A Bíblia Sagrada
Introdução:
Velho
Testamento Lucas 24:27.
"Ora,
tudo isto lhes sobreveio como figuras, e estão escritas para aviso nosso, para
quem já são chegados os fins dos séculos". (I Coríntios 10:11).
"Porque
tudo o que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que pela
paciência e consolação das Escrituras tenhamos esperança". (Romanos 15:4).
Novo
Testamento Lucas 24:27.
Por quase
quatrocentos anos, Deus não chamou nenhum profeta para dizer "assim diz o
Senhor". Em todo este tempo nenhum escritor inspirado apareceu. Por isso
este tempo é chamado "Os Anos Silenciosos" ou "O Período
Negro".
Os quatro
evangelhos não têm a intenção de dar uma biografia completa de Cristo.
"Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o
Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome." (João
20.31).
Mesmo que
os quatro se complementassem, um ao outro, mostrando partes da vida de Cristo
que o outro não relatou, os quatro testemunham, juntamente, em pelo menos dez
áreas, assim revelando a ênfase dos escritos dos evangelhos que é a vida de
Cristo e a Sua obra salvadora completa para o homem pecador. São elas:
1a. Cristo visto
2a. Ministério de João Batista
3a. Alimentação dos cinco mil
4a. Cristo como Rei - (Zacarias 9:9)
5a. Traição de Judas
6a. Negação de Pedro
7a. Julgamento e crucificação
8a. A ressurreição corporal
9a. 40 dias após a ressurreição
10a. Segunda vinda predita (parúsia ou parousia)
O que é a Bíblia
Sagrada?
A
definição canônica mais curta da Bíblia é a revelação de Deus à humanidade.
Tudo o que Deus tem preparado para o homem, bem como o que Ele requer do homem,
e tudo o que o homem precisa saber espiritualmente da parte d'Ele quanto a sua
redenção e felicidade eterna, está revelado na Bíblia. Tudo o que o homem tem a
fazer é tomar a Palavra de Deus e apropriar-se dela pela fé. O autor da Bíblia
é Deus; seu real intérprete é o Espírito Santo, e seu assunto central é o
Senhor Jesus Cristo. O homem deve ler a Bíblia para ser sábio, crer na Bíblia
para ser salvo e praticar a Bíblia para ser santo ou santificado. A coleção
completa dos livros divinamente inspirados constituindo a Bíblia é chamada de
cânon. Os nomes canônicos mais comuns do Livro Sagrado são:
Escrituras:
Mateus 21:42; I Coríntios 3:4.
antas
Escrituras: Romanos 1:2.
Livro do
Senhor: Isaías 34:16.
A Palavra
de Deus, Marcos 7:13; Lucas 11:28; Hebreus 4:12.
Oráculos
de Deus, Romanos 3:2; Hebreus 5:12.
Materiais Originais
Papiro:
Material extraído de uma planta aquática desse mesmo nome. Há várias menções
dele na Bíblia, como por exemplo, Jó 8:11. De papiro deriva o termo papel. Seu
uso na escrita vem de 3.000 a.C., no Egito.
Pergaminho:
Ë a pele de animais, curtida e preparada para escrita. É material superior ao
papiro, porém de uso mais recente do que aquele. Teve seu uso generalizado, a
partir do início do século I, na Ásia Menor. É também citado na Bíblia,
exemplo: II Timóteo 4:13.
Línguas Originais
Hebraico:
Para o Antigo Testamento.
Grego:
Para o Novo Testamento.
Antigo
Testamento foi escrito em Hebraico, uma língua da família das línguas
semíticas, caracterizada pela predominância de consoantes; a não ser Esdras 4:8
a 6:18; 7:12-16; Jeremias 10:11; Daniel 2:4 a 7:8, que foram lavrados em
Aramaico.
A palavra
"Hebraico" vem de "Hebrom", região de Canaã que foi
habitada pelo patriarca Abraão em sua peregrinação, vindo da terra de Ur; Estas
são as duas línguas principais em que a Bíblia foi inspirada e escrita.. As
traduções só conservam a inspiração quando reproduzem fielmente o original.
Manuscrito:
Tudo era feito pelos escribas de modo laborioso, lento e oneroso. Desse tempo
para cá, Deus tem abençoado maravilhosamente a difusão do Seu Livro, de modo
que hoje em dia milhões de exemplares são impressos em muitos pontos do globo
com rapidez e facilidade em modernas impressoras.
Escritores
da Bíblia
A
existência da Bíblia, abrangendo seus escritores, sua formação, composição,
preservação e transmissão, só pode ser explicada como milagre de Deus, ou
melhor: Deus é seu autor. Foram cerca de quarenta os escritores da Bíblia.
Deste modo, a Palavra Escrita de Deus foi nos dada por canais humanos, assim
como o foi a Palavra Viva - Cristo, Apocalipse 19:13.
Esses
homens pertenceram às mais variadas profissões e atividades, escreveram e
viveram distantes uns dos outros em época e condições diferentes. Levaram 1500
anos para escrever a Bíblia. Apesar de todas estas dificuldades, ela não contém
erros nem contradições. Há sim dificuldades na compreensão, interpretação,
tradução, aplicação, mas isso do lado humano, devido a nossa incapacidade em
todos os sentidos.
A origem do nome Bíblia
Este nome
consta apenas da capa da Bíblia, mas não o vemos através o volume sagrado. Foi
primeiramente aplicado por João Crisóstomo, grande reformador de
Constantinopla. (398 - 404 A.D). O vocábulo "Bíblia" significa
etimologicamente "coleção de livros pequenos", isto porque os livros
da Bíblia são pequenos, formando todos um volume não muito grande como tão bem
conhecemos. De fato, a Bíblia é uma coleção de livro. Porém, perfeitamente
harmônicos entre si. É devido a isso que a palavra Bíblia sendo plural no grego
passou a ser singular nas línguas modernas.
À folha
de papiro do século XI a.C. preparada para a escrita, os gregos chamavam de
"biblos". Ao rolo pequeno de papiro, os gregos chamavam
"biblion", e ao plural deste chamavam "biblos".
Portanto
o vocábulo Bíblia deriva da língua grega. Os vocábulos bíblia e biblion"
constam do Novo Testamento grego, mas não referente à própria Bíblia:
Bíblia :
João 21:25; II Timóteo 4:13; Apocalipse 20:12; Daniel 4:2.
Biblion:
Lucas 4:17; João 20:30.
Ao comparar as diferentes cópias do texto da Bíblia entre si e com os originais
disponíveis, menos de 1% do texto apresentou dúvidas ou variações, portanto,
99% do texto da Bíblia é puro. Vale lembrar que o mesmo método (crítica
textual) é usado para avaliar outros documentos históricos, como a Ilíada de
Homero, por exemplo; É o livro mais vendido do mundo. Estima-se que foram
vendidos 12 milhões de exemplares na versão integral, 13 milhões de Novos
Testamentos e ainda 450 milhões de brochuras com extratos dos textos originais;
Foi a primeira obra impressa por Gutenberg (séc. XV), em seu recém inventado
"prelo manual", que dispensava as cópias manuscritas;
O prelo
de Gutenberg (séc. XV), onde pela primeira vez foram utilizados os caracteres
móveis, é o início duma longa história da tecnologia gráfica. Contudo, só
passados cerca de quatro séculos (final do séc. XIX), com a construção do prelo
de Stanhope, totalmente em ferro, é que a tipografia evoluiu acentuadamente.
Senefelder tinha já inventado um novo processo de impressão, sem semelhança com
nenhum anterior - a Litografia.
Manuscritos Originais
Manuscritos
originais, isto é, saídos das mãos dos escritores, não existe nenhum conhecido
no momento. Deus na Sua providência permitiu isso. Se existisse algum, os
homens o adorariam mais do que o seu divino Autor. A serpente de metal posta
entre os israelitas como meio de auxilio à fé em Deus (Números 21:8-9; Isaías
45:22), foi depois idolatrada por eles (II Reis 18:4).
Deus
cuidou do sepultamento de Moisés e ocultou o seu local porque certamente o povo
adoraria seu corpo, (Deuteronômio 4:5-6). O Diabo tinha interesse na idolatria
e contendeu com o arcanjo que procedeu ao funeral de Moisés (Judas 9 ).
Milhões, em muitas terras adoram a cruz de Cristo, ao invés do Cristo da cruz. É
também o caso da virgem mãe de Jesus Cristo, que milhões adoram-na mais do que
ao filho. Além disso, temos a considerar o seguinte, historicamente, quanto a
inexistência de manuscritos originais:
1. Era
costume dos judeus enterrar os manuscritos estragados pelo uso ou qualquer
outra causa, para evitar sua mutilação ou interpolação espúria.
2. Os
reis idólatras e ímpios de Israel, podem ter destruído muitos ou contribuído
para isso, como é o caso descrito em Jeremias 36:20-26.
3. O
monstro Antíoco Epífanes, rei da Síria (175 - 164 a.C.), durante seu reinado
dominou sobre toda a Palestina. Foi homem extremamente cruel. Tinha prazer em
aplicar torturas. Decidiu exterminar a religião judaica. Assolou Jerusalém em
168 a.C profanando o templo e destruindo todas as cópias que achou das
Escrituras.
4. Nos
dias do feros imperador romano Diocleciano ( 284 - 302 A.D. ), os perseguidores
dos cristãos destruíram quantas cópias acharam das Escrituras. Durante dez anos
Diocleciano mandou vasculhar o império visando destruir todos os escritos
sagrados. Chegou a crer que tivesse destruído tudo, pois mandou cunhar uma
moeda comemorando tal vitória.
A
literatura judaica afirma que a missão da chamada Grande Sinagoga, presidida
por Esdras, foi reunir e preservar os manuscritos originais do Antigo
Testamento - os de que se serviram os Setenta no preparo da Septuaginta - a
primeira tradução da Escrituras.
Os textos em línguas originais de que utilizam os atuais eruditos no preparo
das modernas versões, são reproduções da atuais cópias de originais.
Cópias de manuscritos originais. Há inúmeras, em várias partes do mundo.
Discorrer sobre elas, foge ao escopo desta obra. Esses manuscritos existentes
harmonizam-se admiravelmente, assegurando-nos assim da sua autenticidade. Uma
confirmação disso vemos nos manuscritos do Mar Morto. Resumo: Em 1947, próximo
ao Mar Morto foi descoberto um manuscrito do profeta Isaías, em forma de rolo,
escrito em hebraico, datado do ano 100 a.C., sendo assim mais velho que o mais
antigo manuscrito bíblico até então conhecido! (Muitos outros foram também
encontrados, e centenas de fragmentos de outras obras). Pois bem, o texto desse
manuscrito quando comparado com o das nossas Bíblias, concorda plenamente. Esta
é uma prova singular da autenticidade das Escrituras, ao considerarmos que o
citado manuscrito de Isaías tem a agora mais de 2.000 anos de existência! Os
manuscritos bíblicos são sempre indicados pela abreviatura MS.
A Bíblia em suas línguas
A Bíblia
em Hebraico
Consiste
apenas do nosso Antigo Testamento. É essa a Bíblia dos judeus. Lá, o arranjo
dos livros é diferente, e o total é 24 em vez de 39, porque vários grupos de
livros são contados como um só livro. O texto é sempre o mesmo. Os 24 livros
estão classificados em 3 grupos a que Jesus referiu-se em Lucas 24:44 - LEI,
PROFETAS, ESCRITOS. Os Salmos eram o primeiro livro do último grupo, talvez por
isso citados em Lucas 24:44, querendo indicar todo o grupo.
A Bíblia
em Português
A
primeira tradução da Bíblia em português, foi feita por um evangélico: o pastor
João Ferreira de Almeida. Fato interessante é que o trabalho foi realizado fora
de Portugal. A Cidade foi Batávia, na Ilha de Java, no Oceano Índico. Hoje,
essa cidade chama-se Djacarta, capital da República da Indonésia. Almeida foi
ministro do Evangelho da Igreja Reformada Holandesa, a mesma que evangelizou no
Brasil, com sede em Recife durante a ocupação holandesa, no século XVII .
Nasceu em Torre de Tavares, perto de Lisboa - Portugal, em 1628. Faleceu em
Java em 1691. A Igreja Católica através do tribunal da inquisição, não tendo
podido queimá-lo vivo queimou-o em estátua em Goa, antiga possessão portuguesa
na Índia. Essa Igreja nem mesmo agora, no chamado Ecumenismo se, desculpou de
tais coisas.
1. A Versão
de Almeida. O Novo Testamento. Almeida traduziu primeiro do Novo Testamento, o
qual foi publicado em 1681 em Amsterdã, Holanda. Na Biblioteca Nacional do Rio
de Janeiro, há um exemplar da 3a. Edição do Novo Testamento de Almeida, feita
em 1712.
O Antigo
Testamento. Almeida traduziu o Antigo Testamento até o livro de Ezequiel. A
essa altura Deus o chamou para o lar celestial, em 1691. Ministros do
Evangelho, amigos seus terminaram a tradução, a qual foi publicada completa em
1753.
A
sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira, de Londres, começou a publicar a
tradução de Almeida em 1809, apenas o Novo Testamento. A Bíblia completa num só
volume, a partir de 1819. O texto em apreço foi revisado em 1894 e 1925. A
Bíblia de Almeida foi publicada a primeira vez no Brasil em 1944 pela Imprensa
Bíblica Brasileira, Organização Batista. A Sociedade Bíblica Britânica e
Estrangeira tem sido maravilhosamente usada por Deus na disseminação da Bíblia
em português, em trabalho pioneiro e continuado. A Versão ARC (= Almeida
Revisada e Corrigida). A Imprensa Bíblica Brasileira publicou em 1951 a edição
revista e corrigida, abreviadamente conhecida por ARC.
A Versão
ARA (= Almeida Revista e Atualizada). Uma comissão de especialistas brasileiros
trabalhando de 1945 a 1955 preparou a Edição Revisada e Atualizada de Almeida,
conhecida abreviadamente por ARA.
É uma
obra magnífica, com melhor linguagem e melhor tradução. O Novo Testamento foi
publicado em 1951. O Antigo Testamento, em 1958. A publicação é da Sociedade
Bíblica do Brasil.
Foi usado
o texto grego de Neste para o Novo Testamento e o hebraico do Brasil.
Comissão
Permanente Revisora do ARA.
Revisão é
uma atualização do texto em vernáculo, para que se o entenda melhor.
Razão:
uma língua viva evolui como todas as coisas vivas. Há uma comissão viva
permanente de revisão da ARA, mantida pela Sociedade Bíblica Brasileira,
acompanhando os progressos da crítica textual.
2.
Antônio Pereira de Figueiredo. Padre católico romano. Grande latinista. Editou
o Novo Testamento em 1778 e o Antigo Testamento em 1790. Tradução feita em
Portugal.
3. A
"Tradução Brasileira" Feita por uma comissão de teólogos brasileiros
e estrangeiros. O Novo Testamento foi publicado em 1910 e o Antigo Testamento
em 1917. É tradução mui fiel ao original Esgotada.
4.
Huberto Rhoden. Padre brasileiro, de Santa Catarina. Foi publicada em 1935.
Esse padre deixou a igreja Romana. E versão muito usada na crítica textual.
Esgotada.
5. Matos
Soares. Também padre brasileiro. Traduziu da Vulgata. Foi publicada no Brasil
em 1946. Já o era em Portugal desde 1933. É a Bíblia popular dos católicos
romanos de fala portuguesa. Um grave inconveniente são os itálicos que às vezes
são mais extensos do que o texto em si, e conduzem a preconceitos e tendências.
6. A
versão da Imprensa Bíblica Brasileira. A IBB lançou em 1968, após anos de
cuidadoso trabalho, uma nova versão em português, conhecida como VIBB, baseada
na tradução de Almeida. A edição de 1968, após longos anos de cuidadoso
trabalho, uma versão em português, conhecida como VIBB, baseada na tradução de
Almeida. A edição de 1068 apareceu apenas em formato de púlpito. Em 1972 foi
lançado o formato popular, comum, Nessa versão foram utilizados os melhores
textos em hebraico e grego. Ótima versão.
7. Outras
Versões. A igreja Católica Romana tem publicado mais edições dos Evangelhos e
Novo Testamento Os itálicos, notas e apêndices, conduzem, é claro, às doutrinas
daquela Igreja. Os Testemunhas de Jeová publicam uma versão falsificada de toda
a Bíblia - "a Tradução Novo Mundo". O texto é mutilado e cheio de
interpolação. Foi preparado para apoiar as cenas anti-bíblicas dessa seita
falsa.
8. A
importância da Bíblia em português. A língua portuguesa é falada em todos os
continentes, fato que revela a importância da Bíblia em português, em todos os
sentidos.
A Bíblia Católica
Romana
Estas têm
7 livros a mais, perfazendo 73 ao todo. Esses livro a mais são os chamados
"apócrifos" , palavra que no sentido religioso significa não genuíno.
São livros não inspirados por Deus. Os 7 apócrifos estão inseridos todos no
Antigo Testamento. Isso foi feito muito depois de encerrado o cânon do Antigo
Testamento, por conveniência da igreja Romana. A aprovação deles, por essa
igreja deu-se no Concílio de trento em 1546 em meio a muita controvérsia. Seus
títulos são: Tobias, Judite, Sabedoria de Salomão, Eclesiástico (Não confundir
com o livro canônico Eclesiastes), Baruque, I Macabeus, II Macabeus, Ester (Ao
livro de Ester), Cântico dos três Santos Filhos (Ao livro de Daniel), História
de Suzana (Ao livro de Daniel), Bel e o Dragão (Ao livro de Daniel), As Bíblias
católicas têm livros cujos nomes daqueles empregados nas edições evangélicas.
Essas diferenças não têm grande importância. Entretanto. Como os protestantes
usam também Bíblias de edição católica, é bom que se dê um quadro explicativo,
que os auxilie no manejo das diferentes edições:
Bíblia
protestante Bíblia católica
I, II
Samuel I, II Reis
I, II
Reis III, IV Reis
I, II
Crônicas I, II Esdras
Como se
vê é simples questão de nomes, mais ou menos apropriados, seguindo o critério
das autoridades que dirigem as edições, e para todos eles há justificativas
histórica e tradicional.
Notam-se
também variações na numeração dos Salmos Vejamos essas variações num quadro.
Assim:
Bíblia
católica Bíblia protestante
Salmos
9,10 Salmos 9
Salmos 11
- 113 Salmos 10 - 112
Salmos
114, 115 Salmos 113
Salmos
116 114, 115
Salmos
147 Salmos 146 - 147
Salmos
148, 150 Salmos 148, 150
Conclusão: Cancelados os livros apócrifos,
as Bíblias católicas e protestantes são substancialmente idênticas. Basta
conferí-las. Aparecem naturalmente variações na linguagem e até mesmo de
sentido, o que é inevitável, em qualquer obra de tradução. A causa às vezes,
está na diferença de competência do tradutor, outras vezes nas variações das
fontes originais. Os nossos 39 livros do Antigo Testamento, os católicos chamam
protocanônicos. Os que chamamos pseudoepigráficos, eles chamam apócrifos. (Os
evangélicos chamam de pseudoepigráficos a um grupo de livros espúrios, nunca
reconhecidos pela Igreja Católica. A esses, essa Igreja chama apócrifos).
A estrutura da
Bíblia
Estudaremos
neste ponto um resumo da estrutura da Bíblia quanto a sua composição em partes principais,
livros, classificação dos livros por assuntos, divisão dos livros em capítulos
e versículos, e certas particularidades indispensáveis.
1.
Divisão em partes principais. São duas: Antigo e Novo Testamento. O Antigo
Testamento é três vezes mais volumoso do que Novo Testamento.
2.
Composição quanto a livros. São 66, sendo 39 no Antigo Testamento e 27 no Novo Testamento. O maior
livro é o dos Salmos; o menor é III João.
3.
Divisão em capítulos. São
1.189, sendo 929 no Antigo Testamento e 260 no Novo Testamento. O maior
capítulo é o Salmo 119; e o menor é o Salmo 117 e, acredite ou não, o Salmo 118
é o Centro da Bíblia. Para ler A Bíblia toda em um ano basta ler % capítulos
aos domingos e 3 nos demais dias da semana. Nosso sistema moderno de capítulos
foi introduzido em 1250 AD por Hugo de Saint Cher, abade dominicano, estudioso
das Escrituras que morreu em 1263. As divisões da Bíblia facilitam a
memorização.
4.
Divisão em versículos. São 31.173, sendo 23.214 no Antigo Testamento e 7.959 no Novo Testamento.
O maior versículo está em Ester 8:9 e o menor em Êxodo 20:13, na ARC; em Lucas
20:30 na TRBR; em Jó 3:2 na ARA. Como se vê, depende da Versão. Noutras línguas
varia também. Isso não tem muita importância. Foi dividida em versículos em
duas etapas: Antigo Testamento em 1445 pelo Rabi de Paris Robert Stephanus que
publicou a primeira Bíblia dividida em capítulos e versículos em 1555, sendo
esta a Vulgata Latina. A divisão nem sempre é feita sabiamente, e em inúmeros
casos, essas divisões são inexatas, bipartindo o texto e alterando a linha do
pensamento. Estas divisões além de serem utilíssimas na localização de qualquer
fração do texto, tinham por objetivo facilitar a consulta e as citações
bíblicas, e foi aceita por todos, incluindo os judeus; Foi escrita e
reproduzida em diversos materiais, de acordo com a época e cultura das regiões,
utilizando tábuas de barro, peles, papiro e até mesmo cacos de cerâmica.
5.
Classificação dos livros. Os 66 livros estão classificados ou agrupados por assuntos, sem ordem
cronológica. É bom ter isso em mente ao estudar A Bíblia, pois evitará muito
mal entendido, especialmente na esfera da história, da profecia bíblica e no
desenvolvimento da doutrina. A classificação dos livros do Antigo Testamento,
por assuntos, acima, vem da ordem cronológica dos mesmos, o que para os
leitores menos avisados, dá lugar a não poucas confusões quando o mesmo procura
agrupar os assuntos cronologicamente. O Antigo Testamento. Seus 39 livros estão
divididos em 4 classes: LEI, HISTÓRIA, POESIA, PROFECIA (Profetas Maiores e
Menores). Os livros de cada classe são os seguintes.
LEI (Tóra) : Os 5 primeiros livros do
Antigo Testamento, ou cinco livros de Moisés - Gênesis, Êxodo, Levítico,
Números, Deuteronômio, esses cinco livros são chamados Pentateuco. Tratam de
toda a criação e da LEI.
HISTÓRIA: 12 livros - Josué, Juízes, Rute,
I e II Samuel, I e II Reis, I e II Crônicas, Esdras, Neemias e Ester . Contém a
história do povo escolhido: Israel.
POESIA: 5 livros - Jó, Salmos,
Provérbios, Eclesiastes e Cânticos dos Cânticos (Cantares). São chamados
poéticos devido ao gênero do seu conteúdo e não por outra razão.
PROFECIA - 17 livros - de Isaías a
Malaquias.
Profetas Maiores: 5 livros, Isaías, Jeremias, Lamentações de Jeremias, Ezequiel e
Daniel.
Profetas Menores: 12 livros, Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas,
Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias.
Os nomes
maiores "maiores e menores" referem-se ao volume de matéria dos
livros e extensão do ministério profético. Na Bíblia hebraica (o nosso Antigo
testamento), a divisão dos livros é bem diferentes como já falamos.
O Novo
Testamento. Seus 27 livros também estão divididos em quatro classes: BIOGRAFIA,
HISTÓRIA, DOUTRINA, PROFECIAS.
Os livros de cada
classe são os seguintes:
BIOGRAFIA: São os quatro Evangelhos -
Mateus, Marcos, Lucas e João. Descrevem a vida terrena do Senhor Jesus e o Seu
glorioso ministério entre os homens. Os três primeiros são chamados Sinópticos
dos Evangelhos fala também da sua universalidade, por serem quatro os pontos
cardeais.
HISTÓRIA: É o livro de Atos dos Apóstolos.
Registra a história da Igreja Primitiva, seu viver e agir. O livro mostra que o
segredo do progresso da Igreja é a plenitude do Espírito Santo.
DOUTRINA: São 21 livros chamados Epístolas
ou Cartas. Umas são dirigidas a igrejas e outras a indivíduos, etc. Cartas de
Paulo ou Epístolas Paulinas - Romanos, I e II Coríntios, Gálatas, Efésios,
Filipenses, Colossenses, I e II Tessalonicenses, I e II Timóteo, Tito e
Filemon. Cartas Universais ou Epístolas Gerais - Hebreus, Tiago, I e II Pedro,
I, II e III João e Judas.
PROFECIAS: É o livro de Apocalipse. Esta
palavra significa revelação. Trata da volta pessoal do Nosso Senhor e Salvador
Jesus à terra, é o inverso do livro de Gênesis. Lá narra como tudo começou;
aqui, como tudo findará.
Há outras
modalidades de classificação, mas a que vai acima, parece-nos bastante simples
e prática.
A
disposição dos 66 livros. Os que organizaram a presente disposição dos livros
foram sem dúvidas guiados por Deus, porque se nota uma gradativa correlação
doutrinária entre os mesmos. Exemplo disso: Antigo Testamento há uma linda
relação entre o livro dos Salmos e o de Provérbios. Nunca poderiam vir
separados. Os Salmos tratam do nosso andar com Deus; Provérbios: o nosso andar
com os homens. Esses livros não podiam estar distantes.
Exemplo
em o Novo Testamento: As Epístolas. Vejamos:
Romanos, fala da Salvação.
I e II Coríntios, fala da Vida Cristã Disciplinada.
Efésios, Filipenses e Colossenses, falam da Vida Consagrada.
I e II Tessalonicenses, falam da Vinda de Jesus.
I e II Timóteo, Tito falam de Obreiros e Ministério.
I e II Pedro, falam de Provas e Tribulações.
Não se
deve pensar que somente os proféticos têm profecia, ou os poéticos só têm
poesia, ou os doutrinários (Epístolas) só doutrinas; da mesma forma os
históricos não são apenas para relatar fatos históricos. Cada livro da Bíblia
deve ser estudado convenientemente para que o seu ensino seja apreendido. Sem
dúvida alguma a Bíblia é uma biblioteca extraordinária!
Fatos e
peculiaridades
O Salmo
119 tem em hebraico 22 seções de 8 versículos cada. O número 22 corresponde ao
de letras do alfabeto hebraico. Cada uma das 22 seções inicia com uma letra do
referido do alfabeto, e em cada seção dos versículos começam com a letra da
respectiva seção. Ali, em hebraico, os capítulos 1,2 e 4 têm 22 versículos
cada, correspondendo ás 22 letras do alfabeto, de Álefe a Tau. Porém o capítulo
3 tem 66 versículos, levando cada três deles, a mesma letra do alfabeto. Há
outros casos assim na estrutura da Bíblia. Isso jamais poderia ser obra do
acaso.
Por
exemplo: O Salmo 22 é alfabético - um versículo para cada letra hebraica.
O livro
de Isaías é uma miniatura da Bíblia. Tem 66 capítulos correspondentes aos 66
livros. A primeira seção tem 39 capítulos correspondendo à mensagem do Antigo
Testamento. A segunda seção tem 27 livros, tratando de conforto, promessa e
salvação seção tem 27 livros, tratando de conforto, promessa e salvação,
correspondendo à mensagem do Novo testamento. O Novo Testamento termina
mencionando o novo céu e a nova terra. O mesmo ocorre no término de Isaías
(66:22). O próprio nome Isaías tem semelhança com o que Jesus, no significado.
Isaías quer dizer Salvação de Jeová, e Jesus Jeová é Salvação.
A frase
"não temas", ocorre 395 vezes em toda a Bíblia, o que dá uma para
cada dia do ano! O capítulo 19 de II Reis é idêntico ao 37 de Isaías. O Antigo
Testamento encerra citando a palavra "maldição", o Novo Testamento
encerra citando "a graça de Nosso Senhor Jesus Cristo".
A Bíblia
foi o primeiro livro impresso no mundo após a invenção do prelo; isso se deu em
1452 em Mainz, Alemanha.
Os
números 3 e 7 predominam admiravelmente em toda a Bíblia.
O nome de
Jesus consta do primeiro e último versículo do Novo Testamento.
A Bíblia
completa pode ser lida em 70 horas e 40 minutos, na cadência de leitura de
púlpito. O Antigo Testamento leva 52 horas e 20 minutos. O Novo Testamento, 18
horas e 20 minutos.
A unidade física da
Bíblia
Unidade e
existência física da Bíblia até os nossos dias só pode ser explicada como um
milagre. A Palavra de Deus consiste de 66 livros diferentes, escritos por cerca
de 40 escritores de quase todo grau social, escrevendo em vários períodos
durante um período de cerca de 1600 anos, ou seja, 16 séculos; Esses homens
tinham diferentes atividades tais como: escritores, estadistas, camponeses,
reis, vaqueiros, pescadores, padres, cobradores de impostos, fabricante de
tendas; instruídos (cultos) e ignorantes (incultos), judeus e gentios e
escreveram sob diferentes situações e circunstâncias. Na maior parte dos casos,
desconhecidos um para o outro, escrevendo em duas línguas principais. Devido a
essas circunstâncias, em muitos casos, os autores nada sabiam sobre o que já
havia sido escrito, Muitas vezes um escritor iniciava um assunto e, século
depois um outro o completava Tudo isto somando num livro puramente humano daria
uma babel indecifrável! Imagine o que seria fisicamente a Bíblia, se não fosse
a mão de Deus!
Quanto à
unidade física da Bíblia, ninguém sabe ao certo como os 66 livros
encontraram-se e agruparam-se num dó volume; isso é obra de Deus. Sabemos que
os escritores não escreveram os 66 livros de uma só vez, nem em um só lugar,
nem com o objetivo de reuni-los num só volume, mas em intervalos durante 16
séculos, em que lugares que vão de Babilônia a Roma.
Se alguma
falha for encontrada na Bíblia, será sempre do lado humano, como tradução mal
feita, grafia inexata, Interpretação forçada, má compreensão de quem estuda,
falsa aplicação quanto aos sentidos do texto, etc. Portanto, quando
encontrarmos na Bíblia um trecho discrepante, não pensemos logo que é erro!
Saibamos refletir como Agostinho, que disse: "Num caso desse, deve haver
erro do copista, que não consigo entender...".
O tema central da
Bíblia
É o
Senhor Jesus Cristo. Ele mesmo declara em Lucas 24:27, 44 e João 5:39.
Considerando Cristo como o tema central da Bíblia, os 66 livros poderão ficar
resumidos em 5 palavras, todas referentes a Cristo, assim:
PREPARAÇÃO: Todo o Antigo Testamento trata da preparação para o advento de Cristo.
MANIFESTAÇÃO: Os Evangelhos tratam da manifestação de Cristo ao mundo, como Redentor.
PROPAGAÇÃO: Os Atos dos Apóstolos tratam da propagação de Cristo por meio da
Igreja.
EXPLANAÇÃO: As Epístolas tratam da explanação de Cristo. São os detalhes da
doutrina.
CONSUMAÇÃO: O Apocalipse trata de Cristo consumando todas as coisas - C. I.
Scofield.
A Bíblia,
tendo Cristo como o tema central, podemos resumir todo o Antigo Testamento numa
frase: JESUS VIRÁ, e o Novo Testamento noutra frase: JESUS JÁ VEIO (é claro,
como Redentor). Assim sendo, as Escrituras sem a pessoa de Jesus seriam como a
física sem a matéria e a matemático sem os números. Já imaginou um cristão sem
a Bíblia?
E nós
irmãos, o que estamos fazendo, para difundir a Bíblia o livro que nos salvou,
como mandou o Sr. Jesus?
"E
disse-lhes: Ide por todo o mundo, e pregai o evangelho a toda criatura. (Marcos
16:15)".