INTRODUÇÃO
Paulo não
faz qualquer exceção a esse princípio. Ele diz "todas as coisas";
isso inclui todas as coisas boas e todas as coisas ruins – "cooperam para
o bem".
Ninguém naturalmente
gosta da aflição. Aflições
podem ser muito pesadas e difíceis de suportar. E mais, caro irmão, não é certo
que a aflição serve como um remédio para você nas mãos do seu grande Médico,
Jesus Cristo? Vejamos resumidamente nove maneiras pelas quais nas mãos dEle as
suas aflições cooperam para o seu bem estar espiritual e eterna saúde.
1. HUMILDADE
O Senhor,
através da aflição mostra quem você é e o que existe dentro de você: Veja o que
diz Dt. 8:15,16: "…que te conduziu por aquele grande e terrível deserto
de serpentes abrasadoras, de escorpiões, e de secura, em que não havia água…
que no deserto te sustentou com maná…, para te humilhar, e para te provar, e
afinal te fazer bem"?
A aflição
não só faz o verdadeiro crente se humilhar diante de Deus, mas o conserva
humilde. A
aflição faz secar o reservatório do combustível que alimenta o seu orgulho. Um
crente aflito é semelhante a uma árvore carregada de frutos. Se Deus utilizar a
aflição para humilhá-lo perante Ele, não estará a sua aflição cooperando para o
bem?
2. REVELAÇÃO
Na
aflição é como se a alma do crente fosse esquadrinhada com lanternas expondo os
pecados ocultos e notórios. Quando a aflição é santificada pelo Espírito Santo,
o pecado é arrancado do seu esconderijo dentro do coração e trazido à luz dos
santos e perscrutadores olhos de Deus.
A aflição
arranca a folha de figueira que cobre o filho de Deus. "Os pecados do povo de Deus
são como ninhos", escreveu o puritano William Bridge, "enquanto as
folhas estiverem na árvore você não pode vê-los, mas no inverno da aflição
quando todas as folhas caem, os ninhos aparecem claramente". Quando a
aflição é santificada, o pecado se torna hediondo e odioso. O pecado se torna
excessivamente pecaminoso em sua verdadeira natureza do que por suas consequências.
3. CRESCIMENTO
O
Espírito Santo usa a aflição como um remédio para acabar com a enfermidade
mortal do pecado nos filhos de Deus, fazendo-os produzir frutos saudáveis e
piedosos. Quando o
pecado faz os crentes se desviar do Senhor Jesus, como um Bom Pastor, usa a sua
vara da aflição para aprumá-lo novamente. A aflição trata do pecado.
"Antes de ser afligido andava errado", confessa Davi, "mas agora
guardo a tua palavra" (Sl. 119.67).
Para um
filho de Deus, ser afligido é um bem como é a poda para a jovem árvore, pois a
pressão da aflição não só remove o terrível mau cheiro do pecado, mas também
revela as fragrâncias e os frutos da graça divina.
Você sabe
que em alguns países certas árvores crescem, mas não dão fruto, por não haver
inverno ali? O cristão precisa de invernos de aflições para experimentar o
florescer das primaveras, o crescimento do verão e a colheita de outono.
A aflição
colhe frutos preciosos. Ela garimpa, funde, refina e forja o crente até que o divino Ourives
possa ver o seu reflexo na obra das suas próprias mãos. Assim o cristão
experimenta como Jó: "Se Ele me provasse, sairia eu como o ouro" (Jó
23.10).
4. COMUNHÃO
O Senhor
se utiliza da aflição como um meio de fazer o seu povo buscá-lo, para trazê-lo
de volta à comunhão com Ele, e mantê-lo junto ao seu lado. Como na tempestade
as ovelhas buscam estar junto do seu pastor, assim diz o Senhor de Israel,
"estando eles angustiados, cedo me buscarão" (Os 5.15).
As
tempestades e o granizo da aflição levam as ovelhas para mais perto do seu pastor.
Todas as pedras que atingiram Estevão apenas o empurraram para mais perto da
pedra angular, Jesus Cristo, e abriram ainda mais o céu para a sua alma. A
aflição levou a mulher cananeia ao Filho de Davi; conduziu o ladrão ao seu
Salvador. Não foi a coroa de Manasses, mas suas cadeias, que o fizeram
reconhecer que o"Senhor era Deus". Mesmo o imã da rica misericórdia
de Deus não traz e mantém tão perto o rebanho do seu Grande Pastor como as
cordas da aflição.
5. IDENTIFICAÇÃO
O Senhor
usa as aflições para moldar o seu rebanho à semelhança de Cristo fazendo-o
participante dos seus sofrimentos e da sua imagem. Assim escreve o autor de
Hebreus: "…a fim de sermos participantes da sua santidade" (Hb
12.10). Deus tinha apenas um Filho sem pecado, mas nenhum sem aflição.
Pela sua vara de aflição rumo à glória eles se tornam
seguidores do Cordeiro de Deus que caminha adiante do seu rebanho. Todo caminho
de aflição que eles encontram já foi trilhado, conquistado e santificado pelo
seu Pastor cujo sangue substitutivo, desde a sua circuncisão até à cruz, é a
sua garantia segura de que nenhuma aflição ou provação será capaz de separá-los
do amor de Cristo Jesus (Rm 8.39). Os seus sofrimentos os conduzem ao
sofrimento substitutivo de Cristo, o qual por sua vez, os faz exclamar "o
seu jugo é suave e o seu fardo é leve" (Mt 11.30). Caro irmão, não é nos
tempos de sofrimento que normalmente você tem mais comunhão com Jesus Cristo em
seus sofrimentos – numa vida inteira que, como diz Calvino, não foi outra coisa
senão uma série de sofrimentos? Pode então você reclamar da leve cruz que você
tem de suportar
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