa alegria? É muita coisa para alguém agüentar. Certamente Deus irá levar isso em consideração caso ela hesite na fé.

Mas aí li o parágrafo final da carta dela: “Apesar de tudo, Deus é fiel. Ele jamais falhou em qualquer palavra que nos tenha prometido. Deixamos nosso filho nas mãos de Jesus. E agora estamos esperando o dia de vermos nosso bendito Senhor face a face”.

Sim, a batalha toda gira em torno da fé. Vemos isso ilustrado em Marcos 8, quando Jesus tinha acabado de alimentar 4.000 pessoas com sete pães e alguns peixes. Mais tarde, Ele entrou num bote com os discípulos e foi para o outro lado:

“Ora, aconteceu que eles se esqueceram de levar pães e, no barco, não tinham consigo senão um só. Preveniu-os Jesus, dizendo: Vede, guardai-vos do fermento dos fariseus e do fermento de Herodes. E eles discorriam entre si: É que não temos pão. Jesus, percebendo-o, lhes perguntou: Por que discorreis sobre o não terdes pão? Ainda não considerastes, nem compreendestes? Tendes o coração endurecido? Tendo olhos, não vedes? E, tendo ouvidos, não ouvis? Não vos lembrais de quando parti os cinco pães para os cinco mil, quantos cestos cheios de pedaços recolhestes? Responderam: Sete! Ao que lhes disse Jesus: Não compreendeis ainda?” (Marcos 8:14-21).

Jesus estava lhes lembrando, “Vocês não estão se lembrando de quem sou? Vocês acabaram de me ver multiplicando uns tantos pães e peixes para alimentar multidões. Como podem ter esquecido de um milagre destes? Lhes disse que Um maior do que Salomão estava em seu meio. Quando vai entrar em suas cabeças que Deus está presente convosco em todas as horas, em toda crise? Vocês têm olhos, mas não vêem”.

O quanto entristecemos o coração do Senhor quando esquecemos Suas vitórias passadas em nossas vidas, todos os Seus milagres de libertação. Ele nos chama amigos (v. João 15:15), contudo nas crises muitas vezes nos esquecemos de Sua amizade fiel. É por isso que Jesus preveniu os discípulos sobre o fermento dos fariseus. Ele lhes diz basicamente: “Se vocês me trazem perguntas difíceis, não esperem que eu responda caso tenham coração de incredulidade. Vocês devem vir até mim com confiança e fé, crendo que sou Alguém maior do que Salomão”.

Em outra cena em Marcos 4, os discípulos estavam novamente atravessando um lago. Desta vez, “levantou-se grande temporal de vento, e as ondas se arremessavam contra o barco, de modo que o mesmo já estava a encher-se de água” (Marcos 4:37). Uma torrente de ondas inunda o bote, e os discípulos agitados correm para jogar fora a água que sobe. Eram pescadores experientes, e logo viram que suas vidas corriam perigo. Então rapidamente acordam Jesus, que estava dormindo no fundo do barco, e gritam, “Mestre, estamos afundando!”.

Ao ver Jesus sendo despertado, a minha carne deseja que Ele encoraje os discípulos assim: “Estou muito feliz por terem me acordado. A coisa é séria. Pobres irmãozinhos, sinto tê-los deixado enfrentando essa tempestade sozinhos tanto tempo. Perdão por eu não ter agido antes. Que bom que vocês não acharam que não me interesso por suas crises”.

Não, a reação de Jesus foi exatamente o oposto. Ele repreendeu os discípulos! “Por que sois assim tímidos? Como é que não tendes fé?” (4:40). Imagine o quê aqueles homens pensaram na hora: “Será que Jesus está realmente esperando que a gente fique com a água subindo pela cintura, e não tenha medo? É a pior tempestade que já vimos; as ondas estão enchendo o barco, e estamos quase afundando. Será que a gente tem de praticar a fé numa situação tão desesperadora?”.

A resposta é: sim, certamente! Jesus estava testando a fé deles. Ele queria saber: “Será que estes meus seguidores vão confiar em mim diante da morte? Eles se agarrarão à sua crença em mim?”. Humanamente, Cristo podia estar dormindo. Mas Ele também é Deus, e o Senhor nunca dorme: “É certo que não dormita, nem dorme o guarda de Israel” (Salmo 121:4).

Nesse momento, o seu barco pode estar sendo inundado, e inexiste qualquer esperança. A tempestade que se agita e lhe cerca o atemoriza como nunca na vida. Mas Ele ainda é Deus, e você tem Alguém maior do que Salomão presente consigo. Ele é Senhor sobre toda tempestade, e usará esta tempestade para testá-lo. Ele está permitindo sua crise para ver o que está em seu coração.

Você pode pensar: “Mas e se o meu barco realmente afundar? O quê acontece?”. Veja o exemplo de Paulo em Atos. O seu barco afundou, e ele não perdeu a vida. Em verdade, ele se agarrou à palavra de Deus a ele no meio da tempestade: “O barco afundará, mas Eu lhe darei a vida de todos a bordo”. Quando a tempestade cessou, Deus foi glorificado por Sua fidelidade. E grandes milagres seguiram-se, acompanhados por um impressionante avivamento (v. Atos 28:1-10).

Sim, o Senhor pode permitir que você experimente algo que lhe pareça absolutamente desastroso. Mas você sobreviverá – e também sua fé – se confiar nEle. O seu navio pode afundar, mas Deus lhe dará a força para nadar até a praia, como fez com Paulo. Tudo que poderá perder é o que é material, e Deus pode facilmente repor isso. Ele possui barcos maiores e melhores, e é capaz para lhe abençoar com mais de qualquer coisa que possa ter perdido.

Tenho de admitir - ao ler a repreensão de Jesus aos discípulos, eu penso: “Senhor, isso não é justo. Recebo cartas de pessoas hoje que estão enfrentando os seus próprios desastres. Estão perdendo seus lares, seus empregos, seus queridos. Com certeza Tu não esperas que eles se mantenham plenos de fé”.

Então o Espírito Santo me faz lembrar de alguns lugares atacados pela pobreza que visitei. Vi pessoas que vivem em barracos e dormem sobre terra batida, e contudo possuem uma alegria que nunca testemunhei em nenhum outro lugar. Elas se rejubilam na fidelidade diária de Deus para consigo, e isso faz com que sua fé abunde, a despeito de todas as lutas.

Há Hoje Um Grande Distanciamento da Fé e da Confiança
Naquele Que é Maior do Que Salomão
Essa grande apostasia é profetizada nas escrituras. Paulo previne: “Ninguém, de nenhum modo, vos engane, porque isso não acontecerá sem que primeiro venha a apostasia” (2 Tess. 2:3).

No Velho Testamento, o Senhor nos dá um exemplo do que acontece com os que se distanciam da fé no poder de Deus, poder existente em favor deles. Em 2 Crônicas 14, o rei Asa enfrenta um exército de um milhão de etíopes. Mas o rei tinha muita fé: “Clamou Asa ao Senhor, seu Deus, e disse: Senhor, além de ti não há quem possa socorrer numa batalha entre o poderoso e o fraco; ajuda-nos, pois, Senhor, nosso Deus, porque em ti confiamos e no teu nome viemos contra essa multidão. Senhor, tu és o nosso Deus” (2 Cr. 14:11).

O quê aconteceu então? “O Senhor feriu os etíopes diante de Asa” (14:12). Que enorme fé Asa possuía! Depois disso, por muitos anos “Não houve guerra até ao trigésimo quinto ano do reinado de Asa” (15:19). Por anos, Asa andou em fé diante do Senhor, e isso trouxe o favor de Deus a Judá. Uma grande paz caiu sobre toda a terra, e essa paz se tornou um testemunho para o mundo. Logo pessoas famintas das nações em torno encheram Judá, porque sabiam que Asa andava com Deus.

Aí, no trigésimo sexto ano de seu reinado, Asa enfrentou outra crise. O rei de Israel se levantou contra Judá, capturando Ramá num esforço para bloquear todo comércio que ia ou provinha de Jerusalém. O plano era levar Judá à submissão pela fome. Asa foi deixado totalmente vulnerável, mas desta vez ele não dependeu do Senhor durante a crise. Em vez de orar em busca da direção e do conselho de Deus, ele se voltou para o rei da Síria. Em troca da ajuda da Síria, Asa descerrou o tesouro da nação, esvaziando todo o ouro e a prata do país.

E então Judá foi livrada do inimigo, mas não pelo Senhor. Essa glória foi para o exército estrangeiro da Síria. E agora o testemunho de Judá diante do mundo se foi. Um justo profeta foi até Asa com uma palavra de censura: “...Confiaste no rei da Síria e não confiaste no Senhor, teu Deus...quanto ao Senhor, seus olhos passam por toda a terra, para mostra-se forte para com aqueles cujo coração é totalmente dele; nisto procedeste loucamente; por isso, haverá guerras contra ti” (16:7,9).

Estou convencido de que hoje muitos cristãos estão complicados pelo mesmo motivo de Asa. Eles têm guerra na alma, pois trocaram a fé pela auto-suficiência. Mas o fato é o seguinte: não há como um seguidor de Jesus pôr a fé em qualquer outra fonte, e não ter problemas.

O aviso de Cristo é simples e claro: Alguém maior do que Salomão está entre nós. E devemos crer nEle, confiar totalmente nEle, e nos entregar inteiramente aos Seus cuidados. Ele lutará nossas batalhas e tratará com os nossos inimigos. Então não haverá mais guerras, pois as resolverá para nós: “Ele põe termo à guerra” (Salmo 46:9).

Um maior do que Salomão se mostrará forte a seu favor, se você confiar nEle.
 
Autor: David Wilkerson

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