TEXTO BÍBLICO: 1ª Coríntios Cap. 12.
LEITURA DIÁRIA:
Segunda – Feira -----------------=>
1ª Coríntios 12: 1 – 5.
Terça – Feira
---------------------=> 1ª Coríntios 12: 6 – 11.
Quarta – Feira
-------------------=> 1ª Coríntios 12: 12 – 16.
Quinta – Feira
-------------------=> 1ª Coríntios 12: 17 – 21.
Sexta – Feira
---------------------=> 1ª Coríntios 12: 22 – 26,
Sábado
----------------------------=> 1ª Coríntios 12: 27 – 31.
Domingo
--------------------------=> Salmo 133.
É preciso ter consciência de que à expressão “Corpo de Cristo” é uma figura de linguagem que tem o propósito de
traduzir uma realidade eterna: a de que os cristãos, como igreja, foram o Corpo
de Cristo aqui na terra.
Essa realidade te profundas implicações para a compreensão
da natureza, da vida e da missão da igreja. Paulo se mostra preocupado com o
ambiente da igreja de Coríntios. Verdadeiras aberrações comportamentais podiam
ser encontradas no ambiente da igreja. Até mesmo na área das manifestações
espirituais havia exageros. A falta de compreensão de que a igreja é o Corpo de
Cristo estava na base dos problemas dos cristãos de Corinto.
O objetivo deste estudo é aprofundar a compreensão da
realidade da igreja como Corpo de Cristo no cenário da historia dos seres
humanos e estabelecer as implicações dessa realidade para a vida dos cristãos
em termos pessoais e corporativo.
1.
A UNIDADE DOS MEMBROS DO CORPO.
O apóstolo Paulo parece estar impressionado com o fenômeno
da unidade na diversidade dos membros do corpo. O corpo é um só, mas tem muitos
membros. Essa realidade física do ser humano é transposta para a realidade de
funcionamento do corpo social chamado igreja.
Na comunidade formada pela igreja há uma grande diversidade
de membros, mas o corpo é um só. Isto implica em dizer que a atmosfera mais
adequada para o funcionamento de uma igreja deve ser a atmosfera da unidade.
Cada crente deve ver no seu irmão ou irmã uma extensão de si
mesmo no corpo social formado pela igreja. Não importa a procedência eugênica,
cultural, religiosa, econômica ou social, pois o sentido esta na sequência “...quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres...”.
A ênfase que Paulo quer dar é que “...todos
fomos batizados em um só corpo...”.
As barreiras foram quebradas. Todos fomos igualmente objetos
do amor e da graça de Deus em Jesus Cristo. Nossa origem genética ou condição
econômica, cultural, social e religiosa não oferecem qualquer condição de
mérito para granjear a salvação.
Por isso comparecemos todos na mesma condição diante de
Deus. A compreensão dessa verdade deveria, por si só, promover a união e
comunhão entre os membros da igreja.
Que tipo de imagem
sobre a vida interna da igreja estamos projetando?
2. SOMOS PARTE UM DO OUTRO NO CORPO DE
CRISTO.
Procurando ser didático, o apóstolo Paulo faz uma comparação
que não deixa de ter o seu lado jocoso. O quadro que ele descreve é o de uma
impossível rebelião entre os membros de um corpo no sentido de cada um buscar a
sua independência. As partes de um corpo não têm vida própria se estiverem
separadas. O corpo deixa de ser funcional se as partes não cooperarem entre si
de forma harmônica. Cada um tem uma função diferente no corpo mas a essência
que lhe dá sentido é uma só. Pertence
a um mesmo corpo.
Portanto, seria totalmente inconsequente se, no corpo social
formado pela comunidade dos salvos, pensássemos de forma mesquinha,
transplantando para dentro da vida e funcionamento da igreja o isolacionismo e
separação que encontramos na sociedade externa em que estamos inseridos.
Na igreja há diversidade de membros, mas o corpo é um só. No
corpo, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. Há diversidade de
ministérios, mas o Senhor é o mesmo. Há diversidade de operações, mas é o mesmo
Deus que poderá tudo em todos.
Cada um em particular é dado à manifestação do Espirito para
o proveito comum (1ª Cor. 12: 4 – 7). É a visão de
unidade do corpo que deve orientar a nossa ação e ministério como membros
individuais do corpo de cristo.
3.
PRECISAMOS UNS DOS OUTROS.
O copo físico é uma realidade sistêmica. A maior prova desse
fato é que as partes, quando as olhamos de forma individual, não representa o
todo. Uma pertence a outra. Estão interligadas formando o conjunto do corpo.
Essa não é uma realidade apenas do ponto de vista estético.
É também uma verdade do ponto de vista funcional. Deus fez o nosso corpo de tal
forma completo e integro que, quando uma parte se desenvolve em detrimento da
outra isso é visto como anomalia (por exemplo: A doença da elefantíase acontece
quando um membro do corpo cresce de forma desmesurada).
Veja bem, a elefantíase é uma anomalia ou doença que rompeu
com o equilíbrio estético e funcional do corpo. Essa elefantíase pode se
expressar em termos de indivíduos que se destacam sobre os demais e que desejam
concentrar funções e poder em suas mãos provocando inevitavelmente a atrofia e
o ciúme dos demais membros.
Mas a elefantíase também pode se manifestar em termos
sociais no que diz respeito ao programa de ação da igreja. É quando um aspecto
da missão recebe uma ênfase maior que o outro provocando distorções na
funcionalidade do corpo.
Divisões, invejas e competições entre os membros podem
resultar desse comportamento funcional distorcido. A igreja limita o alcance de
seu ministério ao proceder assim. A unidade do corpo é enfraquecida e pode
surgir o fenômeno que os reformadores descrevem como eclesiola in eclesia, ou
seja, igrejinha dentro da igreja.
Para o apóstolo Paulo essa é uma manifestação de mundanismo
na igreja, que ele procura combater com todas as forças de que é capaz, tendo
em vista a sua visão da igreja como corpo de Cristo.
Devemos promover a integração, cooperação e comunhão nos
diferentes níveis:
1) Entre os membros da igreja;
2) Entre as igrejas dentro de uma mesma
denominação;
3) Entre as igrejas de diferentes
denominações, localizadas dentro de uma mesma área geográfica;
4) Entre as igrejas de diferentes denominações
no contexto mais amplo de uma pais.
5) Entre as igrejas de diferentes denominações
em todo mundo.
Tudo começa, porém, com o ambiente de comunhão no contexto
da igreja local.
4.
CADA MEMBRO DO CORPO É COMPLEMENTADO
PELO OUTRO.
A ideia da intercompletariedade está presente em todo o capitulo 12 de 1ª Coríntios. Ele fala de uma espécie de
lei da compensação onde o que falta em um membro é de alguma forma, compensada
seja por uma atribuição de valor ou critério de funcionalidade daquele membro
no próprio corpo. Deus quis que fosse assim, diz o apóstolo inspirado, para que
não haja divisão no corpo.
Portanto, a divisão e competição, de qualquer tipo, natureza
ou forma, devem ser combatidas como contrarias á vontade de Deus. Ele quer que
seus filhos vivam em união. Ele deseja que a cooperação e comunhão seja o
ambiente normativo entre os membros de sua família aqui na terra. Num mundo
onde predomina o rancor, a inimizade e a competição, a igreja deve ser
conhecida pela demonstração, por meio de palavras, sinais e ações, do amor
fraterno entre os seus membros.
5.
A REALIDADE PSICOSSOMÁTICA DA
IGREJA.
Sabemos hoje, através
das ciências biológicas e da psicologia, que o ser humano é uma unidade
dinâmica. Não se pode separar como se fosse entidades independentes, corpo,
alma e espirito. Assim, o que a bíblia já ensinava desde a antiguidade por
inspiração Divina, tornou-se uma afirmação com base e comprovação cientifica.
Nosso estado de espírito, nossas emoções, afeta o nosso
corpo físico. Acontece assim porque a dor, ainda que localizada em um membro do
corpo, passa a ser a dor de todo o corpo. É o que Paulo deixa claro quando
escreve: “De maneira que, se um membro padece, todos os
membros padecem com ele.,,”. O que é real na vida de uma pessoa,
individualmente falando, também é real na vida corporativa da igreja.
É o ensino de Paulo no texto em consideração. Quando
utiliza, portanto, a analogia do corpo para falar da igreja como Corpo de
Cristo, as aplicações a respeito da comunhão solidaria que deve existir entre
os membros da igreja são inescapáveis.
6. A RIQUEZA FUNCIONAL DA COMUNHÃO DA
IGREJA.
A igreja de corinto enfrentava o problema de articulação das
manifestações dos muitos dons que Deus, pelo seu Espírito, concedera aos seus
membros. Estava acontecendo competições entre as pessoas que haviam recebido
algum tipo de dom. parece que tentaram estabelecer uma espécie de hierarquia
entre os dons.
As palavras de Paulo desfazem esse equivoco. Ele procura
disciplinar a questão. Afirma a manifestação do Espirito Santo como o agente de
Deus na capacitação dos membros do corpo a obra do ministério. Mas nega o
divisionismo resultante do orgulho e da competição que quebra a comunhão na
vida da igreja. Afirma que um só e o mesmo Espírito opera todas as coisas 1ª Cor. 12: 11. Declara que Deus não é de confusão, mas de
paz 1ª Cor. 14: 33.
A compreensão da natureza e função dos dons na vida da
igreja passa pelo capitulo 13 de 1ª Coríntios – o capitulo clássico do amor.
Sem o amor é impossível a comunhão solidária na igreja.
CONCLUSÃO!
Sociólogos e psicólogos sociais contemporâneos têm falado
sobre a despersonalização crescente das relações sócias. As pessoas têm perdido
a sua identidade como pessoas. Sentem-se agredidas por serem tratadas como
simples objetos ou peças de maquina num mundo cada vez mais impessoal e
competitivo. São importantes enquanto meio de produção. Mas quando perdem a
importância como pessoas.
Alguns estudiosos atribui a esse fato o crescimento do nível
de violência social no mundo. A comunidade cristã formada pela igreja deveria se uma espécie de refugio
onde as pessoas encontrasse o significado de viver. Deveria ser um oásis de
competição predatória. Quando a igreja falha em demostrar esse tipo de comunhão solidária falha também no seu testemunho.
Nunca é demais lembrar as palavras do Divino Mestre: “Nisto conhecerão
todos meus discípulos, se estiverdes amor uns pelos outros” (João
13: 35).
Autor: Pr. Darci Dusillek: Bacharel
em teologia, licenciado em filosofia, especialista em documentação científica e
mestre em ciência da informação. Foi professor do Seminário Teológico Batista
do Sul do Brasil, da Universidade do Rio de Janeiro, da PUC e da Universidade
Gama Filho, todos no Rio de Janeiro.
É autor do
conhecido Livro: A Arte da Investigação Criadora.
Em janeiro de
2006 lançou seu último livro: O Que Deus Sabe Sobre o Meu Futuro? — a doutrina
da predestinação e eleição à luz da Bíblia, da teologia e da cosmologia.
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