O isolamento
e o afastamento do convívio com outras pessoas é a pior opção que um líder pode
escolher.
A capacidade
de influenciar os liderados está muito ligada ao nível de envolvimento que o
líder cultiva com as pessoas. A falta de proximidade, segundo psicólogos, é um
dos motivos determinantes para o surgimento de depressão, desânimo e outras
enfermidades relacionadas.
As pessoas
confiam em quem se preocupa com elas. Estão abertas a opiniões e sugestões dos
que demonstram interesse pelos seus problemas, pelas suas dificuldades e pelos
seus valores.
Ser líder
significa estar disposto a se envolver com as pessoas, ser sensível às suas
necessidades e ser capaz de incentivá-las a crescer e a desenvolver seu
potencial.
Certamente há
riscos em se envolver com as pessoas. Podem decepcionar, podem frustrar
expectativas, podem ser ingratas. Talvez por isto muitos optem por erguer muros
para se defenderem dos perigos do relacionamento. Não se envolvem, não se
abrem.
Ao líder essa
opção está descartada. É inerente ao líder a necessidade de envolver-se com as
pessoas. É preciso conhecê-las. É preciso correr os riscos próprios de
relacionamentos sabendo que o potencial de sucesso é maior que as dificuldades
encontradas no caminho.
Além de
razões psicológicas para justificar o envolvimento há, para líderes
eclesiásticos, expressa determinação bíblica. Os fundamentos são mais que
estratégias de liderança.
O líder deve
cuidar (preocupar-se, envolver-se) com os liderados conforme:
1. Exigido
por Jesus - João 13:34-35; 15:12,17
2. Ensinado
por Paulo - Rm 13:8; I Tes. 4:9
3. Orientado
por Pedro - I Pe. 1:22
4. Reforçado
por João - 1 Jo. 3:11-23; 4:7, 11-12; 2 Jo. 5
Embora seja
mais confortável a opção de "deixar cada um cuidar de sua vida", a
orientação é em sentido contrário - precisamos cuidar do próximo!
Em muitos
relacionamentos, inclusive no ambiente eclesiástico, parecemos com a seguinte
ilustração: um grupo de porcos-espinhos em dias de muito frio. Conforme o frio
aumenta, desejamos estar mais próximos para aproveitar o calor. Só que logo a
proximidade faz com os espinhos comecem a machucar e nos afastamos. Passado
algum tempo o frio aperta mais e voltamos a nos aproximar e a nos espetar.
A vida vai
passando e a "dança" se repete sem solução para o desafio de nos
ajudarmos, ainda que com os riscos envolvidos.
Líderes
assumem os riscos de se envolverem com seus liderados, pois sabem que não podem
influenciar se não estabelecerem relacionamentos fortes e consistentes.
Envolvem-se
com as pessoas porque desejam edificá-las (Rm. 15:19), contribuindo para que
não se contentem com uma vida medíocre e sem realizações.
Envolvem-se
porque sabem que não há espaço para líderes que não estão dispostos a servir
(Gal. 5:13). Quebram o paradigma secular que estimula a obtenção de vantagem a
qualquer preço.
Envolvem-se
porque reconhecem que a vida em comum trás embutida a necessidade de perdoar
(Ef. 4:32), de recomeçar, de superar as diferenças que podem surgir.
Envolvem-se,
também, por saberem que deve haver respeito e consideração mútua (Hb. 10:24-25)
em todos os relacionamentos.
Em resumo,
estar disposto a envolver-se com os outros é expressão prática do amor que
devemos nutrir uns pelos outros.
Líderes
maduros não fogem do envolvimento, ao contrário, aproximam-se o mais que podem
das pessoas a despeito dos riscos.
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