Houve um tempo na minha vida em que eu
relacionava o desempenho de alguns pregadores, no púlpito, à sua
intimidade com o Eterno. Pensava que por eles muito gritarem, berrarem
e rugirem ao microfone, bem como fazerem trejeitos extravagantes, eram
cheios do poder de Deus. Entretanto, num certo dia, pelas Escrituras
Sagradas, cheguei a entender que, na verdade, são Elas que ensinam e
mostram o caminho para a recepção da verdadeira autoridade divina.
O apóstolo Paulo disse: “Quando era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino” (1 Co 13.11). Observe que “quando” ele chegou a ser homem, “desistiu das coisas próprias de menino”
(ARA). Tanto o ouvinte quanto o pregador dos oráculos de Deus passam
pelo estágio espiritual pueril (Jo 3.3, 5, 6). Isto é uma realidade
irrefutável.
A despeito de usarmos “fraldas
espirituais” nalgum tempo da vida cristã, elas não devem permanecer para
sempre conosco. Um dia, temos que abandoná-las: “Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar quais sejam os primeiros rudimentos das palavras de Deus; e vos haveis feito tais que necessitais de leite e não de sólido mantimento. Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não está experimentado na palavra da justiça, porque é menino. Mas o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem como o mal” (Hb 5.12-14).
Uma boa mensagem não é aquela em
que o predicador tenta convencer o povo pelos seus tenazes artifícios -
algo que é puramente supérfluo e desedificante; ou que esboce, pela
sua loquacidade (facilidade ou aptidão para discursos), persuadir o
auditório. Ao contrário disso: uma verdadeira exposição da Palavra é
aquela em que o transmissor, busca transmiti-lA sem rodeios e
espalhafatos; e, estar preocupado em edificar os que lhe ouvem: “Assim
também vós, se, com a língua, não pronunciardes palavras bem inteligíveis, como se entenderá o que se diz?
Porque estareis como que falando ao ar” (1 Co 14.9). Este texto, apesar
de ser utilizado em relação ao dom de línguas, pode, facilmente, servir
de iluminação ao que já foi comentado.
Na verdade, o que realmente pode
nos transmitir poder e autoridade espiritual é a Palavra do Senhor (Lc
24.27, 32). Daí Jesus dizer: “Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus (Mt 22.29). Ou seja, só pode “experimentar” o poder divino, quem, primeiro, procurar “conhecer” a Bíblia (Sl 1.2).
Na presença de Deus,
João Paulo M. de Souza
fonte:
www.joaopaulomsouza.blogspot.com.br
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